Water under the bridge

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"If you're not the one for me, then how come I can bring you to your knees? If you're not the one for me, why do I hate the Idea of being free? And If I'm not the one for you, you've got to stop holding me the way you do! Oh honey, if I'm not the one for you, why have we been through what we have been through?"

As mãos que seguravam a cintura de Rachel Berry não eram bem as que ela pensava que fossem, um dia, fazerem aquilo com tanta gana e ânsia. Tampouco, ela imaginava que fosse um par de olhos verdes que a olharia com tanta devoção. Muito menos pensava que uma boca tão delicada e um perfume tão doce fossem fazer parte de seus melhores sonhos e de suas piores noites de insônia.

Em mundo algum, em qualquer que fosse a realidade alternativa, Rachel jamais imaginaria que estaria tão entregue e tão dependente de Quinn Fabray como estava naquele momento.

Porém, diante de todas as perguntas sem resposta e de todos os rumos inesperados que a relação das duas tomara... Rachel não conseguia questionar a veracidade do que tinham. Fosse a química, ou a paixão, ou o desejo... Ela não conseguia questionar quão palpável e sensível era o que dividia com Quinn.

"Aquilo" que ela recusava-se nomear, mesmo sabendo em seu interior do que se tratava... Rachel era uma daquelas pessoas que se apaixonavam fácil e de forma leal, pelo tempo que fosse. Com Quinn, não era diferente. Rachel estava apaixonada.

Na verdade, perdidamente, apaixonada.

Rachel não era boba e conhecia Quinn muito bem. A morena sabia que a loira afastava aqueles de quem gostava, também sabia que ela era muito boa em erguer barreiras e ferir qualquer um que a ameaçasse... E Rachel também sabia que, para Quinn, o amor era uma ameaça. Foi esse sentimento, ou o fantasma dele, que a fizera perder Beth, depois Puck e quase lhe tirara os sonhos.

O amor era algo que Quinn excluíra de sua vida, ainda que tivesse Rachel, sempre presente, nela.

Portanto, Rachel sabia que liam o mesmo livro, mas sabia muito bem que não estavam na mesma página. Um abismo cada vez maior se estendia entre elas e aquilo sufocava a morena. Porque, do contrário de Quinn e seus medos, Rachel a deixara entrar. Rachel a deixara invadir e tomar cada pedacinho de si, a morena se fez da loira antes mesmo que pudesse evitar (e não era como se quisesse evitar). Rachel era assim, tudo no preto e no branco, os tons de cinza não existiam em sua vida. Ela não sabia existir quando podia viver. Ela não sabia amar pela metade.

E ela sentia que Quinn era única, independente do papel que desempenhasse em sua vida.

Por isso, o aperto ganancioso de Quinn a distraía, mas não a tirava da necessidade de saber, de fato, o que ela significava para a loira. As mãos de Rachel deixaram os cabelos loiros e percorreram, tortuosas, as costas pálidas. Chegaram à cintura e foram direcionados para os braços, cada pelo loiro se arrepiou ao contato das pontas dos dedos morenos. Por fim, Rachel chegou aos dedos que apertavam sua própria cintura e entrelaçou-se a eles, Quinn ofegou em seus lábios e Rachel aproveitou a deixa para, lentamente, se afastar... Um sorriso satisfeito brotando em seus lábios conforme se afastava e Quinn esforçava-se para ter mais dela.

Ali estava toda a ânsia e toda a necessidade de Quinn, impressas nos olhos verdes, cujas pupilas estavam dilatadas, marcados na respiração ofegante e embalados pelas batidas aceleradas de seu coração de encontro à pele de Rachel, cujas próprias batidas ecoavam no mesmo ritmo do coração da loira. As duas estavam em sintonia, em equilíbrio.

Os tons acinzentados da relação das duas não pareciam nublar quanto uma precisava de outra.

Porém, Quinn ainda se escondia e recusava-se a falar. E Rachel, naquele momento, estava determinada a não ceder se, de fato, também tivesse o que queria. E, tratando-se de Rachel Berry, palavras eram necessárias e indispensáveis.

Projeto 25 FaberryWhere stories live. Discover now