Prólogo

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No dia 21 de outubro de 2002, nascia José Henrique Alencar, pelo menos esse era seu nome até seus pais descobrirem que, de alguma forma estranha, o bebê menino que eles tanto aguardavam não possuía o órgão que o definiria como menino. Com um erro no ultrassom o, então, garoto havia lhes pregado uma peça, revelando-se uma linda menininha que, mais tarde, deu-se o nome de Anna Luíza Alencar. A confusão teria sido hilária se não acompanhasse junto uma tragédia. Anna Clara, a progenitora, faleceu ainda na sala de parto deixando a recém-nascida aos cuidados de Marcos Alencar. Ele, pai de primeira viagem e aos vinte dois anos, mal sabia segurar uma boneca, imagina se saberia segurar uma tão chorona.

Marcos até que tentou fazer tudo sozinho, mas a pequena Anna, com um ano de idade, já não se mostrava fácil. Na hora da alimentá-la, ele sempre saía da mesa de jantar coberto de papinha de cenoura e cuspe, quando não com um olho roxo, pois Anna Luíza sempre o atacava com a colher. Mas para sorte dele, ou para a sorte da criança, Marcos começou a contar com a ajuda de sua sogra, Dona Carla, que supriu todo o amor maternal que Anna Luíza tanto necessitava.

Quando sua filha fez 3 anos, Marcos decidiu levá-la à cabeleireira. Anna Luíza chorou e chorou, como se lhe arrancassem mais do que cabelo. Ao final do corte, a funcionária, tentando amenizar o constrangimento, disse:

— Pronto, querida. Machucou?

Pobre cabeleireira simpática! Como resposta, Anna Luíza mostrou a língua e o dedo do meio, deixando Marcos roxo de vergonha. Mas agora estava tudo bem, a pequena Anna já era uma menina crescida, de quatorze anos, com feições delicadas e finas, com opiniões próprias e com muitos sonhos, inclusive um chamou sua atenção recentemente, veja:

No sonho, ela andava pelos corredores do colégio Pedro Álvares Cabral, um dos mais conceituados da cidade de São Paulo, carregando em mãos um controle. Conforme ela passava, os alunos se jogavam saindo de sua frente, temendo-a. Ao final do corredor, Anna Luíza parou e, sorrindo, apertou o chamativo botão no centro do controle. Em menos de um segundo, uma forte explosão aconteceu em alguma parte do colégio, fazendo os alunos correrem desesperados enquanto ela ria, sentindo-se satisfeita.

TURMA 101Onde histórias criam vida. Descubra agora