Capítulo Seis.

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Isabella narrando:

Volto pra mansão em silêncio junto do motorista. O segurança havia ficado na escola pra fazer a segurança das crianças.

Essa vida devia ser ruim de certa forma. As crianças não deviam ter muitos amigos, não deviam saber o que era felicidade, elas deviam ser crianças tristes sem o espírito infantil. Eu sabia que elas eram tristes, era perceptível no olhar delas e ainda mais sendo filhos de um juiz rigoroso e prepotente.

Durante a manhã, enquanto as crianças estão na escola, eu ajeito o quarto deles. No quarto das meninas eu separo as roupas de cada uma, os sapatos, organizo os poucos brinquedos, a pia bagunçada e levo as roupas pra lavanderia.

Paro somente pra beber um copo de água e nesse momento que adentra uma mulher alta e elegante na cozinha, ela tem olhos esverdeados e cabelos escuros, é uma morena e tanto. Traja um vestido vermelho, creio que seja a acompanhante que o senhor Sebastian citou.

─ Quem é você? ─ ela me indaga com cara de nojo.

─ Sou a babá das crianças ─ respondo despejando o copo plástico no cesto de lixo.

─ Ah, dos pirralhos ─ ela diz sem muito interesse desborrando o batom vermelho. ─ São crianças mimadas, não vejo a hora de convencer Sebastian em mandar essas pestes pro internato.

─ Não acho que sejam crianças mimadas. Eu só acho que são crianças privadas de amor e carinho.

─ Não perguntei o que você acha ─ ela diz de forma repugnante. ─ Eu vou engravidar de Sebastian, nós iremos casar e eu terei tudo isso aqui ─ ela olha ao redor com um sorriso.

Deixei aquela mocreia falando sozinha e voltei pro quarto das meninas, me sentei na cama e retirei meu celular do bolso ligando pra Jéssica. No quarto toque ela atendeu.

─ Oi, oi, oi ─ ela diz já sorrindo.

─ Que milagre é esse de você acordada essa hora? ─ Jéssica ri pelo nariz com minha pergunta.

─ Tive que acordar cedo né, tô em casa ainda. Vou pro escritório só de tarde.

─ Ah sim, cadê meu pituco?

─ Tá assistindo televisão... mas fala aí, como você tá?

─ Péssima ─ suspiro. ─ O Sebastian é possessivo e controlador e os filhos dele morrem de medo do pai. Tirando isso... aqui é tudo muito estranho.

─ Acha que sobrevive esse dia de serviço? ─ gargalha.

─ Talvez... passa pro meu bebê, tô morta de saudades.

─ Perai... ─ ouço os passos dela e o som da televisão. ─ Mamãe?

─ Oi, meu amor ─ meu coração se acelera com aquela voz gostosa que só ele tinha. ─ Tá comportado, né?

─ Tô, mamãe ─ fala de um jeito divertido e logo imagino que a senhora Jéssica estava fazendo sua dancinha louca. Lucas amava essa dancinha.

─ Fez a atividade da escolinha?

─ Sim... a tia me ajudou ─ fala de forma fofa e morro de vontade de abraçar ele nesse momento.

Meritíssimo [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora