Recomendo ler ouvindo Asleep - The Smiths
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Ela partiu, ela foi morta e está enterrada. Agora ela não está mais em meu abraço, ela está no braços da terra.
Eu estava triste, mas meu desejo de vingança não me permitia chorar, eu só ficava focado em minha vingança de dia e de noite.
Durante a madrugada recebi uma ligação da Camila.
Ela me falou que tinha conseguido identificar um dos caras pela digital no celular, Jimy Sierra era o nome dele. Ele morava a 6 quadras de mim, entao decidi ir até ele pra começar minha vingança.
Fui até o quarto que era da minha mãe, abri uma caixa onde tinha uma faca que havia sido do meu pai em seus tempos no exército. Andei até o meu quarto e comecei a me vestir.
Desci as escadas e peguei as chaves em cima da mesa, fui até a garagem e peguei meu carro. Dirigi um pouco até que cheguei ao local, era uma casa amarela de número 234.
Sai do carro e comecei a observar a casa. Lágrimas caíram do meu rosto, eu queria fazer aquilo mesmo sabendo que era errado. Eu estava sentado em um trono de ódio buscando minha coroa de vingança.
Voltei para o carro e peguei luvas, eu não podia deixar rastros de nada, não poderia ser preso até conseguir me vingar dele.
Dei a volta na casa e percebi que o idiota havia deixado a porta dos fundos aberta, isso facilitou meu trabalho. Entrei na casa devagar evitando fazer barulhos e subias escadas.
Virei o corredor e encontrei o quarto, Ele estava dormindo de barriga pra cima e o cobertor estava meio caído. Me aproximei dele é coloquei a faca em seu pescoço.
"Não faça barulho." - falei quando ele abriu os olhos.
"Vamos ter uma conversinha." - continuei.
"Você e seus amigos tiraram tudo que eu tinha, mataram a garota que eu amava na minha frente." - falei com a faca em seu pescoço.
Ele estava desesperado, seu desespero estava estampado em seu olhar, e eu não aliviava a pressão da faca. Eu fiquei la por um tempo apenas o observando sentir medo, era isso que eu queria ver neles... medo.
"Por favor, não me mata." - ele disse.
"A Ana também implorou..."
"Eu não quero morrer cara." - ele continuou.
"Ela também não queria..."
Eu estava me sentindo bem com aquilo, com o medo dele. Não sei o que eu me tornei, a dor me transformou num monstro mas eu nao queria voltar a ser humano.
"Vejo você no inferno." - falei
Ele tentou gritar mas antes que ele pudesse cortei seu pescoço. Seu sangue em minhas mãos e em seu lençol, aquilo era tão errado... mas tão bom.
Sentei em sua cama e comecei a chorar. Não chorei pela morte dele, mas sim pela morte da Ana.
Vasculhei as gavetas e encontrei uma arma, um celular e cigarros.Deixei o celular desbloqueado com as mensagens de um dos possíveis integrantes do bando deles em cima do corpo para facilitar o trabalho r Polícia.
Desci as escadas e peguei um esqueiro na cozinha, acendi um cigarro e fui indo até meu carro enquanto fumava. Entrei no carro e fui dirigindo até em casa.
Entrei em casa e fui até meu quarto, era de madrugada e eu tinha que editar algumas fotos para alguns clientes como eu era fotógrafo. Passei a noite em claros fazendo meu trabalho e pensando no que eu tinha feito.
Minha consciência não estava pesada, para mim tudo que fiz foi o que deveria ser feito, paguei sangue com sangue. As coisas que estavam acontecendo não pareciam ser reais, pra mim a única coisa real era a dor.
A dor era enorme e não me deixava esquecela ou imaginar que ela não fosse real, ela rasgava meu peito como um leão.Já estava amanhecendo quando decidi ir dormir. Acordei de tarde com a campainha tocando.
Era o David e a Stephanie, eles entraram assim que abri a porta e se sentaram no sofá.
Contei a eles tudo que eu tinha feito e eles não pareceram me apoiar.
"Como assism você o matou John?!" - O David disse.
"Matando" - falei friamente.
"Você não podia ter feito isso" - a Stephanie disse.
"Vocês disseram que iam me apoiar." - falei.
"Eu falei aquilo na hora da raiva John, a justiça a Polícia deve fazer e não nós. " - o David falou.
"Você é um covarde."- falei acendendo um cigarro.
"Vai se foder John." - a Stephanie falou
"Relaxa Steph." - o David falou.
"Vão me entregar?"
"Não " - falaram juntos.
"Tá" - falei
"Não mate mais ninguém idiota." - o David falou.
"Se se meterem no meu caminho mato vocês também. " - falei sorrindo.
"Você está louco. " A Stephanie disse.
"Saiam da minha casa."
"Mas..." - o David disse.
"Agora" - falei
Ele pegaram suas coisas e saíram da minha casa, bati a porta e a tranquei.
Fiquei jogado no sofá fumando até que percebi que fazer aquilo não me deixaria apto pra minha vingança. Peguei uma garrafa d'água e fui correr alguns quarteirões.
Enquanto eu estava correndo eu via algumas familias felizes em restaurantes ou dentro de seus carros indo a algum lugar. Isso doía, dois muito.
Era pra eu ter uma família, eu e a Ana. Parei em uma praça e comecei a me exercitar.
Eu precisava ficar forte, não seria fácil me vingar de todos eles como foi com o primeiro, foi a famosa sorte de princiante.
Vi ao longe a irmã do Josh vindo.
" Você quer se vingar do meu irmão? " - ela falou ao se aproximar.
"Sim" - Eu falei sem olhar para ela.
"Eu vou te por na cadeia antes que faça isso." - ela disse.
"Isso se achar algo que me incrimine." - falei e sai andando.
Eu não poderia deixar nenhum rastro ou ela acabaria comigo, Eu tinha que ser cauteloso como uma cobra.
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O Colecionador de Lágrimas
Teen FictionJohn Sartori era um garoto solitário de 16 anos com uma vida entediantemente normal, que se mudou para o Canadá com sua mãe após a morte do seu pai. Ele conhece algumas pessoas que fazem sua vida virar do avesso, e uma série de acontecimentos fazem...