Um contrato para Camille- Degustação

Capítulo 9- (Camile)

Depois de tudo, dentista, oftalmologista, ginecologista, otorrinolaringologista, dermatologista enfim...Todos os istas que ela me fez passar, eu já tinha um diagnóstico sobre mim mesma. Saúde de um cavalo de corrida.

Mas, ainda assim precisei fazer alguns pequenos procedimentos cirúrgicos. O médico havia assegurado que eram pequenas coisas, pois segundo as palavras dele, eu estava muito bem.

Claro que quando ele disse isso eu entendi, você está muito gostosa.

Há vamos lá, um médico dizer que estou muito bem, tenho mesmo que devanear e massagear eu mesma minha auto estima.

Por sorte eram mesmo procedimentos rápidos e sai no mesmo dia da clínica.

Nesse mês não consegui aproveitar a casa, mas o meu primeiro salário gordo eu fiz questão de aproveitar e bem.

Levei as gêmeas e Pedro ao mercado. Mamaodi tinha ido comigo, de inicio me senti meio sem graça e até mesmo vigiada, não sabia o que ela pretendia com isso.

Mas não ia perder a chance de aproveitar o dia. Meu plano inicial era não reclamar e deixar meus filhos a vontade para pegar o que quisessem.

Podia ser meio bobo da minha parte, mas nunca antes eu pude fazer isso, e nada como começar minha nova vida alegrando meus filhotes com uma simples compra no mercado em família.

Bom... simples não foi não. Quando anunciei para as meninas que estavam liberadas, quase enlouqueci.

Começaram bonitinho. Silmara pegou alguns pacotes de biscoitos me olhando tímida, esperando eu ralhar e mandar devolver.

Quando viu que eu não disse nada, seu sorriso apareceu e eu pude jurar que vi a febre consumista tomar seu semblante.

Mamaodi me acompanhava meio distante, estava me deixando a vontade, apenas observando as gêmeas sem dizer nada. Sinceramente eu estava receosa de ela as achar mal criadas ou mesmo deslumbradas.

Mas ela estava insondável, parecia até distraída olhando alguns produtos na prateleira.

Eu estava começando a ficar mais tranquila, ai então Valéria abriu a boca bem grandão, os olhos começaram a brilhar depois de uns cochichos de Silmara.

Assim, as duas começaram a se empolgar de verdade na missão de socar o carrinho de coisas.

Silmara trouxe um monte de pacotes de absorventes, tudo porque a cor do pacote era rosa e ela achou bonito.

Depois Valéria seguindo o exemplo da irmã trouxe um enorme galão de desinfetante de cor rosa.

Nem tive tempo de tirar todos os pacotes de absorvente e Valéria apareceu arrastando um pacote de ração de cachorro com uma foto de um filhote de husk com a carinha de lado na embalagem.

Quando perguntei para que ela queria aquilo ela simplesmente respondeu que gostou do cachorro.

_Não Val, esse não.

_ Mas você disse que podia mamãe.

Comecei de verdade a ficar ansiosa com o rompante assanhado das meninas.

Não queria estragar a diversão delas, porém não podia levar o mercado todo por isso.

Acabei assentindo e esperei ela sair correndo pelo corredor e tirei o pacote do carrinho.

Silmara apareceu correndo e carregando um monte de latas de comida de gato.

De marcas diferentes porque os gatos eram diferentes.

Já em desespero puxei Pedro. _ Vamos pegar logo o que precisamos e vamos sair daqui, as meninas enlouqueceram.

Ele revirou os olhos. _ Eu te disse mãe, não trazer as meninas, lembra?