Remedy

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"I remember all the things that I thought I wanted to be, so desperate to find a way out of my world and finally breathe, right before my eyes I saw... My heart it came to life."

A Broadway decepcionou Rachel Berry, pela primeira vez, quando ela tinha 25 anos.

A morena acabara de terminar o Curso de Teatro Musical em New York Academic of Dramatic Arts e era a Éponine do revival de "Lés Miserábles" daquele ano. Um papel clichê e que, ainda assim, ela dera até a última gota de suor para consegui-lo.

E de que forma essa decepção chegou? Na primeira noite do espetáculo.

Rachel estava mais nervosa do que jamais admitiria, afinal, era a primeira vez que ela participava de uma montagem do circuito principal da Broadway. Não era nada grandioso, mas existiam críticos importantes na platéia, assim como agentes e empresários. Era uma grande chance e ela estava totalmente em evidência, um dos solos era seu e ela precisava arrasar.

A morena treinou para isso, exaustivamente, da mesma forma que ela treinara em todos os anos de sua vida... Seus pés doeram pela coreografia, sua garganta ardeu por causa das diversas repetições de "On My Own", suas crises de enxaqueca aumentaram e pioraram conforme a estréia chegara... Enfim, ela dedicou-se no maior estilo Rachel Berry e enlouqueceu os muitos dos seus colegas de cena com seu humor ácido e inquieto.

E se os problemas estivessem retidos às paredes do teatro em que ela estrearia, tudo bem... Mas, tratando-se de Rachel Berry e de sua ambição para se tornar uma estrela, a intensidade era inexplicável e, também, inesperada. Portanto, Rachel também enlouqueceu Santana com suas crises de insegurança, discutiu os elogios que Kurt fez aos seus solos e, principalmente, blindou sua vida da influência de Quinn Fabray.

Quinn ainda estava em Yale, ela recebera uma súbita proposta de cursar Mestrado em Artes Cênicas e ainda continuava em New Heaven. Não era a loira quem morava por perto, mas ela ainda era a que exercia a maior influência sob Rachel... E qual o motivo disso? A morena, como sempre, buscava ser como Quinn, entretanto, desde que estabeleceram uma forte amizade, principalmente depois do falecimento de Finn, Rachel buscava a aprovação de Quinn. E isso não era lá muito difícil, Quinn a criticava duramente, mas sempre ressaltava seus pontos fortes.

Ou seja, Quinn era o perfeito equilíbrio para Rachel. Era o balanço que a morena precisava para se manter sã quando dividida entre o perfeccionismo e a insegurança. Era o porto seguro para o qual ela navegava quando estava com o seu barco prestes a afundar. Quinn era, de certa forma, a resolução de seus problemas e o remédio para a maioria de suas terapias... Rachel nunca soube explicar qual era o significado de sua ligação com Quinn, apenas sabia que ela existia e que era sincera. E, a esse ponto de sua vida e de sua amizade com Quinn, Rachel já desistira de tentar explicar e passou a viver e aceitar a presença constante e tranqüilizadora de Quinn.

E foi devido a essa conexão que a decepção de Rachel foi ainda maior.

Em um dos últimos atos da peça, Rachel cantou o seu solo e, sua garganta cansada e sôfrega, fraquejou nas notas altas da música... A morena percebeu seus erros e arregalou os olhos para sua aparente incompetência. Sua garganta arranhou e ela procurou, na multidão que a observava de forma desconfortável, os olhos esverdeados de Quinn. E, como era exatamente de se esperar daquela força magnética que as atraía, ela os encontrou, na primeira fileira.

Quinn tinha a expressão quase que indecifrável, mas seus lábios finos se crisparam e ela piscou os belos olhos verdes de forma incrédula e, tristemente, decepcionada. Rachel percebeu, seu coração acelerou e ela terminou, aos prantos, o solo. Lógico que essa atitude contribuiu para a melhora de sua atuação, mas ela chorara porque, de certa forma, nunca viu Quinn tão decepcionada.

Projeto 25 FaberryWhere stories live. Discover now