Minha Pequena Salvação - Pausada Por Tempo Indeterminado.

Capítulo 12

Andrew.

Largo os papéis na mesa, que caralho, é impossível de se concentrar.

Meu pensamento está todo voltado para Melanie.

Fico pensando como ela deve estar, ou apenas oque esta fazendo.

Droga.

Bufo e me arrumo na cadeira, já são quase 00:00 e eu aqui, preso nesse escritório.

A chuva lá fora cai violentamente, deixando a noite com uma aparência sombria.

— Que porra Andrew, como pode pensar tanto numa garota assim? — Resmungo a mim mesmo saindo do escritório.

Deixo o prédio e entro no meu carro começando a dirigir pelas ruas, agora vazias.

Uma onda de ansiedade me invade, não sei oque caralhos está acontecendo comigo.

Paro no semáforo e passo as mãos pelos cabelos irritado comigo mesmo.

Ao ver o mesmo ficar verde acelero o carro na mesma hora vejo uma sombra atravessando a pista passando na frente do carro não me dando tempo para frear, empurrou o carro pro lado acertando um poste mas a lateral ainda acerta a sombra em cheio, saio do carro as pressas, pronto para socorrer a pessoa, uns carros que por ali circulavam para, os motoristas dessem perguntando-me se estou bem e dizendo o quanto a pessoa havia sido irresponsável por atravessar com o farol vermelho. Não os do atenção e me aproximo da pessoa que se encontra no chão, ao que tudo indica desacordada, ao me aproximar mas sinto meu coração falhar uma batida.

— Mel... — Murmuro baixinho a puxando pra mim, a mesma está desacordada com um corte na testa.

Me preocupo e grito a todos para que chamem uma ambulância, eu não vou me perdoar se algo a acontecer.

— Oque houve aqui? — Um garoto murmura chegando perto de mim, ao ver Melanie desacordada sobre meu colo se ajoelha perto dela.

— Um acidente — Resmungo unicamente ainda olhando Melanie.

— Como isso aconteceu? — Posso ver desespero no seu olhar.

Me seguro para não mandá-lo pra puta que pariu.

Oque raios ele tem haver com isso?

— Acho que isso não lhe interessa — O olho agora sem demonstrar nada, mas minha vontade era me bater, porque eu não freiei o carro antes?

O garoto nada diz apenas fica olhando pra frente com um olhar perdido.

(....)

Caminho pelo corredor do hospital querendo saber logo oque houve com ela.

Minha cabeça ta a mil, parece que vai explodir a qualquer momento.

Meu peito se contrai e uma dorzinha se instala ali.

— Parentes da Melanie Killer? — Encaro o médico e os pais de Melanie fazem o mesmo, junto ao garoto que se encontra mais afastado olhando a todos.

— Como ela está doutor? — Carolina murmura sem expressar nenhuma emoção.

— Ela recebeu uma forte pancada na cabeça quando foi lançada ao chão, isso resultou em um início de traumatismo craniano, mas conseguimos reverter o quadro, não sabemos se ela ficará com sequelas, mas tudo indica que sim, uma perda de memória recente ou algo assim — Suspiro pesadamente passando as mãos pelos cabelos.

— Posso vê-lá? — Pergunto ignorando totalmente Carolina e Carlos.

— Sim pode — O médico sorri gentil e faz um gesto com a mão para que eu o acompanhe.

Assim faço, ao entrar no quarto encontro Melanie dormindo, parece tranquila, me aproximo da cama e aliso seus cabelos.

— Desculpa pequena — Sussurro depois de um tempo.

Sento-me na cadeira colocando o rosto entre as mãos.

— An..drew? — Ouço uma voz baixa chamar meu nome.

Levanto a cabeça encontrando Melanie com seus olhos abertos me olhando totalmente confusa.

— Olá... — Coloco minhas mãos nos bolsos e a olho.

— Oque estou fazendo aqui? — Ela olha a agulha no braço e tenta levantar mais a empeço.

— Você sofreu um acidente, não lembra? — Murmuro baixinho, a mesma nega com a cabeça me olhando.

Logo seu rosto se contorce em uma carranca de dor e ela solta um gemido baixo.

— Minha cabeça dói — Ela resmunga.

— Irei chamar o doutor — Me viro pra sair do quarto mas a mesma segura minha mão me olhando com os olhos apreensivos.

— Não me deixa sozinha — Ela encara em volta e me olha.

— Tudo bem — Volto a me sentar ao seu lado.

Se ela soubesse que está aqui unicamente por minha culpa, talvez nem olharia na minha cara.

A simples ideia de isso acontecer me causa um enorme desconforto.

— Eu lembro... — Ela murmura baixinho e me olha.

— Hum? — Suspiro cansado.

— Eu lembro oque aconteceu — Ela murmura voltando a deitar e encara a janela do quarto.

Suspiro novamente dessa vez mais alto atraindo a atenção dela que tem seus olhos culpados e ao mesmo tempo opacos.

Oque será que se passa na cabeça dela nesse momento?

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