Sugestão de música: Give me something - Seafret
Na semana seguinte um policial bateu na porta de casa procurando por mim, segundo ele o suspeito estava contando uma versão duvidosa da história, e eles dariam início ao processo de condenação dele.
Mesmo que inconscientemente, eu não tinha pensado no Gustavo, acho que fiz isso por conta do choque de ver a Liza em coma... eu nem pensava em quem deixou ela naquela situação.
Mas assim que meus olhos se cruzaram com os dele do outro lado daquele vidro eu senti a raiva borbulhar dentro de mim, aquele filho de uma puta tinha deixado a Liza daquele jeito. Eu não sabia nem como agir diante de tudo aquilo, minhas mãos tremiam e eu só conseguia pensar em tudo que ele tinha destruído.
— Você o conhece Gael? — O policial perguntou e assenti. — Nesse momento ele não pode nos ver, nem nos ouvir, o que você sabe sobre ele?
— Ele é ex namorado da minha noiva. — Engoli em seco. — Brigamos em uma festa há mais ou menos nove meses atrás, quando a Elizabeth quase perdeu o bebê eu tinha quase certeza que tinha sido ele quem fez aquilo. — Respirei fundo tentando controlar meu nervosismo, os olhos do Gustavo permaneciam fixados em um lugar do vidro. — Três dias antes de tudo acontecer, eu precisei sair de casa pra resolver umas coisas e... e... quando eu voltei encontrei os dois se beijando, eu fui até sua casa e dei um surra nele. Isso é tudo.
— Certo. — O policial anotou em um bloco de papel tudo que eu falei. — Você sabe se ele e a vítima mantinham alguma relação?
— No dia em que fui sua casa e lhe dei uma surra, ele disse que eles estavam tendo um caso. Me mostrou as mensagens e uma foto dos dois juntos, foi por isso que eu e ela terminamos. — Senti uma dor no peito ao me lembrar disso. — Mas não acredito mais nisso, ele armou tudo.
— Tudo bem. Agora vamos ouvir a versão do Gustavo sobre tudo isso. — O policial apertou um botão. — Gustavo Remington, conte-me sua versão da história, de como tentou homicídio doloso contra a vítima Elizabeth Cooper.
Gustavo encarou o vidro sem saber onde estávamos exatamente.
— Ele está aí não está? — Vi um sorriso crescer nos seus lábios. — Eu mal podia esperar pra te contar como acabei com a vida da Elizabeth.
Senti meu sangue fervilhar, mas mantive o controle, eu queria saber como aquele imbecil tinha tido a coragem de fazer aquilo com a Liza e com o Daniel. Eu ouvi atentamente detalhe por detalhe desejando não estar ali, o jeito frio e sem arrependimentos como ele contava me matavam, eu estava com as unhas cravadas na minha própria mão e quando ele terminou pequenos cortes haviam se formado.
Ele armou tudo... tudo. Desde o beijo até as mensagens e a foto, Gustavo fez tudo isso e eu caí feito um imbecil. Fechei os olhos tentando não chorar ao pensar nisso, o policial parecia inquieto mas ainda assim continuou ali.
— ... Eu só não esperava que ela fosse continuar viva. — Gustavo falou com nojo e engoli em seco sentindo o ódio subir. — Eu espero do fundo do meu coração que ela morra Gael, e que você saiba que você foi o culpado por tudo isso e sofra pro resto da sua merda de vida.
Senti que chegaria ao auge, o ódio me cegou e minha única vontade naquele momento era acabar com ele. Sem pensar muito fui na direção da porta, o policial me chamou mas eu não dei ouvidos e continuei. No mesmo corredor tinha a porta da sala onde aquele doente estava.
Outro policial estava do lado de fora, e quando percebeu o que eu iria fazer tentou me segurar, mas eu não sei de onde tirei forças pra me desvencilhar dele. Assim que o Gustavo me viu abriu um sorriso ainda maior, eu voei na sua direção diferindo socos com a maior força que eu conseguia.
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O fruto do nosso amor
RandomLiza sempre sonhou em conhecer o amor da sua vida, se casar e ter uma família, tudo respectivamente nessa ordem. A única coisa que estava fora dos seus planos, era que isso fosse acontecer bem mais cedo do que ela imaginava, e totalmente ao contrár...