Capítulo 9•

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Não revisado!
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O mundo quer te destruir.

Melanie.

Tá, confesso que aquilo mexeu comigo, ultimamente tudo que ele faz mexe comigo e é um sentimento tão acolhedor que me assusta.

Assusta porque eu não posso voltar a sentir, não posso porque amar dói, viver dói.

Eu não quero ter que amar novamente, não mais.

— Por onde você andou? — Carolina grita estérica assim que eu piso meu pé dentro "de casa".

— Eu estudo — Resmungo a encarando.

A mesma bufa e caminha a passos largos pro andar de cima.

Subo pro "meu" quarto e me jogo na cama encarando o teto.

Porque é tão complicado viver?

Morrer parece ser a única opção sensata.

Morrer pra não sentir.

Morrer pra buscar a paz.

Morrer pra não sofrer.

Morrer pra parar de doer.

Porque não morrer?

Eu só queria uma resposta.

A morte é tão acolhedora, sim pra mim é.

Acolhedora porque no fim, todos tem o mesmo destino, no fim todos serão abraçados pela morte.

Porque não adiantar uma coisa que acontecerá no fim?

Muitas vezes eu queria ser uma garota normal.

Ter uma família normal.

Mais ai eu lembro que pra isso, o preço seria "amar".

E eu não quero.

Não quero porque amar dói mais do que se pode imaginar.

Amar destrói.

Ou as pessoas que amam errado?

Me levanto da cama e caminho até a janela do quarto, me apóio na ponta e subo no telhado.

É tão bom ver as estrelas.

Elas transmitem a verdade.

A verdade que mesmo acompanhada, você estará sozinha.

Me sento no parapeito do telhado e encaro o céu.

As estrelas brilham, brilham pra marcar presença, para serem notadas, mais oque elas não sabem é que são notadas sem nenhum esforço.

— Boba — Murmuro a mim mesma.

Eu só queria ser feliz.

Seria pedir demais?

E pra morrer?

Seria pedir demais morrer?

— O mundo quer te destruir — Sussurro ao vento e abraço meus joelhos.

Fria.

Solitária.

Sozinha.

Rejeitada.

Excluída.

Invisível aos olhos das pessoas.

Essa sou eu.

E acho que sempre vai ser assim.

Nada nunca vai mudar.

Eu só queria dormir e não acordar nunca mais.

O vento gélido da noite causa um pequeno arrepio nos meus pelos.

Sorrio.

Pelo menos o vento gosta da minha companhia.

Olho pra casa ao lado.

Os vizinhos estam brigando, novamente.

E na frente da filha pequena.

Se eles soubessem o quanto um abandono na infância muda a vida de uma criança.

Reviro os olhos e volto a olhar o céu.

Bom.

Pelo menos ter vivido pra ver o céu foi bom.

Um sorriso verdadeiro se abre nos meus lábios enquanto lágrimas por tanto tempo seguradas rolam pelas minhas bochechas.

É posso estar voltando a "sentir".

Mais farei o possível pra acabar com esse sentimento que está crescendo.

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Minha Pequena Salvação - Pausada Por Tempo Indeterminado. Onde histórias criam vida. Descubra agora