Águia

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Páginas de um diário que pertenceu um dos membros do grupo de resistência ao império.  

Péssima ideia essa de esconder nessa caverna, qualquer um que pesquisar os antigos pergaminhos vai achar a entrada, eu já tentei avisar ele mas parece que minhas palavras são como o vento. Ele voltou hoje de noite com uma armadura nova, talvez ele ache o que precisamos na cidade.

Não acredito que ele fez essa estupidez, este animal trouxe um humano para a caverna, de acordo com ele é um guerreiro valioso para a causa, temos uma regra simples: não confiar em humanos. Ele de fato é poderoso, consigo sentir magia antiga nele, porém sua mente esta destruída. 

Um bêbado, o grande guerreiro é um vagabundo que talvez lembre como empunhar uma espada, estamos preparando um grande movimento a leste daqui e estamos contando com ele, eu não na verdade, Undaril conta com ele. Parece o que procuramos está na antiga floresta de Dunavar, onde hoje é o deserto de Drakmha.

De acordo com os meus livros antigos sobre Drakmha ele foi mais do que só um mago poderoso, ele foi expulso da guarda real por usar uma das magias proibidas, a dos mortos, pelo o que está escrito aqui ele revivia os soldados mortos do seu exercito para lutar novamente, atá que atingiu um ponto onde só os mortos lutavam por ele, ele só foi morto quando ocorreu a famosa batalha do Sol Negro. O que se sabe desse dia é que Drakmha foi cercado em todos os flancos pelos imperiais e quando os inimigos estavam quase o derrotando, ele usou alguma magia que deixou o sol negro, no mesmo momento a floresta de Dunavar foi reduzida as cinzas e uma grande luz saiu do solo, quando a claridade abaixou e podia se ver novamente, tudo que sobrou foi um grande deserto que hoje leva o nome dele.

Undaril pediu para que eu fosse achar algo na vila que nos dê uma pista de como libertar eles, era tarde quando ouvimos barulhos de vasos quebrando, nos aproximamos de uma casa simples e humilde, olhamos para dentro da janela e vimos 2 soldados imperiais agredindo um elfo velho( o que é raro, vivemos em torno de 200 anos), decidimos então entrar e ajudar. Antes que eu pudesse conjurar as palavras, Fogo entrou com sua espada e acertou um soldado nas costas, quando o outro tentou revidar, ele foi incendiado. Quem diria que Fogo consegue usar magia de fogo, descobrimos que o velho é um xamã antigo dos velhos templos de Lewe, ele nos contou algo importante sobre esse deserto, Drakmha nunca morreu, ele adormece no fundo desse lugar. Temo que irei ocultar essa informação de Undaril por enquanto, ele é inconsequente e apressado, mas temo que Fogo que conte para ele mesmo assim.

Um grupo de soldados avança em nossa direção e fomos avisados com antecedência, isso é bom, bom até demais, não temos ninguém infiltrado tão bem assim no império e por que diabos eles viriam para essa vila? Só eu, Fogo e o xamã sabem sobre o que tem enterrado aqui, talvez Undaril ... Eu irei até as runas ao norte, em direção a Montanha de Sangue para estudar mais. Tenho certeza que Fogo contou a Undaril sobre Drakmha, eu vi ele lendo sobre a magia de sangue hoje e juntando algumas escrituras.

Como posso dizer isso? Todos se foram, Undaril, Anabel até Fogo, sabia que algo estava errado fomos traídos e humilhados, Eu não vi eles capturarem Fogo, talvez ele tenha conseguido fugir também, já os outros temo o pior. Eu tive que fazer algo horrível,  o xamã não podia viver, não com o conhecimento que ele carrega, Undaril jamais falaria para alguém porém o outro que sabe esta desaparecido, me preocupa muito isso.

Achei ele, estava escondido na casa de uma moradora da vila, ele me disse que Undaril esta vivo ainda e que os imperiais o levaram para algum lugar embaixo do deserto, eu acredito que seja ruínas das fortalezas que existiam aqui quando isso era uma floresta, os moradores parecem ser valiosos aliados na luta contra o império, o que falta aqui é uma pequeno "incêndio" para começar algo e eu já sei onde achar o fogo.

Se passou 1 ano, eu me mantive tão ocupado que nem lembrava de escrever nesse diário velho mais, a população esta disposta a lutar com nós contra o império, hoje vai ser um dia lembrado para os humanos. Fogo  irá cuidar dos reforços que iram sair do quartel, eu e mais algumas pessoas iremos invadir a casa de comando e tomar aquele lugar.

Morreu mais pessoas que eu esperava, mas conseguimos expulsar os imperiais daqui, não tenho duvida que irão voltar mas eu estarei pronto, somos elfos, presente de Chara ao próprio mundo. Faremos do deserto o nosso lar, aqui irá se erguer umas das maravilhas do mundo, os muros serão altos como montanhas, torres que verão a ponta de leste a oeste do mundo, aqui nasce a Cidade de Drakmha.

Seis meses e nenhuma pista de onde ele foi parar, consegui recuperar um mapa antigo que data antes da Grande Guerra, parece que a cidade fica em cima da antiga sala de sangue, o local onde era ensinado magia proibida, deixarei enterrado como deve ser, e existe mais a oeste também o que talvez seja o túmulo do próprio mago Drakmha, que também deixarei que o tempo enterre, ao norte existe as runas do vento e ao sul resto da muralha.

Procurei nas runas e no resto da muralha, penso em procurar no túmulo, mas consigo sentir magia proibida que escapa de la, seria muito tentador para mim como um mago visitar um local de tanto poder, eu poderia me perder e arriscar tudo que estou construindo, além do mais existe uma pequena vila humana por lá não arriscarei provocar humanos desnecessariamente.

Se passaram 7 anos desde que procuro Undaril, pedi para escavar as ruínas mas não acharam nada além de uma ordem de retirada antiga, data de quando fomos emboscados aqui. Talvez Undaril nem esteja nesse deserto mais, talvez não esteja nem nesse mundo.

Estava mexendo nas minhas coisas antigas e achei meu velho diário, resolvi escrever pela ultima vez, tenho 179 anos agora e acho que talvez este seja meu ultimo ano neste mundo, estou fraco e debilitado porém fiz o possível para a minha causa, hoje Drakmha é a maior cidade com elfos em Demeria além da nossa capital, mas ainda me arrependo de muitas coisas que eu fiz, das pessoas que matei e das que não ajudei. Sinto falta dos meu amigo humano que por muito tempo me deu conselhos e me ajudou na luta dessa cidade, espero que ele tenha achado o que procura. Eu sou Tendryl, lorde e patrono da Cidade de Drakmha, que a cidade continue a prosperar depois da minha morte e que nenhum elfo sinta medo dos humanos em minha cidade.





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