Outro lado da história

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OiOi

Então talvez um milagre aconteça e esse capítulo saia rápido

Beijo no popô de vocês

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Se tinha algo que Junhui se lembrava bem era dos seus dias no inferno, sem ninguém para ajuda-lo a arrastar sua corrente com a bola metálica na ponta

Foi uma noite só, uma única noite que acabou com toda sua vida, ou talvez já estivesse acontecendo e sua mãe foi cega demais para perceber, ou medrosa demais para admitir alguma coisa, medo do que seu marido idiota pudesse fazer quando o cheiro de álcool ainda era forte em sua tez e seus olhos ainda se mostravam avermelhados, os passos falhos e os grunhidos irritados que saiam de sua boca toda vez que tropeçava ou trombava nas paredes sujas dos corredores, sujas de outras noites nos quais suas mãos imundas eram colocadas ali para que não caísse. É claro que sua mãe percebeu, só não queria ter de contar isso para o garoto que dormia no quarto pequeno no final do corredor, aquele que sua mãe trancava por fora a noite e só voltava  abri-lo quando o homem já roncava solene ao seu lado no colchão

Eram noites terríveis que ela se obrigava a viver achando que um dia ele mudaria, que não beberia mais e chegaria em casa dizendo que a ama, abraçaria seu filho e finalmente, aceitaria a proposta de trabalho, aquela que os fariam melhorar de vida e se mudar para Hong Kong, ah sim seria perfeito, e enquanto aquilo não acontecia ela continuava tentando, mentindo para seu filho dia após dia, o levando para a escola e beijando sua testa quando chegava em casa, como se nada tivesse acontecido na noite passada, como se não tivesse acabada por não dormir e ter trabalhado até a hora da janta, até aquela noite, que tudo finalmente acabou, mas não do jeito que a mulher esperava, e sim muito pelo contrário

Naquela noite ela não havia aberto a porta para ele, e nem trancado a do quarto de Junhui, tinha esquecido completamente de seus deveres, do que deveria fazer para proteger a si mesma e ao seu filho. O home chegara com algumas mulheres, sem pensar que estava indo para sua casa com outras, ele já havia feito aquilo antes, mulher sempre fora seu ponto fraco, a coisa que fazia tudo desandar, tanto que a mãe de Junhui foi um dos grandes encantos, uma das coisas que o fazia ficar sem chão, era uma mulher linda, um corpo perfeito e cabelos longos, tudo que um homem como ele, que não pensava em casar nunca em sua fatídica vida, porém acabou casando e isso contribuiu para toda a merda acontecer, enfim, ao tentar entrar e casa e notar que a mesma não estava destrancada para que pudesse entrar, o ódio subiu por seu corpo, o deixando tenso, as veias dos braços fortes saltaram e suas narinas dilataram, ali era sua casa afinal, ele tinha todo o direito de entrar, cambaleou em volta da casa tentando achar uma janela que estivesse aberta, e aquela do último corredor, por coincidência ou porque estava na hora de algo mudar naquela família, estava aberta, os grunhidos de esforço eram altos, e as batidas da bota do homem na parede também, fazendo com que o moreno na cama fosse acordado rapidamente, ficando estático ao pensar que seriam roubados e mantidos como refém, eles não tinham muita coisa, perder tudo seria ruim, porém ele não consegui se mexer, o cara podia estar armado. Ao movimentar a cabeça percebeu ser seu pai ali, o que era estranho, por que ele não usava a chave? Aquela presa no passante do cinto? Quando estava bêbado todo seu instinto prático sumia, ao espremer os olhos notou suas garotas morenas, que com certeza deviam ter 10 anos a menos que seu pai, estavam mexendo no celular como se não estivessem com um homem bêbado que tentava invadir a janela do quarto de seu filho porque não percebera que a chave de casa estava nas calças, aliás, por que elas não avisaram para ele? Deviam estar tão bêbadas quanto, o mais novo se levantou lentamente caminhando até estar perto do rapaz mais velho "Pai? Por que não usa as chaves? Quem são aquelas garotas?" foi naquele momento que tudo começou, lentamente sue pai o olhou nos olhos como se não o reconhecesse, e o pegou pelo pescoço finalmente entrando no quarto "Foi você, menino desgraçado! Me tancou para fora de casa se idiota!" murmurava inconsciente enquanto carregava o garoto pelo quarto, o mesmo tentando soltar-se a qualquer custo, sem entender o porquê de tudo aquilo, aquele não era seu pai, não o que conhecia "Vai pagar por isso menino imprestável!" Junhui puxava o ar com força tentando manter-se acordado para que pudesse entender o que estava acontecendo, porém a cada momento sua visão falhava um pouco mais, as veias do rosto destacadas, o deixando roxo "Sua bichinha ridícula!" gritou empurrando o garoto contra a parede, marchando até a porta, esquecendo as garotas, que já estavam na rua desde o momento e que ele pegou seu filho "Vou matar aquela vadia que você chama de mãe!" Voltou a esbravejar, trombando nas paredes como sempre, caminhando até o quarto em que a mulher se encontrava, chorando encolhida, sentindo a dor de ter seu filho atacado e a que sempre esteve ali, a dor de não ser mais amada, de não ter mais seu marido de seu lado, e a dor do medo, os passos eram propositalmente altos, a medida que chegava perto da porta a força com que batia os pés no chão, ele estava louco como nunca estivera, porém ela também estava, estava seguindo seus instintos maternos quando se levantou e caminhou lentamente até a porta, abriu a mesma e gritou com aquele homem imundo como nunca tivera coragem de fazer, gritou tudo que não tinha dito em todos aqueles anos, era loucura aquele homem fazer aquilo com o próprio filho, que tinha sido, de talo forma, gerado por ele, e aquilo a deixou extremamente irritada, ela não tinha feito o filho com o dedo, e tudo aquilo foi dito enquanto ela caminhava até o cara que agora demonstrava medo da mulher que gritava perante a si, caminhando junto a ela de encontro a parede "...Seu desgraçado! Todo dia eu cuido de você, te dou comida e um lar! Para que você saia de novo a noite para que tudo aconteça no dia seguinte! Se alguém vai matar aqui sou eu seu filho da puta! Não casei com você para sofrer na sua mão! Quer comer uma vadia? Vai! Mas não volta mais, não vou encobrir suas merdas!" gritou em seu rosto sentindo o cheiro do álcool no hálito azedo do homem, e sem se conter levou a mão ao seu rosto batendo no mesmo, o que fez o mais velho grunhir irritado e ataca-la, pulando sobre seu corpo menor e a batendo raivosamente, Junhui assistia aquilo assustado e com medo da porta do quarto, tudo muito perto, e movido pela adrenalina que percorria seu corpo assustado, caminhou até o homem lentamente, passando pelo mesmo indo para sala, onde ligou para a polícia e pegou uma cadeira, jogando contra as costas do homem, que ao aterrissar no chão, soltou a mulher que foi engatinhando lentamente até o filho, e ali esperaram até a polícia chegar 

