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Capítulo 09

Wolff deixou a cabana coo o diabo na alma.

Ele precisava pensar. Precisava correr. Precisava caçar. Mas acima de tudo precisava ficar longe de Summer. Quando chegou ao galpão abriu a porta do canil. Afora estava nevando muito, mas não era a primeira vez que eles saíam como uma matilha, com uma tempestade de neve. Os cães saíram de suas jaulas, mas ficaram parados ao seu lado. Eles o tinham visto várias vezes convertendo-se em lobo. Wolff tirou a roupa. Ajoelhou-se e ficou de quatro, as palmas das mãos firmemente apoiadas no chão do galpão e começou a controlar e rarear a sua respiração. No começo foi difícil. O rosto de Summer, o cheiro, o gosto ainda estava grudado à sua boca. Jamais, "outra vez jamais", havia lhe custado entrar em estado alfa. Ele olhou para um de seus cães e concentrou-se nele.

"Inspirar, respirar, relaxar, deixar o corpo leve, sem pesos... você não tem pés... você não tem pernas... sem mãos... flutuar... o seu corpo não é pesado... flutuar no ar... somente... é leve... sou lobo."

E o lobo que vivia em si surgiu. Dourado, grande. Com um espesso pelo, com uma cauda grossa. Os cães ao seu lado o observavam. Todos moviam suas caudas. Wolff, o lobo, uivou. Esticou a cabeça e uivou para a glória da natureza dentro dele.

Virou-se e abriu o caminho para a floresta. Seus cães o seguiram.

Quando ele voltou o dia estava morrendo. A neve tinha sido intensa, mas já estava diminuindo. E também sua corrida tinha sido intensa, havia caçado e voltado cheio.

Quando chegou ao galpão, os cães entraram sozinhos no canil.

Wolff fechou a porta trancando-os. Olhou para a cabana através da porta aberta e caiu no sono. Necessitava para recuperar o homem. Fechou os olhos e procurou o estado Theta. Aqui recuperava a sua imagem de homem. Nesse estado, o homem que era regressava.

Quando o homem retornou. Ele sentiu o frio polar e se vestiu rapidamente. Fechou a porta do galpão e foi até a cabana.

Summer!

Os Weremindful, poderiam se fossem bem treinados, dissociar ou associar o lobo do homem. Eles poderiam ser lobos e preservar a consciência humana, ou poderiam ser os homens e manter as competências do lobo. Wolff tinha corrido e caçado durante toda a tarde e cada segundo desse tempo Summer estava em sua consciência.

Tinha feito uma lista de por quês deveria deixá-la ir: ela era muito jovem, ela era humana, ele não poderia assumir o risco de lhe causar dor, era uma mulher jovem e rica, distinta, brilhante, com um nome ligado à fundação da nação.

Também tinha feito uma lista do porque não podia deixá-la ir.

Uma lista muito curta. Não havia nada nela.

Quando ele entrou no vestíbulo viu sobre a pequena mesa na entrada da sala de estar, em frente à lareira, ao pé do grande sofá de couro, uma mesa para dois. Summer? Tinha cozinhado? Para ele? Para os dois? Ele foi para o seu quarto, o cheiro vinha de lá. Quando entrou, Summer estava envolta em uma pele, sentada na cama, apoiada em vários travesseiros e lendo um de seus livros. Wolff entrou e encostou-se no batente da porta; Summer fechou o livro e olhou para ele. Ela tinha chorado. A culpa perfurou a Wolff. Ele cerrou os punhos. Ela tinha que ir. Hoje. Sem falta

Quando Chipp a levasse tudo voltaria ao normal em sua vida.

- Onde você foi? - Summer perguntou gentilmente.

- Correr. - Respondeu do seu lugar. Cruzando os braços sobre o peito.

- Como lobo?

- Sim, como um lobo.

Instinto SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora