CAP. 1 - Uma Gota No Oceano

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Para cada chama que acende, outra se apaga. Quem me deu a luz, teve a sua apagada horas depois. E a causa não sei qual é. Nasci prematuro e com risco de morte. Meu pai, quem deveria ser meu combustível, se foi, não o conheço. Cuidou de mim por certo tempo. Mas um ano após meu nascimento ele foi servir o exercito americano em missão no Afeganistão. Nascido no Rio de Janeiro, fui mandado pra Vitória, no Espírito Santo, pra ser criado por minha tia Marina e seu filho Robert. Dos meus pais nem lembrança tenho, ao menos fotos.

Um dia serei igual ao meu pai, um oficial. Quero viver o que ele viveu, passar pelo que ele passou. Eu me orgulho dele. Minha tia, a qual sempre se recusou que eu a chamasse de mãe, diz que ele deixou seu filho para salvar muitos outros. Porém, ela é contra minha vontade de seguir os passos do meu velho.

- Tia, estou indo trabalhar!

- Está bem meu filho. Cuidado viu? Não se atrase pro almoço.

- Ok. Tomara que a gente pegue uns 60 quilos de peixe hoje.

- E vão. Boa sorte, beijos!

E sai dali com a pressa que tenho constantemente.

Sempre com um sorriso no rosto, coloquei meu pequeno bote no mar e com seu Pedro fui pescar. Parecia um dia comum. Mas na hora de voltar, em meio ao mar agitado, percebi um reflexo. Curioso, fui nadando em direção àquele objeto. Seu Pedro preocupado gritou de forma irônica:

- Espero que você tenha achado um tesouro. E balançou a cabeça em sinal de decepção.

Percebi que se tratava de uma garrafa com algum bilhete dentro. E é verdade. Não é historia de pescador. Nada comum, cena de filme. Achei incrível aquilo. Voltei para o bote, com a ponta da garrafa entre os dentes.

Chegando em casa, fui direto pro quarto pra ler o que tinha na garrafa. Quando abro a porta, me deparo com uma linda morena com traços de uma índia. Por ventura, essa seria minha namorada:

- Jhennifer meu amor. Assim você me mata!

- Desculpa meu tritão. É que eu tava com muita saudade. Você não me ligou ontem... Nem ho...

- ...Você sabe que é semana de prova meu bem. Tá puxado. Disse para a Jhenny enquanto deixava a garrafa na cama distraidamente.

- Inclusive eu tenho que estudar agora. Disse a ela.

- Olha, este é seu último ano na faculdade. Você me disse que no ultimo semestre iríamos noivar!

- Eu não esqueci Jhenny. Vamos fazer o seguinte, almoça aqui em casa e falamos sobre isso.

- Está bem. Te amo.

- Também te amo.

O tempo passou e fui estudar. Ah! Não disse a vocês! Eu estudo engenharia mecânica. Estou no penúltimo semestre. Sou fascinado em máquinas, embarcações e aeronaves. Quero ser um engenheiro da Marinha do Brasil. Minha tia não aceita. Prefere que eu trabalhe em algo mais sossegado. Mas é como dizia o filosofo: "Sonho é sonho né" haha!

Chego em casa após os estudos, procuro pela garrafa. Não a encontro. Desesperado fiquei, pois a curiosidade era imensa. Não encontrei nada, e a bad tomou conta.

No outro dia de manhã fui trabalhar. Chegando lá, encontrei seu Pedro, que sorridente dizia:

- Bom dia meu garoto. Tenho uma novidade.

- Ah é? E qual é?

- Semana passada, um navio da Marinha esteve por aqui, certo?

- Certo.

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