Isabella narrando:
Volto pra mansão em silêncio junto do motorista. O segurança havia ficado na escola pra fazer a segurança das crianças.
Essa vida devia ser ruim de certa forma. As crianças não deviam ter muitos amigos, não deviam saber o que era felicidade, elas deviam ser crianças tristes sem o espírito infantil. Eu sabia que elas eram tristes, era perceptível no olhar delas e ainda mais sendo filhos de um juiz rigoroso e prepotente.
Durante a manhã, enquanto as crianças estão na escola, eu ajeito o quarto deles. No quarto das meninas eu separo as roupas de cada uma, os sapatos, organizo os poucos brinquedos, a pia bagunçada e levo as roupas pra lavanderia.
Paro somente pra beber um copo de água e nesse momento que adentra uma mulher alta e elegante na cozinha, ela tem olhos esverdeados e cabelos escuros, é uma morena e tanto. Traja um vestido vermelho, creio que seja a acompanhante que o senhor Sebastian citou.
─ Quem é você? ─ ela me indaga com cara de nojo.
─ Sou a babá das crianças ─ respondo despejando o copo plástico no cesto de lixo.
─ Ah, dos pirralhos ─ ela diz sem muito interesse desborrando o batom vermelho. ─ São crianças mimadas, não vejo a hora de convencer Sebastian em mandar essas pestes pro internato.
─ Não acho que sejam crianças mimadas. Eu só acho que são crianças privadas de amor e carinho.
─ Não perguntei o que você acha ─ ela diz de forma repugnante. ─ Eu vou engravidar de Sebastian, nós iremos casar e eu terei tudo isso aqui ─ ela olha ao redor com um sorriso.
Deixei aquela mocreia falando sozinha e voltei pro quarto das meninas, me sentei na cama e retirei meu celular do bolso ligando pra Jéssica. No quarto toque ela atendeu.
─ Oi, oi, oi ─ ela diz já sorrindo.
─ Que milagre é esse de você acordada essa hora? ─ Jéssica ri pelo nariz com minha pergunta.
─ Tive que acordar cedo né, tô em casa ainda. Vou pro escritório só de tarde.
─ Ah sim, cadê meu pituco?
─ Tá assistindo televisão... mas fala aí, como você tá?
─ Péssima ─ suspiro. ─ O Sebastian é possessivo e controlador e os filhos dele morrem de medo do pai. Tirando isso... aqui é tudo muito estranho.
─ Acha que sobrevive esse dia de serviço? ─ gargalha.
─ Talvez... passa pro meu bebê, tô morta de saudades.
─ Perai... ─ ouço os passos dela e o som da televisão. ─ Mamãe?
─ Oi, meu amor ─ meu coração se acelera com aquela voz gostosa que só ele tinha. ─ Tá comportado, né?
─ Tô, mamãe ─ fala de um jeito divertido e logo imagino que a senhora Jéssica estava fazendo sua dancinha louca. Lucas amava essa dancinha.
─ Fez a atividade da escolinha?
─ Sim... a tia me ajudou ─ fala de forma fofa e morro de vontade de abraçar ele nesse momento.
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Meritíssimo [DEGUSTAÇÃO]
RomanceIsabella Araújo só queria arranjar um emprego para que pudesse sustentar seu filho Lucas e, esquecer seu passado seguindo em frente. Mas seu novo emprego lhe trará um juiz e seus filhos pequenos sem uma mãe presente que serão realmente uma missão di...