Capítulo 02
A Floresta Nacional Tongass era o maior parque no Alasca, perto de Ketchikan, uma das cidades mais importantes da região e que cobre a maior parte do sudoeste. Um paraíso selvagem para as águias, ursos, e berço de desova de salmão.
Neste lugar solitário e bonito, Wolff Carter havia chegado há mais de cinco anos, logo após ter sido expulso de sua matilha. Nesta vasta solidão tinha encontrado a paz que ele procurava por muitos anos.
Ele tinha tudo o que queria: muito espaço para correr, boa caça, um emprego que lhe permitia proteger a beleza ao seu redor de seus predadores humanos, uma cabana quente para os longos invernos, a solidão silenciosa que exigia seus exercícios de concentração e meditação, e seus melhores amigos.
A tempestade estava por vir e devia guardar os suprimentos para os dias que não poderia sair. A caça tinha sido abundante. Ao ajustar a carga sobre o trenó percebeu, assim como os cães, o som muito antes de ver o pequeno bimotor envolto em fumaça caindo.
Por um segundo pensou em continuar com o seu trabalho, não queria ver humanos, cada vez lhe era mais difícil. Seus cães olhavam para ele como se estivesse esperando para ver o que iria decidir. Sabia que teria que aproximar-se, alguém poderia precisar de ajuda e era o único que poderia dá-la, em centenas de quilômetros ao redor.
Ele subiu no trenó, gritou para os cães e seguiu até onde tinha visto o bimotor cair.
A pequena aeronave estava partida em mais de duas partes, antes de chegar Wolff já tinha visto as asas e as rodas. Seria um milagre se alguém sobreviver. Wolff parou seus cães saiu do trenó e foi para os restos do que tinha sido um bimotor.
O corpo de um homem estava pendurado em um galho grosso em uma das muitas árvores do parque florestal, Wolff subiu em direção a ele. Apenas para confirmar o que já suspeitava: ele estava morto.
O desceu e colocou na pequena clareira causada pela passagem do avião caindo.
Quando olhou para cima, viu o que tinha sido a cabine, dentro dela encontrou mais dois corpos. O piloto sem dúvida e um passageiro. Nem um dos dois poderia dizer o que aconteceu. Wolff olhou em volta fechando os olhos, seus sentidos aguçados de um lobo tentando entender se havia algo que não havia levado em conta, quando ouviu um leve gemido. Mergulhou no que tinha sido o setor de passageiros e não encontrou ninguém. Mas tinha ouvido um gemido.
Moveu os bancos, alguns estavam uns sobre os outros, aparentemente o pequeno avião podia transportar oito passageiros, outros estavam dobrados e até mesmo arrancados de seus suportes. Mas não havia mais corpos.
E não havia nada.
Ele levantou a cabeça e cheirou. Passou pelo sangue, pelo cheiro de fumaça e olhou. Um leve odor proveniente da parte de trás da aeronave.
Continuou a trabalhar o seu caminho através dos bancos e algumas bagagens até o fundo do avião. Quando ele chegou lá, não havia mais nada. De repente sentiu a batida constante e firme de um coração. Sim, havia um sobrevivente.
Mas não estava dentro do bimotor, virou-se para olhar para fora do avião, pensando que talvez, como o homem na árvore, poderia haver algum sobrevivente lá fora. Mas quando estava na cabine, a batida aumentou de intensidade. Estava dentro, pensou ele e voltou em sua busca. Ao passar pela linha de passageiros, tudo o que viu foi um caixão inclinado que estava preso entre os assentos e o fundo da aeronave. Deviam estar transladando um morto, pensou ele. Mas algo não estava certo, os batimentos cardíacos que sentia, vinham dali de dentro? Se alguém tinha sobrevivido estava ali. Mas, onde? Wolff levantou a tampa pesada e a viu.
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Instinto Selvagem
FanfictionWolff Carter é um lobisomem. Mas não é um lobisomem comum, seu povo pertence aos Weremindful. Homens com habilidades de lobos e lobos com a inteligência humana. E embora tivesse a capacidade de mudar de lobo a homem, requeria um longo processo de ap...