Capítulo 30 - Tan cerca aunque estes tan lejos.

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Capítulo 30 - Tan cerca aunque estes tan lejos.

A volta para casa foi um tormento, os paparazzi’s passaram dos limites. Eu quase bati com o carro tentando fugir deles de tão nervosa que fiquei. Estava ao ponto de chorar quando estacionei na porta de casa, sabia que eles estavam amontoados em algum lugar não muito longe dali. Bati a porta furiosa e andei em passos largos na direção de casa, Taylor e Chris quase correndo para me acompanhar.

Chris abriu a porta e eu passei batida por ela, esbarrando em Clara que segurava um jarro de plantas na mão ali perto. Ela deu dois passos para trás, uma expressão assustada no rosto quando viu Chris e Taylor entrarem com a mesma cara que a minha.

 : - O que aconteceu? Você não andou aprontando, não é Lauren? Era só o que faltava.

 Clara colocou o jarro de plantas em cima de uma bancada de mármore atrás dela e me olhou, levando as mãos na cintura. Aprontando? Que merda eu poderia estar aprontando?

 : - Para a sua felicidade, não, eu não aprontei. Aliás, o que eu poderia “aprontar”… – Usei os dedos para formar aspas enquanto dizia à palavra. – Aqui em Miami? Cometer assaltos? Juntar-me com viciados na esquina e cheirar carreirinhas de pó? Por favor, não comece com tuas acusações.

 : - Lauren.

 Chris me olhou apreensivo, seu olhar me dizia que eu deveria me acalmar. Mas me acalmar como? Quase matei nós três em um acidente de carro, estava com vontade de chorar por conta daquela pressão toda, chego em casa e ainda tinha que ouvir aquilo? Bufei rindo ironicamente e me joguei no sofá, erguendo a cabeça sobre o encosto do mesmo para puxar o ar com força. Desejei Camila respirando junto comigo.

 : - Nós fomos seguidos por paparazzi’s durante todo o caminho de volta para casa, mãe. Lauren ficou nervosa e quase bateu o carro por causa disso, se ela não fosse tão boa na direção, provavelmente, a senhora estaria sem teus três filhos agora.

 Taylor contou a ela largando a mochila que tinha nas costas sobre a mesma bancada. Não olhei para o rosto de minha mãe, mas tinha certeza que sua expressão estava aterrorizada. Deixe-me comentar uma coisa, sim? Desde que cheguei em Miami, Clara, vulgo minha mãe, estava fingindo que nada tinha acontecido, agindo como se eu não estivesse namorando Camila, agindo como se as fotos na People não existissem, ou seja, estava tratando a verdade como uma mentira por medo de enfrentá-la. E o que eu faria em relação a aquilo? Ai é que está, eu não sabia.

 : - Não diga isso, Taylor, pelo amor de Deus.

 Sua voz era puro horror. Fechei meus olhos para tentar me acalmar, ainda estava tremendo. O barulho dos pneus do carro derrapando me perturbando de um jeito que me fez colocar lágrimas nos olhos. Estávamos bem? Estávamos, mas se eu tivesse perdido o controle naquele momento, poderia ter nos matado. Tudo por culpa daqueles infelizes, até quando aquilo iria durar? Eles nunca ficaram no meu pé daquele jeito, sempre foram muito pacíficos, nunca me deixaram irritada ou algo do tipo. Por que todo aquele inferno? A resposta era óbvia.

 : - É a verdade, mãe. Mas graças a Deus estamos vivos. Meu pai ia ter um prejuízo e tanto com três caixões de uma só vez. – Chris riu em seu humor negro de sempre e eu ouvi quando ele ganhou um tapa estalado no braço. – Ai, caramba!

 : - Nunca mais diga isso, ouviu bem?

 Voltei à cabeça para a posição normal e olhei para eles. Minha mãe estava com o dedo apontado para Chris, que tinha uma mão esfregando o braço golpeado. Se a situação fosse outra eu iria rir da cena, mas…

 : - Tá bom, desculpa.

 Ele disse sorrindo e distribuiu beijos pela bochecha dela antes de sair em direção à cozinha. Taylor também havia sumido, provavelmente estava atacando algo na geladeira, logo éramos apenas eu e Clara, nossos olhos se encarando intensamente. O meu gélido, o dela preocupado. Sua expressão era quase interrogativa, sua testa estava enrugada. Rolei meus olhos e me levantei, ainda não conseguia ficar na presença dela por muito tempo, meu estômago reclamava. Estava saindo pronta para ir na direção do meu quarto quando ela segurou o meu braço, um aperto firme. A encarei novamente, mas não falei nada.

Falling in love for the last time Onde histórias criam vida. Descubra agora