*Christian*
Sai de casa naquela manhã com a cabeça cheia. Meu pai não andava muito bem de saúde, e eu que estava tocando a empresa sozinho. Bom, o máximo que eu conseguia com tantos acionistas querendo comer o meu rabo. Eles me enchiam.
Estava sem paciência hoje e decidi ir andando até a empresa. Era uma coisa que eu fazia as vezes. Me dava um tempo pra pensar. Mesmo com a maldita correria de Nova York, tinha algo relaxante em comprar meu próprio café e respirar sem ninguém me adulando. As vezes dava vontade de mandar todos para o inferno.
Estava andando pela rua com meu café em uma mão e conferindo os emails no celular, quando alguém esbarra em mim e me faz derramar meu café.
MAIS QUE INFERNO!!!
- Hoje é meu dia. Você não olha por onde anda??
Uma moça de longos cabelos negros me olha, parece um pouco irritada. Mais logo suaviza a expressão. Eu tenho esse efeito nas mulheres. Não que eu goste de chamar atenção.-Eu? Você que esbarrou em mim. Tá louca garota?- Minha intenção não era ser ignorante, mais estava sem paciência. E caiu um pouco de café no meu terno. Eu teria uma reunião importante em 20 mim. Merda!
- Você estava no telefone, com um café na mão. Devia prestar atenção.
Antes ela parecia chateada, mais agora parecia realmente irritada. Me xinguei internamente. Realmente eu não estava olhando e o café estava quente. Deve ter queimado. Ela era muito branquinha. Agora a olhando bem, ela era linda. Tinha olhos azuis que carregavam muita emoção. Cabelos longos, pele branca e um corpo por debaixo do casaco que parecia ser irresistível.
- Quer saber? Não quero brigar. Me desculpe.- Não sou de pedir desculpas. Mas o olhar dela não me deixava raciocinar. Ao olha-la novamente, vi sua blusa completamente suja. Sem pensar duas vezes pego a carteira e tiro uma nota de 50 dólares.- Toma. É pra comprar uma blusa nova.
Ela ficou vermelha, o que deixou ela ainda mais linda. Se era possível. Ela não parecia se tocar do tanto que era irresistível.
- Guarde seu dinheiro, eu não quero. Me desculpe também.- Ela vira e vai embora. Eu fico com a mão estendida, a vendo partir.
Por que eu fiquei assim. Era apenas uma garota. Muito bonita, realmente, porém nunca mais a veria.
Chego no luxuoso prédio e minha secretária diz que a reunião começará em 10 mim.
Vou pra minha mesa e me pego pensando na mulher que eu derramei café. Nunca mais a veria.
Coitado de mim. Mal sabia que o destino reservava outra coisa.
~~~~~*~~~~~~*~~~~~
* Valentina*
Alguns dias depois....
Sai de casa mais cedo, não queria correr o risco de me atrasar novamente. Hoje estava um clima frio em NY. Vesti um sobretudo preto e um cachecol azul turquesa. Minha cor predileta.Estou andando na rua e passo pelo local onde eu me esbarrei com aquele homem, cujos olhos me atordoavam vez ou outra. Senti um arrepio. Era o frio com certeza.
Cheguei ao trabalho alguns minutos antes e o Alan me recebe com um aceno. Vou para o meu posto e começo a trabalhar.
* Christian *
Vez ou outra os olhos daquela mulher vinham a minha cabeça. Eu não espero vê-la de novo. Aquilo foi um mero acaso.
Desde o esbarrão eu tenho ido para a empresa com o motorista, mas hoje decidi ir a pé novamente estava frio. Eu adoro o frio.
Os acionistas ainda estão no meu pé, e eu estou já prá joga-los pela janela da sala de reuniões.
Meu pai tem ido a empresa nós últimos dois dias o que me deu um pouco de folga.
Estava perto da empresa quando entrei em uma cafeteira. Afinal, esse clima merecia um café.
O local é bem aconchegante. Eu peço a atendente do caixa um café com leite e caramelo , dou meu nome e espero o pedido.
Caminho até o balcão e adivinhem o meu total espanto ao reencontrar a mulher que tem perturbado meus pensamentos.
-Dessa vez nada de esbarrões.- eu digo com um tom sério. Ela quase derruba o café ao escutar minha voz.
- É, mais você quase me fazia estragar outra blusa.- ela diz me olhando nos olhos e para um segundo. Acho que fui frio. É o meu jeito. Eu sou assim e quem não me aguenta tem que me engolir. Mais aqueles olhos. Lá estava de novo. Não conseguia pensar direito. Que porra estava acontecendo.
- Christian.- ela chama com um copo de café na mão e procurando entre os clientes aquele que o tinha encomendado. Meu nome saindo da boca dela era música para os meus ouvidos.
- Eu. - Digo e ela me passa o café tendo cuidado de nosso dedos não se encontrarem.-Obrigado... Valentina.- Digo lendo o nome no broche que ela tem no avental.
-De nada.
Dessa vez quem se vira e vai embora sou eu. Estava atrasado. Mesmo com meu pai voltando a empresa, eu tinha muito trabalho. Ele pensava em se aposentar e estava me treinando para assumir a empresa de vez. Eu era filho único. Era meu dever cuidar do patrimônio da família.
Cheguei na empresa muito irritado. Não sei por que.
- Angeline me mande minha agenda. AGORA.- digo e entro na minha sala.
Passo as mãos pelos cabelos e me sento. Certo. Teria um reunião com meu pai e alguns acionista. Teríamos o baile de gala anual em dois meses e alguns preparativos já estavam sendo feitos. Não que isso me importasse. Só precisava estar lá. Dando toda atenção aos futuros investidores e donos de empresas que estávamos interessados em investir.
- Valentina. - digo em voz baixa. Era um lindo nome, para uma linda mulher.Chega uma mensagem de Angeline no meu computador, com a minha agenda do dia. E começo a trabalhar.
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Destinados
RomanceValentina era uma mulher solitária, que cresceu em um orfanato e não tem a mínima ideia de quem é. A única coisa que ela se lembra de sua antiga vida é um acidente do qual ela tem terríveis pesadelos. Agora ela se encontra no meio de um turbilhão d...