Capítulo 18 - Maldito banheiro.

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Ela ainda continuava imóvel no mesmo lugar, as mãos ao lado do corpo e seus lábios separados. Segurei o choro na garganta e me sentei na cama com muito custo, me movendo o mínimo que eu podia para não despertar Lauren. Puxei o cobertor e cobri meus seios, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha antes de erguer meus olhos e encarar Dinah. Abri a boca mil vezes para dizer alguma coisa, as mil vezes eu fraquejei.

: - Eu acho… Eu acho que eu volto depois, Mila.

Ela disse apontando para a porta sem tirar seus olhos dos meus. Respirei fundo.

: - Dinah, eu…

Tentei falar de novo, mas novamente fraquejei. Lauren se remexeu atrás de mim, espreguiçando-se. Fechei meus olhos com força e pedi a Deus para que ela não me tocasse, não com uma terceira presença naquele quarto. Mas como nem todas as nossas orações são atendidas…

: - Já está acordada, amor? – Ela disse toda manhosa subindo sua mão por minhas costas. Ela não podia ver Dinah, pois eu estava tampando sua visão com meu corpo. – Eu não quero levantar agora, fica agarradinha comigo mais um pouco.

Pediu arranhando minhas costas e aquilo foi o tapa que faltava para que eu soltasse o choro que estava prendendo na garganta. Levei as mãos ao rosto e comecei a chorar, meu corpo tremendo de um jeito que eu pensei que iria colocar meu coração pela boca. Lauren sentou-se o mais rápido que pode para envolver meus ombros com os braços, mas recuou da mesma forma rápida da qual se levantou.

: - Dinah?

Ela praticamente gritou, sua voz assustada e nervosa.

Lauren POV.

.Tomei o maior susto da minha vida ao ver Dinah parada perto da porta com a cara mais fantasmagórica possível. Camila chorava na minha frente, tudo o que fiz foi puxar o cobertor para cima e cobrir meu corpo nu. O que Dinah estava fazendo ali? O que diabos estava acontecendo? Ela pegou a gente de uma forma que nem em sonho poderia pegar. Meu rosto ardia, eu podia sentir todo o meu corpo tremendo.

: - Dinah, o que você está fazendo aqui?

Foi a primeira coisa que me veio à cabeça, meu braço segurando o cobertor grosso na minha frente como se eu precisasse daquilo para viver.

: - A porta estava aberta e… Eu vim acordar vocês já que são quase meio dia. Eu ia chamá-las para almoçar, quando… Ah, meu Deus! Me desculpem. Eu não sei o que dizer, eu estou morta de vergonha, me desculpem. Eu volto depois, eu… Merda! Eu não queria ter entrado assim sem bater, eu sei que errei, mil desculpas.

Ela disse gesticulando da forma mais rápida que podia, eu estava me sentindo tonta por causa da situação, meu estomago enjoado, meus olhos pesados. Se eu desmaiasse ali mesmo não seria novidade nenhuma.

: - Não era para você ter descoberto assim.

Fui tudo o que eu disse antes de abaixar a cabeça e passar meu braço livre ao redor de Camila, puxando-a para mim. Independente de que Dinah estivesse ali, de que o papa estivesse ou até mesmo meu pai, eu jamais deixaria Camila chorando daquela forma longe dos meus braços. Ela escondeu o rosto na curva do meu pescoço, chorando mais ainda quando comecei a nos balançar para frente e para trás na tentativa de acalmá-la.

: - Não era para você ter nos visto assim. – Eu continuei enquanto abraçava Camila. – Nós íamos contar pra você em um futuro próximo, íamos te chamar para conversar e contar tudo o que está acontecendo, eu te juro que íamos. Não era para acontecer dessa maneira.

Meus olhos ficaram molhados, eu estava com vontade de chorar por puro desespero, nervoso. Camila passou a mão pelo rosto e suspirou, seus lábios trêmulos e seu nariz vermelho. Me dava vontade de morrer vê-la daquele jeito.

Falling in love for the last time Onde histórias criam vida. Descubra agora