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A história de Junhui não acaba ai, depois disso ele nunca mais foi o mesmo, o que era estranho, ele se formou na imagem do pai, tudo que não queria, e se perguntassem hoje para o mesmo, o porquê de tudo aquilo, ele não entenderia, não entenderia o porquê de ter piorado as coisas para sua mãe, de estar naquele emprego ruim, de beber todas as noites para dar o mesmo trabalho que o pai para sua mãe, é claro que não se irritava com ela ou a maltratava, mas ainda tinha que ser cuidado, já que não consegui nem andar sozinho sem cair, pelo menos uma vez, talvez o motivo fosse a lembrança sempre constante de seu pai surrando sua mãe e a mulher que ele mais amava, e o único jeito de apaga-la era se embebedando e transando com todas as garotas, e garotos que via pela frente, sua tez era uma tela de chupões, e seus dedos os retratos das brigas que tinha, mas não era a pior parte

Em uma das festas conheceu seu melhor amigo da época, Mingyu, o cara sempre levava as drogas e as melhores garotas(os), e sempre arranjava confusão, metendo Junhui nas mesmas, Mingyu tinha um plano, ele queria enganar um garoto, ou uma garota, Jun não havia entendido bem essa parte, enfim, ele queria enganar um idiota da escola, e precisava que Jun participasse, é claro que ele aceitou, a maconha já estava agindo e sua mente já estava enevoada, não sabia o que se passava, e por isso não se lembrava muito bem dessa noite, só lembra do rosto do menino e de como se apaixonou por ele na mesma hora, se lembrava das costelas doloridas, e das mãos pulsando de acordo com o sangue que passava por seus dedos quebrados, ele não estaria mais no plano, mas agora tinha seu próprio, conquistar aquele garoto, e faze-lo seu, nem que só por uma noite, porém, o tempo foi passando e com as festas e com o sexo foi esquecendo dessa ideia, nem pensava mais no menino, na verdade sua mente estava lenta demais para que pensasse em alguma coisa, ontem nem sabia o que tinha feito, mas provavelmente sexo no banheiro da bala e drogas e mais drogas ingeridas

Em uma festa que fora e exagerou demais, da qual não se lembra nada, apenas de que tinha ingerido mais de uma substância química, foi quando acordou para a vida e decidiu que tinha que começar a mudar, pela sua mãe e por ele mesmo, depois daquela festa havia acordado no meio dos sacos de lixo no fundo da boate, cigarros e garrafas para todos os lados, e uma mãe chorando a sua frente, vê-la chora fez com que ele mudasse, com que começasse a trabalhar e ganhar até comprar uma casa melhor para sua mãe, para que voltasse para a escola, tendo que estudar 10 vezes mais do que precisava antes, os neurônios com os neuros transmissores interrompidos, a mente lenta, do nada ele começou a ter tudo, tinha sua mãe feliz ao seu e um bom emprego, uma casa própria com 17 anos e suas próprias responsabilidades, ele ainda saia e se divertia, claro, era um adolescente acima de tudo, mas não se drogava até quase morrer e nem transava com qualquer um, teve sorte de não pegar nenhuma doença, apesar de seu pulmão nunca mais ser o mesmo

As ferida nunca seriam totalmente cicatrizadas, e se fosse, as cicatrizes sempre estariam ali para que ele lembrasse, seja ela no pulmão ou na memória

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E ai o que acharam da história? Muito drama ou boa?

Pergunta do dia vai ser a mesma já que ninguém respondeu: Qual o bias de vocês em seventeen

Sobre o cap:

1-Junhui salvando a mãe

2- MInghao já fazia parte do passado dele 

3- Mingyu sendo filha da puta ate com um "amigo" 

4- Eu não odeio o Mingyu, mas eu pensei nele para esse papel

Beijos o papai ama vocês

"Eu Só Queria Ser Normal"Onde histórias criam vida. Descubra agora