Capítulo 1

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Seis semanas depois.



-Liah, você está prestando atenção?-minha mãe reclamou pela milésima vez só hoje.-Será que você poderia levar isso mais a sério, por favor? É do seu futuro que eu estou falando.

-Desculpe mãe.

-Pelo amor de Deus, você ainda no mundo da lua ultimamente. Qual o seu problema?

Qual o meu problema?

Como explicar pra minha mãe, Lídia Albuquerque, o meu problema? O meu verdadeiro problema é que eu sou a pessoa mais idiota que já existiu e, por este motivo, estou totalmente quebrada.

Bom, se você não está entendendo nada da minha situação eu irei explicar.

Meu nome é Liah Albuquerque, 18 anos recém completados, conhecida também como garota prodígio. Desde pequena já era conhecida pela minha inteligência e não foi surpresa para ninguém quando fui aceita na Universidade de Boston como aluna de arquitetura. Isso foi a quase quatro meses atrás. Claro que o bom nome da minha família ajudou tudo isso, mas eu também me empenhei bastante.

Ao saber que eu fui aceita na UB, minha mãe resolveu que tinha que esfregar a minha inteligência no rosto de suas amigas. E foi aí que começou minha desgraça.

Na minha comemoração, assim como em todas as festas da minha família estava presente o garoto dos meus sonhos, que por acaso também era o "santo" do pedestal de minha mãe, Guilherme Fontana.

Desde sempre eu sou apaixonada por Guilherme, mas ele nunca tinha me notado. Sabe como é, a nerd baixinha e o garoto popular. Mas naquela noite, ah naquela noite, foi tudo diferente. Naquela noite ele me notou e foi todo amores pra mim. E a partir daí começamos a namorar, ou pelo menos era o que eu achava.

Esse nosso "namoro" durou cerca de um mês. Ele não era o melhor namorado do mundo, mas era o garoto dos meus sonhos e por este motivo eu fazia de tudo para agradá - lo. Exceto uma coisa: sexo.

Não por falta de tentativas da parte dele, ele sempre tentava, mas eu não me sentia 100% a vontade e muito menos preparada.

Isso até seis semanas atrás. Não que eu já me sentisse preparada, longe disso, mas ele me levou num motel caro e insistiu essa prova de amor. E eu não resistir, eu não podia perdê - lo. Então aconteceu e na verdade foi horrível. Eu não vi nada, não senti nada e só ouvi o prazer dele. Me senti suja, usada, quebrada, como se uma parte importante minha tivesse sido tirada sem jeito de reparação. Mas até aí tudo bem, por que a gente se amava, certo?

Errado.

Como se eu já não me sentisse mal o suficiente depois do ato ele me tratou como um lixo, lixo que eu estava me sentindo. E depois disso tudo que eu recebi dele foi silêncio.

Agora como explicar a minha mãe que o menino dos olhos dela tinha feito isso comigo? Do jeito que eu a conheço sei que é bem capaz dela colocar a culpa toda em mim.

Já meu pai, Dr. Henrique Albuquerque, com sua natureza leve e doce acabaria seguindo a opinião de minha mãe.

Então eu tenho guardado essa dor dentro de mim há seis semanas.

-Não é nada mãe, só estou enjoada.-os que também não era mentira, afinal o enjôo acompanhava meu sentimento de lixo.

-Pelo amor de Deus Liah, a dias você está sempre indisposta, enjoada, tonta... Já chega. Vou ligar pro seu pai e avisar que estamos indo pra uma consulta.

-Não precisa mãe.

-Claro que precisa. Semana que vem você embarca pra Boston e vai ser terrível você viajar tanto pra chegar lá descobrir que está doente e ter que voltar.

-A gente não pode simplesmente pedir pro meu pai me examinar quando ele chegar?

-Deus te livre de precisar de uma consulta com o seu pai, filhinha. Já está decidido. Se arrume, saímos em 1 hora.

Respirei fundo sem poder resistir.

Meu pai é oncologista, porém é dono de um hospital que atende em várias áreas. Já minha mãe é dono de uma rede de lojas de luxo.

Apesar do embrulho que sentia no estômago levantei pra me arrumar. Afinal, se fosse algo grave eu precisava saber.


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