Ainda são 7:10 e as aulas vão começar apenas as oito, vou ter que aguentar até lá e não estou nem um pouco afim de conversar com ninguém.
O ruim de ser "popular" é que você é conhecido por quase toda a sua turma do ensino médio, mas você não sabe nem um décimo dos nomes das pessoas com quem estuda.
– Olá Nick, bom dia! – Disse uma menina baixinha de cabelos escuros com mechas coloridas de azul e rosa.
– Bom dia! – Ela me cumprimenta quase todo santo dia, e eu não tive a "pachorra" de querer saber o nome dela.
As meninas (e meninos também) me olham como se eu fosse uma celebridade, burburinhos nos pequenos grupos que se formam, olhares por trás dos ombros, risidinhas tímidas e muita, mas muita "infantilidade" por onde eu passo.
Acho que depois que conversei com minha mãe, eu senti uma clareza em minha visão e mente, era como se aquele lugar, que antes eu fazia questão de ficar me exibindo, não me agradasse mais.
Acho que liguei o botão da maturidade e do f*da-se juntos, pois não queria estar mais ali. Me sentia diferente, mais "adulto".
Continuei caminhando dentro do colégio e fui até o centro de espera, que no caso pra nós, os alunos, era um extenso jardim dentro do colégio. Um lugar bem arborizado e muito bem cuidado (tinha que ser, pela fortuna que meus pais pagam para o meu irmão e eu esturdamos aqui), sentei em um dos bancos em tom pastel que estão distribuídos por todo o centro.
Enquanto o tempo não passa, decido ver minhas redes sociais e me "atualizar" com coisas inúteis e de nenhum sentido cultural que as pessoas postam, mas é engraçado de ver.
Fico arrastando a tela que nem um besta, até que um voz conhecida me chama a atenção.
– Bom dia Nick, chegou cedo hein!
Era o Renato, meu amigo de sala, ele era uns dois meses mais novo que eu, mas sua fisionomia era totalmente diferente da minha. Renato era viciado em fisio e procurava sempre estar em forma. Seus cabelos, que mais pareciam carvão, destacavam muito seu olhos cor de mel. Renato é um garoto muito bonito, mas deixava a desejar com sua postura desajeitada.
-- Bom dia Rê, hoje foi minha mãe que me trouxe. -- Disse sem muito entusiasmo.
-- Como foi o seu final de semana?
-- A mesma coisa de sempre, parque, passeio e família, a mesma rotina de sempre.
-- Esta tudo bem Nick? -- Você está meio sério hoje.
Ele percebeu minha frieza, o Renato era um cara legal, mas as vezes queria mandar ele pra aquele lugar!
-- Foi mal Renato, aconteceu algumas coisas, e eu quero ficar na minha.
-- Beleza então Nickolas, a gente se vê na aula.
Caramba! Acho que fui seco demais com o Renato, eu só não quero falar sobre o que conversei com minha mãe, mas não quero ficar olhando pro meu celular até o sinal tocar.
-- Renato! -- Gritei. -- Volta aqui... foi mal, e só algo que aconteceu e não estou afim de falar agora, mas me conta como foi o seu final de semana?
Renato então voltou e sentou ao meu lado, e ficamos conversando, enquanto chegava mais um pouco da turma, que ia se juntando ao nosso redor e ficamos falando sobre o "FDS" e bobagens de adolescente até o sinal finalmente tocar.
Parecíamos uma multidão no dia de Black Friday, uma correria sem tamanho. O Colégio tinha umas trinta salas de aula, e mais de oitocentos alunos no total. Apenas 10 salas para o ensino médio, e todas funcionam no periodo da manhã e à noite. Depois do almoço eu posso escolher até 5 tarefas extras por dia, até minha mãe ou meu pai virem me buscar.
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Nick!
Teen FictionAtenção!!! Este livro contêm vocabulário pesado (palavriados). Leitura indicada para maiores de 16 anos... _________ _________ _________ Nickolas é um adolescente quase adulto cheio de sonhos e possui uma vida e família muito atualizada. Garoto...