Coffee 『♠』HunHan

Moccha

— Eu não vou beber isso.

— Você vai sim.

— Você não pode me obrigar!

— Mas posso te convencer!

Sorriu. Sorriu arteiro, com aquele ar zombeteiro e um tanto o rodeando. Aquele sorriso bonito que LuHan teria se permitido sorrir junto se fosse mais cedo, mas não agora.

Não agora que o coreano estava empurrando uma caneca de café em sua direção, tentando fazê-lo tomar, enquanto LuHan apenas rejeitava cada tentativa do maior, com os braços cruzados e um biquinho emburrado nos lábios.

Ah... Como sentia vontade de bater naquele homem até aquele sorrisinho estupidamente bonito sumir para sempre do seu rosto...

— Você está parecendo uma criança, LuHan!

— E você está parecendo a minha mãe, me forçando a comer couve-flor! Para com isso!

Ambos se encararam sérios, e então explodiram em risadas. Não haviam motivos, apenas riam.

LuHan ria da insistência do maior em tentar fazê-lo beber café, ria de seus argumentos como “Se você beber, te dou um urso de pelúcia” ou “Se beber, te pago quantos doces quiser!” e por aí vai.

Sehun ria da insistência do menor para não beber aquilo. Era só uma bebida como tantas outras, por que tanta relutância?

Na mesa entre os dois, uma caneca branca, bonita, cheia de café Moccha. O tipo preferido de Sehun.

Café, espuma, chocolate e leite. Doce, cremoso. Na visão do coreano, o melhor. Na visão do chinês, nada além de um copo de café quente, disfarçado com coisas bonitinhas, mas ainda café.

— O quê eu vou ganhar se eu beber?

— Um beijo e um abraço!

— Hm... Ainda não estou convencido.

— O quê você quer, então?

— Deixa ver... – encarou o nada, pensativo. — Se eu não gostar... Promete não me obrigar a tomar mais?

— Hmm...

— E então, promete ou não? Tic, tac, Oh Sehun!

— Prometo. – sorriu, empurrando a caneca na direção do menor. – Agora, beba. Ou serei obrigado a enfiar essa caneca goela abaixo. – brincou e riu, recebendo um tapa fraco no ombro, desferido pelo menor.

LuHan formou um biquinho, emburrado. Suspirou vencido e pegou a caneca.

Encarou a bebida. A espuma tinha uma arte bonita, um formato de coração com uma flecha o atravessando. “Talvez seja o meu eu carente... Mas acho que isso é uma insinuação. ”

Riu com o próprio pensamento um tanto bobo. Reuniu forças e levantou aquela caneca até a altura dos lábios, dando um gole pequeno.

Mal conseguiu sentir o gosto do café, tão pequeno que fora o gole. Não queria ser injusto, não podia decidir se era bom ou ruim com apenas aquilo.

Respirando fundo e reunindo mais forças ainda, deu um gole maior na bebida.

Fora como se suas papilas gustativas tivessem derretido ao provar daquele sabor tão bom. O chocolate doce e levemente frio, o leite de sabor neutro e temperatura idem, junto ao café amargo e quente e a espuma quase que sem gosto e brevemente fria contrastavam, fazendo o paladar do chinês dançar em paixão ao gosto e um sorriso pequeno brotar nos seus lábios.