Sem Dor, Sem Ganho

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Esse capítulo é especial, ele é para a famosa Soraia. E a imagem do capítulo é do Bradley Soileu, que faz parte do Dreamcast. Ele é o Kristen.

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Eu vejo dor, eu vejo prazer.

O dia estava nublado e chuvoso, assim como o clima da casa. Lana fez um coque em seu cabelo, tirou a blusa de frio e a jogou na cama, esperando Kristen.
Ele abriu a porta com uma bandeja na mão, o que surpreendeu Lana.
- Bom dia, meu amor. - ele sorriu ao falar - Eu trouxe alguns pêssegos, suco e uma porcaria gordurosa de chocolate.
A garota permaneceu quieta enquanto ele colocava a bandeja na cama. Ele se agachou em sua frente, esperando ela comer. Ela fitou seu corpo levemente musculoso porém forte por longos segundos. Ela piscou com dificuldade algumas vezes quando viu que ele carregava uma arma em sua cintura.
- Não quero que minha garotinha morra de fome. - Kristen beijou a boca da mais nova.
Lana bufou e com nojo mordeu a boca dele, depois o empurrou. Ela estava cansada de suas provocações e de suas falsas demonstrações de amor.
- Nunca mais chegue perto de mim! - ela gritou enquanto se levantava. Segundos depois ela arrependeu de seu ato. Ele estava furioso.
Kristen se aproximou dela, o cabelo loiro estava bagunçado e sua boca sangrava. Ele tocou a boca e olhou o sangue vermelho que pintou seus dedos. Ele levantou o braço direito e, num movimento rápido, deu um tapa no rosto de Lana, que foi parar no chão.
Ela o encarou com seus grandes olhos verdes, que agora choravam e ardiam tanto quanto sua bochecha.
- Você é uma vadia louca. - ele se virou e saiu do quarto, depois trancou o portão.
Cada vez que o homem fazia barulho nas grades de ferro a garota sentia seu coração se apertando. Ela queria que Daryl a salvasse, mas ela sabia que isso era impossível.
A morena continuou chorando no chão por horas, até perder o fôlego. Quando ela lembrou de pensar já estava anoitecendo.
Kristen a encarou por alguns minutos. Ele não se sentia bem em ver ela chorar, mas ela precisava aprender que toda ação tem uma reação. Ele abriu o portão e a puxou para perto de si, a abraçando enquanto ela molhava sua regata com lágrimas.

- Oi. - um homem se aproximou de mim enquanto eu pagava o meu café.
Eu apenas o encarei, não gosto de falar com estranhos.
- Eu sou dono de uma empresa e... Eu te achei linda. - ele sorriu franzindo o nariz.
- Obrigada. - falei indiferente enquanto saia da loja. Ele me seguiu.
- Será que eu posso te dar meu número? Gostaríamos de ter você trabalhando lá. - ele mostrou os dentes em um sorriso de canto encantador, que me fez derreter. Eu notei que sua jaqueta de couro estava aberta e ele estava sem camisa. Inúmeras tatuagens cobriam seu corpo levemente musculoso.
- Tudo bem... - tentei responder enquanto recuperava o fôlego.
Eu peguei o pequeno cartão que estava em sua mão. Passei os olhos rapidamente pela letra cursiva que estava no papel. "Kristen" sussurrei para mim mssma.
Eu o fitei por alguns segundos enquanto ele se despedia com o braço. Ele parecia ser do tipo "encrenca", um badboy.
Um arrepio percorreu meu corpo quando seu olhar sustentou o meu. Ele estava ao lado de seus amigos - tão badboys quanto ele -, sorrindo para mim.

- Por quê? - a garota sussurrou em meio aos soluços. Kristen a mantinha de pé, ela estava sem forças para usar seus próprios pés.
- Você precisa aprender uma lição. - ele falou com um pouco de dor em sua voz, mas seu rosto era duro.
Lana levantou a cabeça com dificuldade, seus olhos vermelhos e inchados o encaravam incrédulos.
- Você se comprometeu comigo, lembra? Prometeu ser uma boa garota e então fugiu de mim. - uma linha formou-se em seus lábios.
Lana tentou usar os próprios pés para permanecer de pé enquanto limpava suas lágrimas.
- Você matou minha irmã e meu irmão. - ela alterou o tom de voz - Você matou meu namorado. Você ia me matar também... Ou - ela começou a sussurrar -, eu ia me matar.
Kristen a soltou, boquiaberto.
- Eu nunca seria capaz de te matar! - ele berrou, sem paciência. - Como pôde pensar isso? Eu te amo.
- Você me ama? - ela perguntou indignada enquanto levantava a camisa, revelando alguns machucados já cicatrizados e algumas marcas roxas que já estavam quase sumindo por toda sua barriga, costelas e coluna.
- Eu não fiz isso.
- Mas você me obrigou a fazer. - ela falou com indiferença - Por que você não me deixa ir embora? Seria tão mais fácil! Eu sou uma imprestável, não sou?
Kristen perdeu a paciência, mas permaneceu no lugar.
- Por que você não fala que quer voltar para os braços daquele caipira? Parece que vocês estavam se divertindo bastante. - ele apontou para seu próprio pescoço, mas ele falava das marcas que estavam no pescoço de Lana.
A garota se sentou na cama, se encolhendo. Ela sabia o que viria a seguir.
- Eu deveria te deixar ir... - ele caminhou lentamente em direção ao portão. - Mas você sabe... - ele falou de costas pra ela, abrindo-o - Você é uma prostituta, e nem todo mundo gosta de prostitutas.
Lana arregalou os olhos ao ouvir o que o homem estava falando. Ela queria acordar daquele pesadelo. Ela conhecia essa frase.muito bem.
Todos os homens que Lana se relacionava tinham o mesmo destino. E sempre por causa dessa frase.
- Mas eu gosto. Principalmente de você. - ele passou o cadeado no portão.

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