Cappuccino

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A chuva já começava a estiar. LuHan tremia de frio: tanto ele, quanto Sehun estavam encharcados. Mesmo que Sehun tivesse um guarda-chuva nas mãos, estava muito distraído com o chinês em seus braços para lembrar do objeto. Por causa disso, ambos estavam à mercê da – agora, fina – chuva.

— Você está gelado. – observou Sehun ao encostar a mão na semelhante do chinês – Melhor ir pra casa e tomar um banho quente, senão vai adoecer...

LuHan assentiu, rompendo o abraço e enxugando as lágrimas com o dorso da mão. Sehun pôs uma das mãos no bolso da calça jeans e a outra, passou pelos ombros de LuHan, que estava com os braços cruzados.

Ambos começaram a andar em direção a casa do menor. Durante o caminho, Sehun pensou em perguntar ao menor o porquê de estar chorando, mas não quis incomodar o garoto. Decidiu que perguntaria, entretanto, não agora.

Chegaram em frente a casa do chinês, Sehun tirou seu braço dos ombros do menor e ficou de frente ao mesmo. Respirou fundo, encarando as bochechas vermelhas e os olhinhos inchados do menor.

— Obrigado. – sorriu fraco, tirando a chave do bolso e passando-a na fechadura da porta, destrancando-a.

— LuHan... – Sehun chamou, pouco antes do chinês abrir a porta e adentrar a casa.

— Sim? — Quer ir na cafeteria comigo, amanhã à tarde?

LuHan estreitou os olhos, encarando o maior.

— Já te falei que não gosto de café. — Eles não vendem só café lá. Vendem também bolos, biscoitos, chás, doces... Você tem cara de alguém que gosta de doces.

Sorriu.

LuHan hesitou. Houvera acabado de romper um relacionamento, talvez não fosse o momento certo para um encontro...

— Não sei... Talvez eu vá... – desviou o olhar.

— Jogue uma pedra na minha janela se você for. – sorriu, LuHan assentiu.

— Então... Até mais. – sorriu.

Abriu a porta, entrou em casa.

Viu ZiTao no sofá, mexendo no celular. Mordia o lábio inferior, estava visivelmente preocupado.

— LuHan? Onde estava?

— Vá para o inferno, ZiTao.

Apenas disse isso. Não olhou nos olhos do irmão, sequer movimentou um músculo para o mesmo. Passou reto pela sala, subiu as escadas.

Entrou no quarto, fechou-se dentro.

[...]

Passou algum tempo trancado no quarto, olhando para um espaço vazio desse mesmo cômodo antes que lembrasse de que estava completamente encharcado e que deveria, pelo menos, aquecer-se.

Suspirou, pegando uma toalha qualquer no guarda-roupa e seguiu até o banheiro. Trancou-se lá. Mudou a temperatura do chuveiro para quente e abriu a ducha.

Tinha uma banheira no cômodo, mas LuHan não quis banhar-se lá.

Despiu-se e entrou embaixo do jato forte da água morninha, arrepiando-se brevemente ao sentir o choque térmico da água quente com seu corpo gelado.

Já na metade do banho, lembrou-se do convite de Sehun.

Talvez fizesse bem em ir, talvez não. Seu cérebro dizia que devia ir, que devia se distrair: que devia tentar tornar-se amigo do tal Oh, que talvez aquele passeio o ajudasse a esquecer de YiFan; Todavia, seu coração jogava um balde de água gelada em seus pensamentos. Dizia que era muito cedo, que ainda estava muito abalado pelo término, que devia dar um tempo das pessoas, que seria melhor para si apenas trancar-se no quarto, passar o resto da tarde assistindo alguma coisa boba na televisão e dormir.

Coffee 『♠』HunHanOnde histórias criam vida. Descubra agora