XII

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•••Storybrooke•••

Emma Swan...

Abri os meus olhos devagar, estava tudo escuro, minha visão estava turva, estava confusa. Depois de piscar algumas vezes, a minha visão ficou mais clara, mas o quarto permanecia escuro. Estava deitada em minha cama, confortável, mais confusa. Coloquei os pés para fora da cama, ficando sentada. Me lembrava da última coisa que havia visto, Henry, Violet e Hook, todos preocupados comigo. me lembrei da dor que tinha sentido e elevei as minhas mãos até a altura do meu rosto, aquilo era estranho. A dor que havia sentido não era uma dor física, era como se algo impedisse o uso da minha magia, como se algo não permitisse que ela fosse usada e tivesse uma reação contra o uso dela. Olhei os lados, nada de Hook.

Me levantei da cama e caminhei devagar até a porta, toquei a maçaneta gelada e abri a porta, me deparando com um corredor vazio. Desci as escadas sem pressa, descalça, podia ouvir a voz de meus pais, que se espalhava pela sala. Apareci devagar na sala de estar e o olhar de todos foi ao meu encontro, Killian se levantou assim que me viu e andou até a mim.

- Como se sente? - ele tocou meus braços, logo a minha cabeça, como se analisasse o seu tamanho.

- Eu estou confusa. - respondi, o olhando e logo olhando meus pais.

- Sente-se. - minha mãe pediu, praticamente me mostrando o caminho até o sofá.

Todos estavam tão preocupados comigo, eu não entendia o motivo daquilo. Me sentei, como minha mãe havia pedido.

- Ficamos preocupados. - meu pai disse, passando o braço ao redor da minha mãe.

- não precisam ficar. - respondi, quase imediatamente.

- Você ficou desacordada por muito tempo, love. - Killian disse.

- Quanto tempo? - perguntei, o olhando.

- Mais de 30 minutos. - respondeu, minha mãe.

Os olhei com os olhos arregalados, assustada.

- Precisamos descobrir o que ouve. - meu pai falou.

- Não se preocupem, está tudo bem. De verdade, está sim. - respondi, não era bem verdade, mas não queria que se preocupassem.

- Tem certeza?- perguntou minha mãe, tocando meu antebraço.

- Sim, mãe, tenho sim. - respondi, afirmando com a cabeça.

- podemos ir para casa então?! - questionou meu pai.

- Podem sim, Killian vai cuidar de mim. Podem ficar despreocupados, ele faz isso muito bem. - eu disse, e deitei minha cabeça em seu ombro.

- Promete que liga se precisar de alguma coisa? - minha mãe ainda demonstrava preocupação, mesmo que eu tentasse fazer ela não se preocupar.

- Sim, prometo. - falei.

Os dois sorriram quase automaticamente, se levantaram devagar. Meu pai beijou minha cabeça e minha mãe fez o mesmo e os dois saíram.

- E, Violet e Henry? - perguntei, assim que meus pais saíram.

- Ficaram no quarto com você quase o tempo todo, mas estavam exaustos, pedi que fossem passear para esfriar um pouco a cabeça.

Fiquei feliz com o que ouvi, era tão especial saber que eles se preocuparam comigo e quiseram estar ao meu lado todo o tempo. Abraçei Killian e ali ficamos deitados por um tempo.

....

Já havia se passado meia hora, Henry e Violet ainda não tinham voltado, estava preocupada, mesmo sabendo que estariam bem. Me levantei juntamente a Killian e nós dois começamos a preparar o jantar, pouco tempo depois os dois chegaram em casa, animados e felizes em me ver.

- Mãe! - Henry disse, me abraçando.

- Oi, garoto. - beijei sua cabeça, assim que nos separamos.

Violet só sorria para mim, parecia envergonhada, mas sabia que queria se aproximar, de qualquer forma não invadi seu espaço.

- Já fiz a minha parte, agora acho que o amigão e eu podemos jogar um pouco. - Killian disse.

O olhei rindo e só concordei com a idéia. Henry e ele foram para fora da casa, com uma bola debaixo do braço, para jogarem.

- Quer me ajudar? - perguntei a Violet, que se encostava na mesa.

- Sim, quero. - ela se aproximou, me olhando como se quisesse saber como iria me ajudar.

Logo, juntas começamos a cozinhar, caladas.

- fiquei preocupada. - ela disse, quebrando o silêncio.

A olhei, esperando que continuasse.

- Hoje cedo, quando lhe abraçei, eu senti algo que não sentia a muito tempo. - ela me olhou, seus olhos estavam encharcados. - Sentia como se fosse minha mãe.

Aquilo alegrou meu coração de uma maneira incrível, eu abri um sorriso imenso e ela fez o mesmo.

- É bom saber disso. - falei. - sabe Violet, quando eu tinha a sua idade, tudo que eu queria era uma família que me amasse, alguém que se importasse de verdade comigo. Sei o quão difícil é não ter uma mãe, para lhe orientar, lhe ajudar, já passei por isso. - eu parei um pouco para retomar a fala, ela só assentia a cabeça, compreendendo a mensagem.

- E eu quero que saiba que você tem uma família agora. Você tem Henry, tem a mim e a minha família, que é incrivelmente acolhedora. Sempre que precisar e sentir falta da sua mãe, pode vir falar comigo, seremos amigas a partir de agora. - concluí.

Mal tive oportunidade de terminar, Violet se agarrou a mim e eu abraçei da forma mais acolhedora que pude. Beijei o topo de sua cabeça e eu podia ver um sorriso crescer em seu rosto. Quando nos separamos, seu rosto estava encharcado. Eu ri e com delicadeza limpei as lágrimas.

- Não sei como agradecer. - ela disse.

- não precisa! - falei.

Voltamos a cozinhar e logo o jantar estava pronto, todos comemos contentes, sem nos preocupar com nada.

...

Estávamos todos na sala, juntos, assistindo a um bom filme. Killian me abrigava dentro dos seus braços e eu abrigava Henry dentro dos meus. Violet havia ido embora pouco tempo depois do jantar, insistimos que ficasse para dormir, mas ela sabia que seu pai não permitiria, então fomos todos juntos deixa-la em casa. Henry e ela estão realmente namorando, o relacionamento deles é tão puro, doce, lento, que as vezes nem parecem ter a idade que têm.

Estava frio, mas nos esquecíamos com o calor do corpo do outro, naquele momento não havia nada melhor. Os meninos pareciam interessados e atentos no filme, já eu, estava no mundo da lua, viajando em pensamentos preocupados pelo ocorrido hoje cedo. Eu não conseguia compreender aquilo, não tinha noção do que poderia ter ocasionado aquilo, não sabia como reagir em relação a isso.

Mesmo estando preocupada e querendo convencer a mim mesma que tal dor só havia sido ocasionada pela magia que o imenso animal desconhecido emanava, no mais profundo da minha mente eu sabia que poderia não ser, poderia ser mais um grande problema que esteve escondido durante toda a curta calmaria, ou podia ser algo para qual não estava preparada. Na verdade, eu sentia medo. Apesar de tudo isso, eu não queria que ninguém notasse, não queria que solucionassem, ou tentassem me ajudar de alguma forma, não queria que se preocupassem comigo. Meu coração doía por não cumprir a promessa que Killian e eu havíamos feito, nada de segredos.

Chegava até a me perguntar se ele me perdoaria caso viesse à tona, ou se fosse algo que não possa impedir.
Os meus olhos foram se fechando devagar, com a cabeça em atrito, adormeci no colo de Killian.

Somewhere we go, I love you!Onde histórias criam vida. Descubra agora