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Eu estava em um quarto escuro,sentindo o calor infernal que fazia. Minha cabeça doía e eu escutava alguém gemer. Tentei me mexer mas alguma coisa me segurava no lugar. Levantei a cabeça e vi um rosto na escuridão.

Suas mãos estavam em volta de mim. Seu pênis estava dentro de mim.

Comecei a me mexer e ele começou a apertar minha cintura com mais força,para me manter no lugar. Gritei,na esperança de alguém ouvir,mas ninguém veio.

Ele se aproximou do meu ouvido e disse aquelas palavras nojentas.

"Você é meu agora."

*******

Acordei com aquela preguiça matinal e sem nenhuma vontade de viver.

Era semana de provas, e, pensando nisso, a turma do terceiro ano, resolveu fazer uma festa na casa da Audrey,para aliviar o stress.

Eu não queria ir, queria ficar em casa, assistindo alguma série e comendo doce e pipoca,em um completo silêncio. Mas Bruno queria ir,e fazia tanto tempo que a gente não saia junto, nem parecia que éramos namorados.

Tomei um banho demorado e desci para o café da manhã.

Bruno já tinha chegado e eu o abracei,dando um beijo demorado logo em seguida.

A gente comeu junto e saímos para a escola.

O sol batia no nosso rosto,quente como nunca.

*******

No intervalo,depois de duas provas de química e uma de português,eu estava jogado em uma das mesas do pátio,ouvindo o Carlos falar sobre o último episódio de the walking dead e o que ele esperava para esse novo.

"Então você não vai na tal festa?" Perguntei.

"Não. E você não deveria ir também, Michael."

"Eu não quero. Mas o Bruno insistiu,e eu quero passar um tempo com ele."

Carlos fez um não com a cabeça e voltou a comer.

Comecei a pensar em onde Bruno estaria. A essa hora já era para ele estar aqui jogado em cima de mim,discutindo com o Carlos sobre séries e afins.

Levantei e olhei em volta. Nada.

"Você viu o Bruno?"

"Não. Ele deve estar comendo lá dentro."

"Hmmm...eu vou lá olhar. Já volto."

Peguei a mochila e entrei. Procurei nas salas e nada,fui no banheiro e nada,na quadra nada,na cantina também nada.

O sinal tocou e eu não podia me atrasar mais uma vez para a aula da professora Paula.

Dei mais uma olhada em volta,mas ele não estava mesmo por ali.

Virei o corredor e subi as escadas.

*****

Não vi mais ele desde que chegamos na escola. Já estava na hora de ir embora e nada dele.

"Cadê sua carona?" Carlos parou seu carro na minha frente.

"Não sei." Respondi desanimado.

"Entra ai. Sou sua nova carona." Sorriu.

Forcei um sorriso e entrei no carro.

Quem sabe ele teve que sair da escola por algum problema em casa e não pode ligar,talvez de noite ele de alguma notícia. Pensei.

Desci do carro dando tchau para Carlos e entrei em casa. Comi uns biscoitos e subi direto para o quarto. Estava exausto.

USOnde histórias criam vida. Descubra agora