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Lua



 Termino de comer meu café da manhã e entrego a bandeja para Julia, assim que ela sai corro para colocar os sapatos que Darco me deu, desde que acordei estou treinando o meu andar, nunca usei salto na vida então decidi acordar cedo para aprender sozinha "até que estou indo bem". Quando me dou por satisfeita e tenho certeza que não irei cair de cara no chão paro, vou para o banheiro e preparo um banho de sais.

Saio do banheiro secando os cabelos e pelada, passo creme de morango com champanhe em  todo o meu corpo. Assim que termino começo a procurar um lápis de olho que roubei de Aya quando tinha 13 anos, não me julguem, nunca ganhei maquiagem. Pego a gargantilha que tinha tirado assim que acordei para não acabar tomando banho com ela e coloco-a, vou até a cama onde deixei o vestido e o coloco, "vou ficar sem calcinha, eu que não vou usar essas coisas de vovó com esse lindo vestido" penso rindo, mas uma coisa para por na minha lista de ousadias, coloco os sapatos e vou em frente ao espelho, eu estou tão... crescida, até parece que sou bonita, me sinto melhor vestida assim, ficou perfeito.

Saio do meu quarto e vou descendo as escadas, quando estou no meio da mesma vejo Darco "tão lindo", ele está vestido de terno azul marinho, combinou com seu tom de pele, ao seu lado estão Aya e meu pai, ela usa um vestido preto curto, curto demais demais até, meu pai está com seu habitual terno. Chego até eles sorrindo, Aya me olha com uma cara de nojo "o que deu nela para ficar assim comigo?" Tudo bem que no fundo ela me odeia, mas ela nunca me tratou assim.

- Temos que conversar, me siga - diz meu pai, ele vai andando em direção ao seu escritório e  por algum motivo que sei explicar olho para Darco em busca de... "permissão?" Ele assente positivamente e então  sigo meu pai, ele caminha ao meu lado e Aya está atrás de nós. Entramos no escritório de papai e o vejo sentar em sua cadeira atrás da elegante mesa de estilo rústico, Aya fica em pé ao lado dele, Darco puxa uma das cadeiras pra mim e faz sinal para que eu me sente, obedeço, ele se senta na cadeira ao meu lado virando-a para ficar me olhando.

- Bem, vou direto ao ponto, você irá se casar com Darco e antes que pergunte o porquê disso vou lhe falar, eu sou o capo da cosa nostra, a máfia italiana e como só tive mulheres como filhas, nenhum herdeiro homem, a máfia russa quer quebrar o tratado de paz e tomar a cosa nostra, preciso de aliados e a máfia americana cresceu ficando incrivelmente forte desde que Darco assumiu o controle, então fizemos um acordo - diz meu pai, paro pra tentar assimilar tudo isso que ele acabou de me dizer, "não é possível"  penso "como eu nunca soube disso antes ?".

- Que acordo? - pergunto tentando me manter calma, uma parte de mim, a parte sensata, imagina se tratar de uma brincadeira, e se não for, é melhor correr.

- Eu me casaria com a filha dele e assumiria o controle da máfia, eu pensei que ele só tinha uma filha então estava disposto a esquecer a questão da virgindade caso ela não fosse, mas tive uma surpresa quando te vi, então, você me pertence agora - diz Darco, meu corpo todo se arrepia a ele mencionar que pertenço a ele, não devia gostar disso, não sou nenhum objeto.

- Você irá embora hoje com ele e irão se casar semana que vem - fala meu pai.

- Não te preocupas nem um pouco que sua filha irá se casar com um estranho? -  pergunto sem poder me segurar.

- Irei ficar aliviado de não olhar para você e lembrar da minha querida Olivia, só está viva por eu não ter conseguido te matar ainda - ele olha para Darco - Mas tenho certeza que Darco fará isso por mim - diz.

Arregalo os olhos com o que ele disse, olho para Darco e o mesmo está olhando para meu pai com uma cara nada boa, aquela cara que os monstros dos filmes fazem quando estão planejando as coisas mais horrendas possíveis.

PerversoOnde histórias criam vida. Descubra agora