Capítulo 2 - A Surpresa

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Logo de manhã...

-Bom dia dorminhoco! Olha o que trouxe para ti! - diz Jaysson abrindo a janela.

Acordo com a sua voz e vejo um tabuleiro com comida do meu lado. Tem tão bom aspeto que sinto a água crescer-me na boca.

-Uau.. Obrigado. Podia habituar-me. - gracejo enquanto me espreguiço.

-Tens de comer se quiseres melhorar. - acrescenta cheio de energia.

Com um sorriso sonolento, dou uma dentada na omelete, que me sabe pela vida. Está excelente, mesmo suculenta.
Sinto-me um pouco constrangido ao ver que ele me observa enquanto como. Eu gosto, mas não estou habituado a que alguém me trate assim. Até porque não conheço quase ninguém.
Ele é bastante querido.

Quando acabo de comer, volto a olhar para o seu belo rosto, para o ver sem cor. Fico logo preocupado.

-Estás bem, Jaysson? - pergunto deixando a bandeja de lado.

-Não me estou sentido lá muito bem. Penso que pode ser do pequeno almoço. - diz com a mão no peito.

-Isso não é do pequeno almoço. Já ontem estavas sentindo-te mal. Ou vais ignorar isso? - sugiro preocupado.

Ele olha para mim e sorri, como se isso o deixasse feliz.

-Tens razão... Vou ver se amanhã vou ao médico. - responde após passar a dor.

-Mas é que vais mesmo. E eu vou contigo. Só para me certificar. - acrescento com alguma determinação.

Enquanto Jaysson leva o tabuleiro com os pratos, reparo no quão bem feito é o seu rabo. Afasto os pensamento impróprios assim que ele para no aro da porta, para fechá-la.

-Não te esqueças que tenho de ir trabalhar! - exclamo para que ouça mesmo do outro lado da porta.

-Não penses que vais trabalhar nesse estado! Mais logo damos um passeio. - responde um pouco distante.

Alguns minutos depois ele volta e eu já estou vestido.

-Mas é que claro que vamos. Vamos dar uma longa volta até ao hospital. Tens de ver o que é isso. - reclamo com ele, um pouco aborrecido por ver que não está a levar isso a sério.

-Está bem. Vamos ao hospital, mas depois damos uma passeio. - responde.

-Vamos onde? - questiono na curiosidade.

-Logo verás. E nem contestes. - responde saindo porta a fora.

-Não gosto de surpresas! - exclamo tentando obter a sua atenção.

Mentira. Eu adoro surpresas. Só estou um pouco curioso e no momento, achei que ele me fosse dizer o que é, para ver a minha reação.
Ainda assim, como iria ele fazer uma surpresa se me conhece à um dia?
Só sabe gosto de gelados, sou péssimo com patins e um expert a passar vergonha. Bem.. e homens, né?

Depois do almoço, Jaysson pega em uma venda e tapa-me o olhos, ocultando tudo. Toco no tecido suave do pano, tentando encontrar uma área com espaço suficiente para espreitar. Logo que apanho a oportunidade, espreito e vejo algo verde, algo mesmo próximo. Jaysson começa a rir e eu espreito pela fenda, percebendo que é o seu olho direito. Questiono o porquê de tanto mistério, mas ele não me responde. A curiosidade está a consumir-me lentamente.

Ele ajuda-me a sair do carro, levanto-me até uma cadeira. Pelo menos pelo que sinto, parece uma cadeira. Continuo a apalpar a cadeira, até que sinto algo macio, e de repente algo húmido toca-me a mão. Deixo escapar um grito e questiono o que é. Ele começa a rir e eu sinto algo outra vez. É húmido e tem algo mais. É macio... É uma língua. É a língua de um cão.

The One - Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora