Capítulo 31 - Febril.

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N/a: Esse capítulo e o próximo são curtos, como eu avisei recentemente. Mas os outros vão seguir a marca dos longos, alguns bem longos. Enfim, só avisando novamente. ♥

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4 de Outubro.

 Lauren POV.

 Os dias passaram de forma lenta e torturante depois do meu jantar virtual com Camila. E posso dizer que se nos falamos por mais de duas horas em todos esses dias, foi muito. Eu ligava, ela não atendia, quando atendia nos falávamos por quinze minutos e desligávamos. Ela parecia tão… Anormal, era como se não fosse ela. Sua voz estava diferente, um ponto agudo de dor, uma diferença assustadora no modo de me tratar, parecia que ela estava querendo me evitar.

Eu estava com uma sensação tão estranha, não conseguia dormir a noite por conta de uma falta de ar que chegava do nada e ia embora da mesma forma. Perdi as contas de quantas vezes coloquei a cabeça para fora da janela de madrugada em procura de ar fresco, respirando com tanta força que sentia meu peito doer. Uma dor de cabeça latejante me fazia tomar analgésicos atrás de analgésicos, completamente em vão. Eu me perguntava de cinco em cinco minutos o que havia feito para Camila ter mudado comigo daquela forma, ser rejeitada por ela quando o que eu mais queria era ficar perto, doía.

Aquele começo de tarde de 4 de Outubro estava sendo mais agonizante do que o normal, além de não conseguir raciocinar direito por conta da familiar dor de cabeça, estava com um aperto no peito que não cessava. Rolei para o lado na cama e estiquei meu braço o máximo que pude, queria pegar meu Iphone sobre a mesinha ao lado. Assim que o peguei em mãos, disquei os números de Camila e levei o celular até a orelha, fechando meus olhos. Orei com todo o fervor para que ela atendesse, queria tanto ouvir a voz dela, eu tinha certeza que seria a cura para aquela dor infernal. Mas como eu não tinha tanta sorte assim, ela novamente não me atendeu.

 Encarei o visor do Iphone e parei para pensar por alguns segundos. Se eu tivesse feito algo de muito errado, com toda a certeza Camila havia contado para as meninas, então não me restava outra opção a não ser ligar para uma delas e perguntar. Disquei o primeiro número que me veio na cabeça, levando dois de meus dedos até minha têmpora esquerda para massageá-la. Gemi bem baixinho de dor, estava ansiando pelo momento de tomar mais um analgésico. Depois de segundos que se igualaram há anos, ouvi a conhecida voz do outro lado da linha.

 : - Ei, Jauregui.

 : - Dinah. – Eu disse suspirando. – Como estão as coisas por ai?

 : - Hmm… É, bem. E por ai?

 Aquele “bem” não me convenceu. Dinah estava com uma voz estranha, não parecia certa de suas palavras, sabe? Abri meus olhos e me sentei, levando minha mão até minha testa.

 : - Não parece, sua voz não está nada legal. – Funguei rapidamente. – Tem certeza que está tudo bem? Se estiver acontecendo algo, Dinah, eu tenho o direito de saber. Camila está estranha comigo há dias e eu nem se quer imagino o que posso ter feito para provocar essa reação. Então, por favor, não minta pra mim. Se existe algo de errado é obvio que ela te contou.

 Ouvi Dinah soltar um suspiro longo, e naquele momento eu soube que tinha algo de muito errado acontecendo. Minha dor de cabeça aumentou, um frio estranho na barriga. Estava nervosa.

 : - Olha, Lauren, Mila nos fez prometer que não iríamos lhe contar, mas eu não quero mentir sobre isso. – Não falei? – Enfim, ela não está muito bem. Já faz uns três dias que está tendo febre alta, e essa madrugada ela vomitou bastante. Viramos a noite em claro cuidando dela.

 Meu coração bateu acelerado contra o meu peito, eu estava de pé andando pelo quarto em menos de cinco segundos. Doente, Camila estava doente. Então era por causa disso que ela estava me evitando? Estava me mantendo distante para que eu não soubesse que ela estava doente?

Falling in love for the last time Onde histórias criam vida. Descubra agora