Capítulo Dez

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Acordei com o sol batendo na janela, me espreguicei sentindo uma dor no peito horrível.

Os sintomas tinham começado e isso era péssimo, porque depois que começavam só tendiam a piorar.

Olhei no celular praguejando por acordar antes do horário, se eu voltasse a dormir me atrasaria.

Ouvi alguns barulhos na cozinha e franzi o cenho... alguém tinha invadido minha casa durante a noite?!

Levantei andando devagar na direção do barulho, parei estática na porta enquanto via o Gael preparar alguma coisa no fogão.

— O que você tá fazendo aqui? — Perguntei o assustando, eu estava confusa com aquilo.

— Ué, bebeu pra não lembrar das coisas? Eu dormi aqui, esqueceu? — Ele perguntou como se fosse óbvio.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, ele estava com o cenho franzido e acredito que minha expressão não era diferente.

— Nós transamos? — Perguntei aflita sem conseguir me lembrar do que aconteceu.

— Não! Elizabeth o que você tem? Tá louca? — Ele perguntou abrindo os braços e balançando a cabeça.

Coloquei a mão na peito de alívio, tentei me lembrar de ontem e aos poucos comecei a recordar.

Minha expressão ficou aliviada enquanto ele ainda me olhava estranho.

— Minha memória é um lixo de manhã. — Expliquei sem graça e ele fechou ainda mais a careta que estava fazendo.

— Ou você é simplesmente maluca.

Dei uma risadinha fungada e entrei no banheiro.

Tomei banho sentindo todo meu corpo dolorido, eu era tão sedentária que só a caminhada naquele dia até a Golden Gate me deixou assim.

Voltei pro quarto pra me trocar enquanto ele batucava na cozinha, o cheiro estava maravilhoso... eu podia me acostumar facilmente com essa história de ser mimada.

— Vou ter que passar em casa pra trocar de roupa, vai ir junto? — Ele apareceu no quarto me vendo com a calça jeans entalada na metade das minhas pernas.

— Gael! Tampa o olho! — Pedi subindo a calça com desespero.

Minhas pernas ainda estavam úmidas e quase morri pra subir a calça.

Ele gargalhou enquanto virava de costas, eu estava vermelha de vergonha. Assim que consegui joguei a almofada na cabeça dele.

— Você não pode entrar nos lugares assim Gael, a casa não é sua, idiota. — Passei por ele indo até a cozinha.

— Não há nada aí que eu nunca tenha visto.

Tomamos café da manhã juntos e a cada instante eu lembrava do quanto aquilo era familiar, do quanto fizemos tudo exatamente da mesma forma milhares de vezes...

As coisas se repetiam da mesma forma, mas em circunstâncias diferentes. Eu ainda não sabia dizer o que isso causava em mim.

— Seu café da manhã tá maravilhoso. Mas eu nunca mais vou te elogiar de novo, aprecie esse momento. — Falei colocando uma garfada de ovo mexido na boca.

— Eu sei bem disso. — Ele resmungou antes de se levantar.

Fomos até seu apartamento e em menos de dez minutos ele desceu novamente com uma camisa social, Gael era incrivelmente perfeito.

Seu semblante estava sério e não quis perguntar se estava tudo bem, ele era bipolar e eu estava começando a me acostumar de novo com isso.

O resto da semana passou rápido, as coisas na empresa tinham melhorado e a minha relação com o Gael estava estável, conversávamos normal e em alguns instantes no meio das risadas parecia que ainda estávamos juntos.

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