Capítulo 3°

841 89 8
                                    

Não revisado!
———————————————

Eu queria fechar os olhos e não acordar nunca mais.

Melanie

Olho novamente no espelho e vejo uma ilusão, essa não sou eu, porque eu aceitei ir a esse jantar? Porque estou prestando esse papel ridículo? Pagar de garota feliz a noite inteira?

— Está linda Melanie — Carolina diz, não vejo verdade em suas palavras.

Puxo a xuxa dos meus cabelos e os deixo cair nos meus ombros, tiro toda a maquiagem e agora vejo um pouco de mim no espelho.

— Essa sou eu — Me viro pra Carolina que dá de ombros e volta a atenção pra gravata do  "Meu pai" Carlos.

— Se você quer ir assim o problema é totalmente seu — Carlos diz áspero.

Estou com um vestido roxo, mais com meia 3\7 por debaixo deles, não estou tão mal assim.

Eles terminam e me puxam para o carro, entro no mesmo e coloco meus fones, o som de "Evanescence" enche meus ouvidos.

Quando a morte virá? Sou tão insignificante que nem ela me quer?

Sinto o carro parar e olho pra fora do vidro, estamos em uma empresa, a que meu pai trabalha pra ser exata, ela é enorme, talvez seja o lugar perfeito para o meu suicídio.

— Se comporta — O tom rude de Carlos me faz encará lo.

Não falo nada, apenas me viro e entro no lugar, na entrada tem várias pessoas, homens e mulheres com seus filhos, outros sozinhos, mais todos tem um sorriso no rosto, são todos patéticos.

— Acho que o Andrew ainda não chegou querido — Carolina fala olhando Carlos.

— Acha que só porque é o dono pode se atrasar — Carlos fala com a voz carregada de inveja.

Deixo de prestar atenção na conversa deles e olho em volta, ao longe vejo uma garota, ela parece ser mais velha que eu, não acho que tanto, mais oque me chama atenção é o seu sorriso sincero, ela sorri não importa o motivo ela só sorri.

Qual o segredo pra felicidade? Porque eu não consigo ser feliz? Qual o motivo da vida?

— Ele chegou — Carlos diz ao meu lado olhando pro lado contrário que eu.

Olho pro mesmo lado e vejo um homem incrivelmente lindo entrando, sua expressão é séria, nem um sorriso, nada.

Ele olha em volta e quandos seus olhos encontram os meus eu me sinto prontamente perdida na imensidão daqueles olhos azuis.

— Vamos falar com ele querido? — Volto minha atenção a Carolina que fala agora com Carlos.

— Vamos — Ela pega no meu braço e me puxa em direção ao dono dos olhos azuis impressionantes.

— Andrew? — Vejo ele franzir o cenho e força um sorriso.

— Carlos? Boa noite — Ele cumprimenta meus "pais" e começam uma conversa.

— Desculpe a falta de educação, essa é minha filha Melanie — Carlos aponta pra mim e minha expressão continua a mesma.

— Andrew — Ele estende a mão e eu o cumprimento com minha tipica personagem "feliz".

Ele me olha atento e depois volta a sua atenção para Carlos e Carolina.

Saio sem olhar pra trás e vou ao banheiro, entro em uma cabine e me apoio na parede, encosto minha testa e penso.

Eu deveria me abrir pra alguém deveria contar tudo que sinto, que papo chato é esse? Eu nunca vou me abrir com ninguém, aliás ninguém entenderia, preciso de paz, da minha paz, preciso mesmo é da morte, quando esse mundo vai deixar de ser um fardo pra mim?

Sinto algo molhar a minha bochecha, droga eu to chorando, eu me proibi de derramar uma lágrima por causa da minha vida fodida, me privo de me lamentar por não ter uma vida "perfeita" droga.

Saio do banheiro após ter lavado o meu rosto, preciso de um lugar calmo, entro no elevador e coloco pra subir pro térreo, ao chegar lá em cima sorrio.

Quantas vezes eu quis estar aqui? Quantas vezes eu necessitei de um lugar como esse? Agora é a minha hora, hoje eu quero encontrar a paz.

E vou, hoje eu vou encontrar a minha paz.

*************

Minha Pequena Salvação - Pausada Por Tempo Indeterminado. Onde histórias criam vida. Descubra agora