4. Na sua casa.

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Peguei o carro e acelerei até o bar do Joe. Bebidas e mulheres era do que eu precisava.

Precisava me distrair e esquecer que há menos de 24 horas atrás eu estava na melhor transa da minha vida com uma mulher que havia me deixado desequilibrado.

Eu realmente pensei que estava tudo cooperando para que eu voltasse ao normal, quando a avistei no mesmo local da noite anterior. Ela estava gargalhando e eu tive certeza de que nunca havia visto mulher tão bela quanto ela.

Contra minha vontade, meus pés começaram a caminhar na sua direção. Mas logo fui parado por alguém.

— Não quer me pagar uma bebida? — uma loira gostosa perguntou, um sorriso largo e cheio de segundas intenções.

— Foi mal, agora não vai da. — eu digo e forço um sorriso.

Ela se endireita e joga os cabelos.

— Tem certeza?

Coço a nunca, e assinto. Ela gargalha.

— Se mudar de idéia, vou estar por aqui.

Assinto e saio caminhando. Hesito por alguns segundos.

E, internamente, ensaio o que falar para Vaida.

"Oi, Vaida." "E ai, gatinha!" "Opa, veja só quem está aqui, que coincidência"

Reviro os olhos e penso que não poderia ser mais patético.

Juntei toda a coragem e parei logo ao lado da menina.

— Joe, o de sempre. — digo, ao me debruçar no balcão, fazendo-me de displicente.

Vaida ainda não havia me notado, porque parecia estar ocupada demais, rindo com o cara feio ao seu lado.

— Ah, Vaida! Veja só, que coincidência... — eu digo, fazendo-a virar para me encarar.

Ela abre um sorriso grande e arregala seus grandes olhos esverdeados.

— Nick, oi! — ela berra. — O que tá fazendo aqui?

Rolo os olhos, e sorrio de lado.

— O de sempre. — murmuro. — aproveitando a noite. E você?

— Ah, quase a mesma coisa. — ela ri e depois percebe que o clima ficou meio embaraçoso. — Oh, já estava esquecendo. Ken esse é o Nick, o cara que eu transei ontem. Nick, esse o Ken o cara que eu vou transar hoje.

Ken encara Vaida e ambos começam a gargalhar. E eu fico confuso, tentando entender o que diabos está acontecendo ali.

— É... — coço a nuca.

— Eu tô brincando, Nick. — ela murmura e toma um gole de sua bebida. — O Ken é meu amigo.

— Ah. — digo e um certo alívio, que eu não entendo, toma conta de mim. — Tudo bem.

— Agora que você tem companhia, vou procurar uma gatinho desse porte para mim.

O tal Ken fala, e eu fico ainda mais confuso.

Vaida me encara e ri.

— Ele é gay. — diz convicta.

— Ah, claro. — eu digo e observo o garoto de longe.

Ele é, definitivamente, gay.

— Aquela garota está te dando o maior mole. — Vaida murmura baixo, sua voz soa sensual demais.

Rolo os olhos e vejo que é a mesma garota que esbarrou em mim quando entrei no bar. Dou aquele sorriso que as garotas costumam chamar de galanteador.

— Você acha? — tenho certeza, penso internamente.

Vaida assente.

— Eu... Ahm, te liguei algumas vezes.

Vaida semicerra os olhos em mim e eu abro um sorriso amarelo.

— Está na sua caixa de mensagens, eu acho.

— Por que... Me ligou?

— Sei lá, a noite ontem foi agradável para mim. Pra você não?

— Foi mal, Nick. Mas não entendendo.

— O quê? Só estou dizendo que te liguei para, não sei, talvez marcar mais programas como aquele. Eu só achei...

— Você não faz o tipo de cara que liga no dia seguinte.

Exatamente. Não faço mesmo.

— E você não faz o tipo de garota que atende a ligação de um cara no dia seguinte.

Vaida ri de lado.

— Não faço mesmo. — e, de repente, fica séria. — Acontece que eu aprendi muito cedo que garotos mentem. O que vocês ganham quando nos pedem para esperar a ligação de vocês no dia seguinte? É prazeroso saber que a maioria de nós, fica feito tonta, o dia quase todo esperando por uma única e patética ligação?

— Vaida...

— Eu não sou o tipo de garota que atende os caras no dia seguinte porque eu não espero que eles me liguem. Eu não sou o tipo de garota que atende os caras porque caras não te ligam no dia seguinte. Eu não sou o tipo de garota que você está acostumado a conhecer, Nicolas Rosemberg. Eu sou uma mulher e, uma mulher como eu, não espera nada mais do que um copo de cerveja pago por vocês.

Finalmente, após seu enorme discurso que deixou-me impressionado, Vaida bebe de uma só vez o restante de sua bebida.

Suspiro.

— Tudo bem, podemos fazer isso de novo. — ela diz como se nada tivesse acontecido. — Mas dessa vez vai ter que ser na sua casa.

Franzo o cenho.

Eu não levo garotas para dormir na minha casa. Eu nunca levo. Jamais. Sob hipótese alguma.

— Vamos logo. — digo, dando sinal para que ela possa me seguir.

Definitivamente, estou maluco.

**************

Postei dois capítulos e espero que vocês gostem! Só lembrando que a história é bem curta e logo logo chega ao fim. Perdoem algum erro, certo? Obrigada desde já! Beijos

O Tipo Certo de Mulher dos Sonhos.Onde histórias criam vida. Descubra agora