3. O que está acontecendo comigo?

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Tive a melhor noite de toda a minha vida.

Vaida Collins não é apenas bonita, extremamente sensual e diferente das demais.

Ela tem conteúdo. Ela é o que se pode chamar de pacote completo. Bonita, engraça e ainda por cima faz bom uso do seu cérebro.

Nós bebemos muito, mesmo assim permaneci sóbrio porque Vaida me fazia permanecer consciente só para não perder detalhe algum de tudo que saía de sua boca.

E que boca, meu Deus.

Nós dançamos e caímos no chão de tão cansados. Transamos e eu não conseguia me cansar de tocá-la ou de balbuciar o quanto ela era linda.

Mas, como ninguém é de ferro e está longe de ser, nós adormecemos.

Meus olhos se abriram de maneita tão veloz, que cheguei a me assustar. O relógio no criado-mudo de Vaida, marcava três da matina.

Collins estava dormindo desgrenhadamente. Em certo momento, ela quase me empurrou para fora da cama. Mas não havia problema, assim eu poderia admirá-la com mais detalhe. Afinal, não é sempre que você se depara com uma bealdade dessas, certo?

Depois de um tempo, vesti-me e me vi, novamente, paralisado nas curvas de seu corpo.

Mas era hora de ir.

— Vaida... — eu murmurei baixinho, perto de seu ouvido. — São quase quatro da manhã. Acho que tenho de ir.

Sonolenta, ela não se esforçou em abrir os olhos. Apenas murmurou um Ok quase inaudível.

— Certo. — digo e coloco meu casaco entre os ombros. — Estou mesmo indo.

— Tá. — murmurou rápido.

— Ok. — eu digo mais para mim, do que para ela.

Uma sensação estranha me impede de sair de uma vez de seu quarto. Sabe areia movediça? Quanto mais se tenta escapar, mas ela te puxa para si, te impedindo de sair daquela tremenda saia justa.

— Eu tô indo... — digo e me espanto com minha tamanha insistência. — tô indo mesmo.

— Você pode fechar a porta e colocar a chave escondida no tapete lá de fora? — sua voz soa cheia de rouquidão.

— Claro.

— Valeu. — e se ajeitou na cama, ficando de um jeito aparentemente confortável.

— Certo.

Vamos, Nick. O que te impede de ir logo embora? Mas que merda.

Era como se algo prendesse meus pés no chão e me impedissem de caminhar.

Os segundos se passam.

— Você ainda tá aqui? — ela murmura, estreitando os olhos.

E, para minha surpresa, algo que eu jamais esperava dizer para alguém, sai de meus lábios sem meu conscentimento.

— Eu te ligo amanhã, tudo bem?

— Tá. — diz com pouco caso.

— Por via das dúvidas vou deixar meu telefone lá na mesa da sala também, caso você precise do meu...

— Tá. — ela me corta, parece irritada. — Você pode ir logo... É que eu quero mesmo dormir.

. — é minha vez de ser curto.

Mesmo sem querer, corro dali e respiro o mais fundo que posso.

O que estava acontecendo comigo?

- - -

Rolei na cama diversas vezes até conseguir, finalmente, cair no sono. O qual durou menos de vinte minutos.

O furacão Nadja entrou no quarto com um quente e dois fervendo. Ela abriu a cortina e deixou a luz do sol adentrar pela janela, me fazendo estreitar os olhos e suspirar fundo.

— Eu estou tentando dormir, mãe. — murmuro irritado.

— Não é mais hora de estar na cama, Nicolas Rosemberg. — ela diz com pouco caso. — Vamos, vamos. Hoje iremos todos ao supermercado fazer as compras do mês.

— Mãe, são oito da manhã. Por que acha que eu vou com vocês para o supermercado? — rolo os olhos, enquanto coloco o travesseiro para tapar minha visão.

— Porque você só sobrevive com comida, e caso se recuse a ir conosco ao supermercado, vai ficar o dia todo sem comida até ter a boa vontade de levantar dessa cama e comprar sua própria alimentação!

Dou um pulo da cama.

— Mãe... Você é minha mãe, certo?

Mamãe revira os olhos.

— Exatamente, Nicolas. Sua mãe. Não sua empregada.

Turn down for what!

— Levante-se da cama e esteja pronto em dez minutos.

Ela não está pedindo. Seu tom de voz indica uma ordem. E quem sou eu para não seguir as ordens de dona Nadja rosemberg, certo?

- - - -

O restante do dia foi incrivelmente estranho. Eu deitei na cama e tive uma espécie de... Como é que tem no google mesmo? Ah, sim, crise existencial.

Mas, no fim das contas, eu percebi que não importava o que eu pensasse, tudo me levava a um único rosto e nome: Vaida Collins.

Remoei na cama e me auto repreendi por estar agindo feito um idiota.

Vaida Collins é linda? Ela é.
Vaida Collins é gostosa? Ela é.
Ela é engraçada? Ela, com certeza, é.
Ela é direta? Completamente.
E isso me martiriza? Claramente!

Eu estava maluco, e até cogitei a hipótese de ligá-la, mas que merda é essa? Eu não ligo no dia seguinte.

Pra ninguém. Ninguém!

Mas, quando dei por si, o telefone já estava chamando pela segunda vez.

— Aqui é a Vaida, no momento eu devo estar ocupada. Mas assim que puder, retorno sua ligação.

Ouvir sua voz na caixa de mensagens foi o mais próximo que consegui de calmaria.

Deus do Céu, o que estava acontecendo comigo?

O Tipo Certo de Mulher dos Sonhos.Onde histórias criam vida. Descubra agora