Você está bem?

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   Cheguei em meu apartamento cansado. Tudo estava como eu havia deixado. Meus olhos estavam começando a fechar involuntariamente, já dava para ver claramente as olheiras em meu rosto. 

   Fui para o banheiro, coloquei meu celular em cima da pia enquanto tocava música no último volume. Liguei o chuveiro e tomei banho. 

   Enquanto aquela água quente escorria sobre meu corpo, eu não conseguia parar de pensar em Lucas. Naquele momento ele era o único foco para mim. Fiquei encarando meu celular e pensando se deveria chama-lo ou não. Não queria causar a impressão que eu era um louco e desesperado. 

   Terminei o banho, sequei-me e enrolei a toalha sob minha cintura. Peguei o celular e antes de mandar alguma mensagem para Lucas, procurei o perfil dele no meu Facebook e com intenção de saber mais sobre ele. 

   Fiquei surpreso em saber que ele havia alguns amigos em comum comigo e por saber que ele havia os meus gostos musicais que os meus, gostava dos mesmos artistas, gêneros de filmes, etc., porém o que me deixou ''cabisbaixo'' foi quando eu vi algumas postagens do tipo mais triste. Fiquei intrigado com aquilo, pois Lucas não aparentava ser aquela pessoa tão para baixo como aquelas postagens diziam, não parecia ser aquela pessoa que estava em cima de uma ponte preste a se jogar.

    Coloquei apenas uma bermuda de dormir e deitei. Finalmente tomei coragem para chamar Lucas. Demorou alguns minutos até ele responder. 

   EU: E aí, tá tudo bem contigo?

   LUCAS: Claro! Pensei que não ia me chamar hahah

   EU: Óbvio que eu iria te chamar. Você é meu novo amigo! 

   LUCAS: Quero só ver... 

   EU: E aí, quando se encontramos de novo?

   LUCAS: Quando quiser. Estou de férias, meus pais nunca param em casa, então...

   EU: Que tal sairmos amanhã no almoço? Podemos nos encontrar num restaurante ótimo próximo a sua casa. 

   LUCAS: Ok, me passa o endereço e nos encontramos. 

                                                                                      . . . 

      No outro dia eu acordei animado. Eu iria encontrar Lucas. Não fazia um dia sequer que eu o havia visto, mas era como se eu já estivesse com saudades. Uma coisa que não acontecia normalmente quando eu conhecia alguém, ainda mais quando se tratava de uma pessoa que eu conhecia há uns dois dias. 

    Assim que passei o endereço para Lucas, já fui para o restaurante. Eu tinha chegado antes que ele, mesmo morando mais longe, mas não me estressei com isso pois sabia que valeria a pena encontra-lo. 

   Lucas chegou alguns minutos depois, confesso que não consegui segurar meu sorriso quando o vi. Ele usava um casaco preto, camiseta branca, calça jeans e um tênis combinando com seu casaco. Aquele visual típico padrão. 

   Começamos a conversar. Contei a ele que eu morava sozinho, que eu era do interior do Paraná e estava fazendo faculdade em São Paulo. Falei que era filho único, que eu amava animais, músicas, livros, cinemas... fiz um breve resumo sobre minha vida. Até que chegamos ao assunto sobre amizades. Ele me disse que amava seus amigos, que eles eram as pessoas que mais o ajudavam e com quem mais passava seu tempo. Contou-me que a maioria havia conhecido no colégio e no tênis, e sem querer perguntei:

   - Você conhece a Gabriela? 

   - Qual delas? 

   - Stowe. 

   - Sim, conheço... Mas como você sabe disso?

   Naquela hora eu soltei um falso sorriso e minhas mãos suaram. 

   - Bom... digamos que eu dei uma olhada em suas redes sociais - respondi rindo.

   Lucas soltou aquele sorriso perfeito em que eu não conseguia parar de encarar. Seus olhos azuis brilhavam. Eu não conseguia imaginar o que ele estava sentindo naquele momento. Não queria imaginar que ele estava triste. Eu realmente queria saber o que se passava, mas não queria estragar tudo por querer saber rápido demais. 



A Droga do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora