Relaciomentos

81 7 1
                                    

   Ficamos em silêncio. Eu observava a janela e pensava: eu não posso começar a gostar de alguém que eu mal conheço.

   - Aconteceu alguma coisa? - disse Lucas num tom de preocupação 

- Não, está tudo bem - respondi.

   Foi naquele momento em que houve a primeira preocupação de Lucas comigo. Parecia meio bobo, mas eu não conseguia disfarçar meu sorriso quando ele disse aquilo.

   Lucas suspirou, como se estivesse cansado, e colocou sua cabeça em meu ombro. Eu senti que ele estava mais confiante em relação a mim e confesso que eu fiquei muito feliz com aquilo, já que fazia muito tempo em que eu não me abria tão fácil para uma pessoa.

   Eu sou o tipo de cara que não liga de ficar com cinco, dez, vinte numa festa só. Aliás, foram poucas as pessoas que eu já me relacionei e não, não é porque ninguém me quer, é realmente pelo o que eu sinto mesmo. Nunca entendi o porquê de todas essa necessidade de ficar com várias pessoas, e para ser sincero, nem gostava de pessoas que faziam isso. Tudo bem, Lucas fazia isso, mas eu sentia que ele podia ser diferente. 

  - Então... me fala sobre seus relacionamentos - perguntei rindo - já namorou alguém?

- Bom... não - disse Lucas - para falar a verdade eu nunca me apaixonei por alguém. Eu só fiquei com algumas, mas nada além disso. 

    Não sabia exatamente naquele momento se eu ficava feliz ou triste por Lucas nunca ter se apaixonado, aliás, nem sabia se acreditava mesmo naquilo. Fiquei pensando que, se fosse mesmo verdade, a probabilidade de ele gostar de mim seriam menores. 

- E você? - perguntou Lucas - já se apaixonou por alguém?

- Infelizmente - disse em voz baixa - me apaixonei por uma garota há alguns anos atrás. Corri atrás dela, porém ela não gostava de mim. Fiquei muito triste na época, mas já superei.

Eu tirei o celular do meu bolso e olhei para o celular e vi que já eram quase 4:00 horas da tarde. 

- Que horas seus pais chegam? - perguntei.

Então a porta do elevador se abre e vejo um cara alto, branco, cabelos pretos e com uma cara séria caminhando em nossa direção. 

- Prazer, Sérgio Clark - cumprimentou o homem.

- Adam - respondi - e bom... já estou de saída. 

   Lucas se aproximou de mim e disse:

- Eu te levo até a saída, Adam. 

   Me despedi do senhor Sérgio e Lucas e eu fomos até o elevador. 

  Dentro do elevador eu perguntei se iria dar algum problema e Lucas disse que não, que os pais deles nem teriam notado a ausência dele durante aquela madrugada e diria que eu era apenas um amigo que havia conhecido no tênis. 

- Então você joga tênis? - perguntei a Lucas.

- Sim, jogo faz há algum tempo. Até participo de alguns campeonatos de vez em quando - respondeu.

 Chegando até a recepção do prédio Lucas me abraçou e disse:

- Obrigado por me ajudar hoje. Sério.

- Eu é que agradeço. Isso foi uma das melhores coisas que eu fiz durante esse ano.

  Lucas então passou o número de seu celular e disse para eu chamar ele quando quisesse. 






A Droga do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora