Capítulo 3.2

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24 de março de 2015
Olá diário, me desculpe por simplesmente não ter forças para continuar, oque aconteceu foi que quando eu abri a porta Rose estava jogada no chão com a calça ensanguentada e inconsciente, eu simplesmente não tive reação e gritei por Lauren, ela viu a cena e como eu, simplesmente sentou ao lado de Rose e chorou, então eu decidi tomar uma iniciativa, levantei pedi ajuda a Lauren para carregar Rose até o carro, colocamos ela no banco de trás deitada e Lauren sentou atrás com ela para garantir que nada de pior iria acontecer e para me certificar de que ela permanecia respirando, dirigi cortando os sinais até o hospital público mais próximo, estacionei (ocupando 3 vagas por sinal) e eu e Lauren fomos com Rose nos braços até a emergência, quando entramos (chamando muita atenção) a enfermeira veio perguntar oque havia acontecido, o mais rápido que pude expliquei oque sabia e ela nos arranjou uma maca, colocamos Rose em cima e fomos até a sala que a enfermeira mandou, o médico a examinou e descobriu o porque do sangramento, ela havia tido um aborto, fiquei estagnada, nunca imaginei que minha mãe seria capaz de acabar com uma vida inocente por causa de um descuido dela, mas não a culpo, ela apenas estava tentando um sustento a mais e mais uma boca para alimentar seria ruim, mas pelo menos ela deveria esperar a criança nascer para doar ou colocar na adoção, não posso falar nada porque ainda não se sabe se foi um aborto espontâneo ou por vontade própria, tive que faltar a faculdade para acompanhar ela mas levei Lauren pra casa porque só era permitido um acompanhante, prometi a ela que a deixaria informada da situação de Rose, fiquei em todos os momentos ao lado da cama esperando ela ficar consciente (havia perdido muito sangue) tirei um cochilo na poltrona e depois de um tempo fui acordada por uma voz bem doce, quando abri os olhos a enfermeira estava na minha frente e com um sorriso no rosto, ela foi para o lado e pude ver que Rose havia acordado e já estava sentada se alimentando para recuperar a força, levantei para dar-lhe um abraço e ela me pediu desculpas, eu perguntei oque havia acontecido, ela me explicou, ela disse que 2 meses atrás havia saído com um homem (não era um de seus "clientes") e que ele a forçou a ter relações com ele, ela como não podia negar foi e acabou engravidando, faltou ao trabalho para ir na casa dele falar do ocorrido e ele bateu nela, fez de tudo que podia para que a criança morresse e quando viu ela inconsciente se assustou e a deixou na porta de nossa casa, eu disse a ela que estava tudo bem, ela estava bem e que iríamos atrás desse canalha, mas ela se negou, disse que não queria mais ver ele, que não queria mais contato com ele, queria fazer com que ele morresse no pensamento dela, eu concordei, entendia a situação dela, liguei para Lauren, disse que Rose ja havia acordado e que ela pegasse um metrô pra vir até aqui, pouco tempo depois ela chegou e nos abraçamos, nunca mais haviamos tido um momento assim, eu sentia falta desse carinho, foi um momento muito bom, Lauren se afastou e fez um pedido para Rose, um pedido que eu queria fazer a muito tempo, ela pediu para Rose parar, disse que apenas a renda da cafeteria bastaria para nos sustentar, Rose concordou e eu chorei, chorei de felicidade, não precisaria mais ouvir seus gemidos nem ver aqueles homens repugnantes saindo e entrando em minha casa, isso havia acabado, ainda bem, nunca me senti tão bem. Até amanhã.
-Liv

O Diário de Oliver WillowOnde histórias criam vida. Descubra agora