Capítulo Oito.

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Isabella narrando:

Uma semana se passou, uma semana naquele emprego que estava me deixando de cabelos brancos. Eu nunca estive tão cansada ao fim do dia, nem mesmo após limpar a mansão dos meus antigos patrões da entrada até o sétimo quarto.

As crianças não facilitavam meu convívio ali, exceto Clara. Mas Clarisse e Christian eram dois capetas em forma de crianças, faziam birra, me tratavam mal, gritavam e me ameaçavam. Mas eu pensava no meu filho, pensava no quanto ele merecia o melhor, e então, a raiva de ensinar aquelas crianças a serem educadas de forma adequada me deixava.

É, como podem ver, eu fui oficialmente contratada pra ser babá dos trigêmeos, assinei o contrato mas graças à Deus não tive que enfrentar Sebastian e sim uma de suas secretárias que levou o contrato em uma manhã para mim.

Eu não o via, por um lado isso era bom, mas por outro a raiva das crianças em ter um pai ausente era totalmente descontada em mim.

Não tinha amizades ali, exceto por Caio que às vezes me lançava sorrisos amigáveis e trocava algumas palavras comigo, mas não passava disso. Eu não tinha tempo de conversar com ele, e uma vez ele tinha até pedido meu número mas Clarisse saiu correndo derrubando seus materiais e a babá aqui teve que ir arrumar tudo.

Hoje era domingo, minha folga. E nada melhor que um domingo na praia de Copacabana, o solzão queimando certo, a maioria do pessoal estava na praia hoje pra aproveitar o dia. É claro que não se via ninguém nobre por ali, em dia como esses os ricos jogavam golfe e nadavam em suas imensas piscinas enquanto minha classe e meu povo se jogava na água do mar, corria e pegava um sol.

Eu não era muito fã de água e areia, mas se por acaso não fosse até a praia com Jéssica e Lucas os dois armariam um plano contra mim. E acredite, a dupla infalível e maléfica Jéssica e Lucas tinham os planos vingativos mais loucos da face da terra.

Eric nos deixou bem no calçadão de Copacabana, beijou Jéssica nos lábios e bagunçou os cabelos de Lucas, eu apenas lhe dei um sorriso e saí do seu carro segurando meu filho nos braços. O sol realmente estava fortíssimo que chegava a doer a vista, ajustei o boné na cabeça de Lucas e o coloquei no chão, ele estava elétrico, animado e ansioso. Queria logo ir pra areia e fazer castelos com a tia Jéssica.

Esperei a donzela miss Brasil pegar as coisas e trocar uns mil beijos de despedida com Eric para enfim podermos ir atrás de uma mesa na areia.

Ela agarrou em uma mão de Lucas e eu na outra, e assim seguimos pelo calçadão. Os quiosques estavam abertos e lotados, havia muitos vendedores ambulantes... Pessoas andavam pra lá e pra cá, havia música alta e gente bebendo, muitas famílias curtindo o domingão e aquele era um cenário mais que lindo. Eu gostava.

─ Mamãe? ─ Lucas chamou minha atenção, lhe fitei amavelmente.

─ Oi, meu bem.

Você tem dinero pra compar uma bola ─ ele me olha com seus olhinhos brilhantes e assinto beijando sua testa.

Ele pedia e sempre que eu tinha eu comprava o que ele me pedia, e quando eu dizia que não ele me entendia perfeitamente e nem por isso tirava o sorriso do rosto.

Fui até um vendedor e comprei uma bola pro mesmo brincar. Ele agarrou a bola nova animado e sorridente, amava ver aquele sorriso no rosto dele.

Descemos pra areia e Jéssica já foi alcançando olhares dos homens por onde passava. Ao contrário de mim, ela esbanjava seu corpo negro em um biquíni rico em detalhes. Eric não tinha essa de dizer que roupa ela usaria, e Jéssica era louca, ou seja, ela andava do jeito que queria. Já eu, tinha vergonha de colocar um biquíni e os homens me secarem, me sentia como um pedaço de carne suculento e odiava aqueles olhares lascivos em minha direção.

Meritíssimo [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora