A Morte De Baldur Horrier

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Capítulo 1; A Morte de Baldur Horrier

Pensália era um monopólio intelectual diante de toda a Valávia, os três Deuses adoravam a cultura do povo Élfico e suas peripécias com magia e ocultismo pagão, todos os anos na entrada do verão, acontecia o evento Élfico; Solstício de Verão na capital de Pensália; Tênia, que ficava na Terra Branca, eram convidados todos os Reis e todos os políticos importantes de Valávia. Nessa época, a Terra Branca, território dos Elfos de luz e a Terra Obscura, território dos Elfos Noturnos, andavam em harmonia com duas monarquias descendentes de famílias Élficas milenares, Baldur Horrier era rei meritíssimo de Pensália e governava a Terra Branca, Endath Bríimordir governava a Terra Obscura e sua ordem era de segundo plano, até a ganância e a fome de poder o consumir.

Ouvem-se galopes às rédeas do palácio de Tênia; paredes feitas de tijolos gigantescos de pedra e tochas enfeitadas com flores Élficas, perfumes de rosas por todos os lados, vem entrando carruagens muito bem desenhadas despejando políticos e reis de Valávia na entrada do palácio, logo acima da entrada, na sacada de pedra enfeitada de flores, debruçada no parapeito pensativa, está Allhuie Horrier, filha mais velha de Baldur Horrier e antecessora do trono de Pensália.

— Olá minha princesa, está muito pensativa hoje, o que lhe deixa tão aflita? - pergunta o pai, enquanto se aproxima do parapeito.
— Não sei, estou apenas com um mau pressentimento - respondeu Allhuie olhando as pessoas entrando no palácio com uma das mãos apoiando o queixo no parapeito.
— Não se preocupe minha princesa, a segurança foi reforçada dentro e fora do Reino, não tem com o que se preocupar - disse o rei, firmemente.
Allhuie ficou calada e seguiu em direção a porta de saída de seu quarto.

Allhuie Horrier, uma princesa alta de olhos verdes, cabelos loiros e traços orientais élficos, corpo esbelto e fino, uma garotinha que nasceu em berço de ouro banhado a leite de rosas e cresceu nas rédeas da delicadeza burguesa, mas seu sonho sempre foi ser uma guerreira como seu irmão mais novo; Arcor Horrier, que agora estava ao Oeste cuidando dos assuntos políticos da guerra civil em Astínia.

— Alteza, Uma carta de Terra Obscura, diretamente do rei Endath Bríimordir - disse o mensageiro, pegando a carta e entregando ao rei, ajoelhado.
— Certo, obrigado - disse gentilmente enquanto abria a carta.

"Irmão e alteza Baldur, não pude comparecer a tal festividade por conta de afazeres políticos em Terra Obscura, desde já agradeço o convite"

Olhou ao redor e mordeu os lábios, sabia que tinha alguma coisa errada, o rei da Terra Obscura nunca iria perder um evento social envolvendo entidades importantes, sempre gostava de se envolver na alta burguesia, seja monárquica ou política.

A sala principal do palácio de Tênia estava cheio, bebidas e banquetes enchiam o ar deixando quem entrasse com estômago fumegante, quadros gigantescos explicitam a família Horrier, vozes ecoando timidamente pelos corredores do palácio, Baldur estava em seu trono esperando a hora de entrar no salão principal para cumprimentar seus convidados.

Baldur Horrier, um Elfo forte e alto, com cabelos lisos loiros até a cintura, olhar fino e traços orientais élficos, sempre foi um excelente rei, tirou Pensália de uma crise financeira grave depois do fim da grande guerra, os gastos com armamentos balísticos e material mágico exterior deixou Pensália falida, com muito esforço e contratos com outros países, Pensália voltou ao ar do sol e o povo pensaliano grato aplaudiu Baldur graciosamente, até hoje seu povo o ama e o respeita.

— Arcor não deveria estar conosco? - perguntou Allhuie, sentada ao lado do trono do pai.
— Eu o convidei, me parece que ele não apareceu - respondeu Baldur, olhando fixamente a porta de entrada da sala do trono.
Allhuie ficou calada por alguns minutos, depois se retirou e foi em direção ao corredor.
— Não vai querer cumprimentar os convidados, filha? — Não estou muito bem.. - disse ela enquanto andava, sua voz estava meio turva.

Allhuie e Baldur, desde a morte da rainha Asulum Horrier, nunca mais tiveram o mesmo relacionamento, a rainha morreu depois uma maldição, feita por um orc enquanto estava exercendo a função de curandeira durante a grande guerra, Baldur a levou depois de uma péssima discussão, após o final da grande guerra, Asulum ficou doente e veio a falecer, os médicos Bruxos afirmaram que se tratava de uma maldição orc ocultista, Allhuie sempre culpou o pai pela morte da mãe.

Com lágrimas nos olhos, Allhuie entrou em seu quarto e se jogou na cama, queria muito ver o seu irmão, ou ao menos gostaria de estar lá com ele, fazendo algo útil da sua vida, ela não queria estar ali no meio de tanta gente intolerante e ignorante da burguesia, ela realmente gostaria de ser uma guerreira, como seu irmão.


Diante do palácio ouvem-se um trovão, asas batendo e cavalos balbuciando, ao céu a carruagem de Apolo aparece, trazendo Niôdine e Artrópodes, os Deuses e guardiões de Valávia, todos os que estavam presentes fora do palácio aplaudiram.
A carruagem de ouro, cavalos de fogo com asas de anjo, voando sobre o palácio e adentrando a abertura de cima da gigantesca sala do trono, pousando sobre o tapete vermelhos que leva até o trono. Ao ver os Deuses, Baldur se levanta, e se ajoelha.
Niôdine levanta o rei e o abraça, Artrópodes e Apolo fazem o mesmo.
— Meu filho, não precisa se ajoelhar - diz Niôdine.
— Niôdine, Artrópodes, Apolo, meus Deuses! quanto tempo, desde a grande guerra? - diz Baldur.
— Sim filho, sentimos saudades de Pensália, a cultura como sempre nos fascina - diz Apolo.
Apolo é um homem alto, branco, de aparência elegante e peitoral forte, cabelos brancos sem barba.
— Filho, gostaria de um pouco do seu vinho - diz Artrópodes.
Artrópodes é um homem médio, moreno de estatura forte, cabelos pretos, barba rala e olhos azuis.
— Eu também aceito um gole, filho, essa viagem me deixou com sede - diz Niôdine.
Niôdine é um homem alto e hipertrofiado fisicamente, tem rosto fino e cabelos com fios de ouro, olhos cor de mel e barba ao estilo bárbaro.

Após uma conversa amistosa sobre as atrocidades e aventuras feitas pelo rei e pelos Deuses na grande guerra, eles se direcionaram até a sala principal, onde iriam receber os convidados do evento.

Diante dos Deuses e dos políticos presentes, após muita conversa, Baldur sobe até a bancada no alto da pilastra onde está sua estátua de aço, presente dos humanos pela ajuda Élfica no ensino humano.
— irmãos e irmãs! Hoje é um dia a se comemorar, gos... - uma flecha de energia escura atravessa o peito de Baldur, sangue começa a sair pela sua boca e escorrem até seu pescoço, uma reviravolta começa a soar no ambiente, Baldur cai aos pés de sua estátua de aço.

Neste momento, Allhuie ouve de seu quarto gritos vindo da sala principal, corre segurando a saia do vestida e ao chegar à sala vendo seu pai sangrando rodeado de pessoas, correu até seu encontro empurrando quem estivesse em seu caminho, ao chegar perto, colocou a cabeça da Baldur em seu colo, sem conseguir ouvir mais nada, apenas a voz de seu pai.
—...Me... Perdoe... - disse Baldur fechando os olhos para a morte.

Apolo veio voando com as asas de anjo trazendo um sujeito acorrentado, às pessoas fizeram uma roda ao redor.
— Allhuie, majestade, este é o assassino de seu pai - disse Apolo, firmemente olhando nos olhos de Allhuie.
— Por-por que?.. - perguntou ela ao assassino, um Elfo Noturno que estava de vestes pretas, Allhuie estava com lágrimas nos olhos.
— Ordens do rei Endath Bríimordir, está decretando guerra contra a Terra Branca, guerra por mérito da ordem de primeiro plano e absorção pela morte de Baldur Horrier. - nesse meio tempo o assassino tirou uma faca com veneno e afundou em seu próprio coração, ouve um murmúrio de espanto na multidão, depois todos ficaram calados, os Deuses se direcionaram a Allhuie.
— Desculpe majestade, eu sei o que está pensando, mas nós Deuses não temos permissão para nos envolver nos problemas mortais - disse Niôdine, lendo os pensamentos de Allhuie.
— Não preciso da ajuda dos deuses, preciso apenas de um exército - respondeu Allhuie, com a voz embargada.

Após o humilhante episódio de Allhuie e Baldur diante dos deuses, no dia seguinte houve sua coroação como antecessora do trono de Pensália, rainha mérito de primeiro plano, a rainha da Terra Branca. logo o enterro de seu pai, honroso, colocaram-no em um navio de madeira com todos seus objetos pessoais e ao longe, ouve-se a corda de uma flecha balbuciar, a flecha pegando fogo atinge o óleo do navio o fazendo pegar fogo ao horizonte. Allhuie abaixa o arco lentamente, sabia que aquilo significava guerra, ela estava com sangue nos olhos e iria querer vingar a morte de seu pai com as próprias mãos, e assim, se inicia a guerra dos elfos.

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