Inverno

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  Páginas de um diário que pertenceu um oficial da 3ª Era.

   Como posso dizer? Logo quando eu me alistei uma revolução estoura, não sou uma pessoa de sorte certamente, irei lutar no sul, nas colonias, parece impossível mas algum tipo de demônio esta liderando a independência no sul, soa como histórias de bardos para aumentar o prestigio de algum general qualquer os homens do norte também tem fama de serem demônios no campo de batalha.

     Nunca havia matado ninguém até o dia de hoje, fomos atacar um grupo de busca dos rebeldes, estavam a procura de alimento para suas tropas, foi uma bagunça, o encontro foi uma surpresa para ambos os lados, nós marchávamos para o sul e eles cavalgavam para o norte onde roubavam comida de fazendeiros e pequenas vilas, até que nos encontramos nos campos de uma plantação, eles sequer tinham alguma organização ou estandartes para formar linhas de combate, foi fácil derrota-los, muitos escaparam para as florestas. O homem que eu matei parecia ser algum tipo de civil, não usava armadura nem sequer couros para se proteger, ele veio em minha direção com uma espada curta tão ridícula que mal perfuraria minhas placas de ossos, no momento eu assustei mas lembrei do treinamento que foi me ensinado no exercito, dei um passo para a direta e consegui apanhar ele com a guarda exposta, dei um golpe na cintura do homem, ele caiu de joelhos e tentou me golpear novamente, eu segurei o braço dele e enfiei minha espada debaixo do braço dele para pegar no coração, sou um soldado, terei que matar pessoas mas não significa que não posso dar uma morte rápida a eles.

[...]Penso em meu irmão que luta também na guerra, ele está mais ao sul do que eu, provavelmente já encontrou com o exercito rebelde em algum momento, ouvi historias que o líder deles consegue cuspir fogo e voar sobre o céu como se fosse uma ave.[...]

Tive a primeira batalha ontem, foi algo que não sei explicar, o cheiro, barulho, os corpos no campo, a guerra só é bela em poesias e cantos, ontem vi pessoas que conhecia desde o treinamento morrerem num choque entre exércitos. Era meio dia quando avistamos o exercito deles, eram poucos mas o "imperador" estava com eles, assim que eles o chamam, o líder, um demônio realmente e não é um exagero, tinha asas compridas e negras como a de um morcego, uma cauda que parecia a de um gato dando equilíbrio pra ele e chifres em sua testa, usava uma maça, tive muita sorte de não ir ao encontro dele, nosso exercito tinha mais soldados mas fomo dizimados pelo fogo, o demônio em um momento subiu ate os seus e passou voando cuspindo fogo sobre nós, tenho uma queimadura leve no braço somente e perdi meu elmo. E também recebi a noticia que meu irmão morreu em batalha hoje.

[...]Já se passaram um ano desde o começo da revolta, temos os rebeldes presos nessa cidade murada, fizemos um cerco, mas não ousamos atacar, seriamos mortos dentro da cidade, por isso estamos tentando fazer eles passarem fome, sem nenhum alimento entrando na cidade, logo logo vão precisar comer e se renderão.

30 dias, 30 dias se passaram do cerco, todo mundo está inquieto com a situação, a cidade ainda não se rendeu e o demônio esta ocupado mais ao sul com outro exercito, não sabemos se ele vem ajudar. Alguns corpos foram atirados até nos de dentro da cidade, estavam magros e doentios, se eu pudesse escolheria nunca ter visto isso, não sei se o que fazemos aqui sequer é certo.

A cidade se rendeu, ontem entramos nela e prendemos todos os rebeldes e estamos começando a aplicar a lei imperial de volta na cidade, o clima é de ódio, pois deixamos além de soldados passarem fome, civis. Eu fui designado a permanecer na guarnição para controlar qualquer motim aqui.

A guerra chegou ao seu fim, até que em fim, teoricamente perdemos ela, o demônio conseguiu o que queria, a principal cidade do sul independente do império, agora rebatizada de Cidade do Fogo. Estou a tanto tempo aqui que irei me estabelecer, provavelmente o Império não arriscara outro conflito tão cedo, não depois que foi provado que estamos ficando fracos, perdemos controle dos elfos, das colonias do sul e agora o norte também mostra sinais de rivalidade conosco.[...]

[...]Tanto tempo que não escrevo, mas essa é uma ocasião especial, fui informado que algum tipo de mago vive aqui na cidade, ele parece conseguir manipular o fogo, temos ordens de caçar qualquer tipo de usuário de magia não autorizado, já informei meus contatos para ficarem de olho ne qualquer sinal desse individuo.

Foi identificado e parece que é muito mais que um mago, é um homem famoso na área central da ilha, conhecido como Coração de Fogo, ele tem cabelos longos que tampam seu rosto, uma barba por fazer, rosto magro mas ao contrario do resto do corpo, ele possui muculos. Receio que com os meus inquisidores não seremos capaz de derrotar ele, preciso achar um ponto fraco, fiz pesquisas sobre ele e parece que ele consegue até regenerar e soltar fogo pelas mãos.

Descobri que ele tem um carinho muito grande por uma jovem que vive no lado leste da cidade, perto da catedral abandonada, ela vende produtos na feira, muito bonita a jovem, mas parece que ela não da atenção para ele, cogitamos chamar algum dos grande inquisidores do império para ajudar, mais iria demorar muito e não sei se valeria a pena.

O inverno chegou ontem, estamos passando por uma nevasca muito forte, pessoas não estavam preparadas para isso, e aquele Coração de Fogo ganhou uma popularidade entre os moradores, ele aquece um a um quem precisa, temo que as pessoas se irão se juntar a ele se o atacarmos no meio da rua, mas eu tenho um plano, parece que ele e jovem do mercado estão de fornicação agora, irei pegar ela e força-lo para fora da população.

Hoje foi um dia muito difícil, começou quando dei a ordem de pegarem a garota e levarem até a catedral abandonada, perdi 18 homens tentando conter aquele monstro, lutava como um deus da lâmina, cortava cada soldado como se fosse nada, até que um momento o trancamos na catedral com a menina, decidi usar a mesma tática que usamos para a cidade, não tinha outra saída, as paredes são de pedra, ele não conseguiria queimar seu caminho para fora dali, durante 18 horas esperamos, eu estava congelando, um dos meus soldados teve ate que ser levado ao curandeiro por causa do congelamento. Eu esperava abrir a porta e encontrar resistência ainda, mas por sorte não, o que achamos foi um corpo pálido caído em volta de uma pequena pilha de madeira úmida queimando e jovem deitada por cima, ela estava viva mas quase morrendo, quando nos viu nos atacou mas estava muito fraca, pegamos o corpo e penduramos ele no muro da cidade, como sempre fazemos com magos.[...]




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