Uma luz, nenhuma esperança

26 4 0
                                    


Paginas de um diário pertencido a um soldado elfo da Grande Guerra.


[...]Esta é a terceira vez que eu escrevo desde o último cerco que sofremos, eu tive que improvisar pois acho que na pressa de fugir perdi meu último caderno, mas o motivo de voltar a escrever não foi a guerra em si e as coisas que estou vivendo nela são horríveis, não acho que valha deixar a pena registros de tal coisa.

Vou começar contando como tudo começou, era tarde, fomos ao um encontro no campo de batalha, os humanos estavam em maior quantidade(como sempre), eu estava atrás da linha como de costume, meu arco tinha arrebentado a corda então recuei para concertar mal sabia que aquilo tudo era uma emboscada, quando percebi rapidamente me escondi na copa de uma árvore, eu não podia fazer nada, estava assistindo meus compatriotas morrerem pouco a pouco, mas o que mais me chamou atenção foi um deles, um humano.

Estranho né? Um humano lutando pelos elfos, mas isso acontece muito ao oeste, dividíamos terras e famílias a pouco tempo atrás, nem todos sentem ódio da gente. Voltando ao assunto, ele lutava com uma das águias(mulheres que lutavam com duas lâminas), sempre juntos, ele nunca saia de perto dela, enquanto eles recuavam o humano foi atingido por uma flecha, ela parece ter atravessado sua armadura pois quando ele caiu no chão sangrava muito, a águia conseguiu arrastar ele para um canto mais escuro da floresta, alguns humanos avançaram neles mas ela os rasgou como folhas, parecia uma pintura feita em vermelho pelos melhores artistas da nossa terra, ela depois foi em direção ao humano, nesse momento eu resolvi tentar fazer algo, então comecei a descer da árvore, ela tirou o capacete dele disse algumas palavras e então deitou em seu peito, não tenho certeza mas acho que estava chorando, nesse momento fui atacado por um humano que estava perto, ele tentou me acertar com uma lâmina mas errou o golpe, o que me deu tempo suficiente para tirar a minha adaga da bainha e acerta-lo no peito, eu nunca tinha visto as mortes que tinha causado de perto pois sou um arqueiro, não foi agradável tirar a vida de alguém, espero que Lewe me perdoe quando eu ir para o submundo.

Optei por dar a volta em uma área mais densa da floresta, não queria arriscar ser visto novamente, tentando achar os dois soldados pelas pequenas fendas de luz que atravessavam, quando encontrei eles com o meu olhar, vejo a águia dando um beijo no homem e deitando-se ao seu lado, com medo de algo ter acontecido pus me a correr, naquele momento não ligava para ser achado só não queria deixar algo de ruim acontecer, quando cheguei até eles eu vi um homem com uma flecha no coração e uma elfa deitada ao seu lado com uma marca de queimadura em seu peito, chequei o pulso dela ... estava morta, como isso aconteceu isso ainda me intriga nas minhas noites, mas o que me impressionou foi o soldado humano que a acompanhava, a flecha em seu peito ficou em chamas num instante e ele deu um suspiro olhando para ela e apagou de novo, nunca vi nada igual o mais estranho como ele estava vivo e como ela morreu?

Eu não tive tempo de analisar os fatos com calma pois ouvia um batalhão avançando em nossa direção, puxei o homem comigo para dentro da floresta,quando achamos um lugar para descansar percebi algo, a sua palidez estava diminuindo assim como suas veias, eu procurava por elas e não achava, cheguei a fazer um torniquete no braço dele, achei que podia ser algo que acontecia com humanos, nunca soube o nome desse homem misterioso, pois naquela noite batedores elfos nos acharam e nos ajudaram, ele foi para o curandeiro e eu retornei as barracas de batalha, mas uma coisa me lembro, a luz que saia do peito do homem misterioso, aquilo não é algo desse mundo ou talvez até seja, espero que tenho feito o certo ao salvar a vida dele.

Registros de uma lendaOnde histórias criam vida. Descubra agora