* Christian *
Sai do apartamento da Valentina meio atordoado, com os acontecimentos das últimos horas. Ela dormiu encostada em meu peito boa parte da noite, isso, quando não se remexia e resmungava. Acho que com pesadelo.
Mas quem não teria, depois do que ela passou?
Fui caminhando ao carro do outro lado da rua.
- Javier. Leve meu carro pra casa. Eu vou com o Julian.
- Okay Sr.
Ele levanta- se vai caminhando para o meu carro. E eu entro no que está parado na minha frente.
- Pra casa dos meus pais Julian.
- Sim. Senhor.
Nós encaminhamos para um bairro mais afastado do centro, onde só haviam mansões e prédios luxuosos.
E durante todo o caminho eu vou pensando em Valentina. Em como ela fica linda quando dorme, em como a respiração dela me acalma, e em como meu nome saindo da boca dela me deixa louco.
- Julian, o que vocês fizeram com aquele desgraçado?
- Ele está detido Sr. Mas logo será indiciado. Tinha uma câmera no local que o coloca em flagrante.
- Bom, isso é bom.
- Ele ficará um bom tempo na cadeia.
- Assim espero.
Nunca senti tamanho ódio na minha vinda. A única coisa que me impediu de acabar com a vida daquele desgraçado foi a voz da Valentina.
Chegamos a casa de meus pais. Esse lugar não me traz boas recordações. Sempre fui muito sozinho, não tive irmãos e meu pai mesmo sendo amoroso, vivia para o trabalho. E minha mãe, bom eu a amava, mas ela era uma mulher difícil de se lidar.
- Bom dia Christian. Você está muito magro.- Marie me diz como uma advertência, ao abrir a porta pra mim entrar.
Marie é a governanta da casa. Ela que praticamente me criou, enquanto minha mãe fazia suas viagem caras e passava dias e dias no spa.
- Bom dia Marie. Eu estou do mesmo jeito. Porém, todavia que eu venho aqui você diz que eu estou magro.- digo e lhe dou um beijo no rosto.- a essa altura eu ja deveria ter sumido.
Ela ri e fecha a porta.
- Como ele está?- pergunto já me encaminhando para a escadaria.
- Está um pouco melhor agora. Suba ele queria te ver.
Vou caminhando até o quarto dos meus pais, pensando no dia em que descobrimos a doença dele. Acho que aquele foi o pior dia da minha vida. Saber que meu pai estava doente, e eu não poderia fazer nada, absolutamente nada para impedir que ele me deixasse. Porra, nem toda nossa fortuna pode.
- Ei pai. Como você está? - digo entrando no quarto. Ele está sentado na cama com minha mãe, na poltrona do lado.
- Vaso ruim não quebra.- ele diz rindo. Ah, o seu senso de humor.
- George não fale assim!- minha mãe diz com certa irritação. - Oi querido, você demorou.
- Vim assim que recebi a mensagem mãe.
- Christian senta aqui.- Meu pai aponta pra cadeira onde minha mãe está sentada. Ela de levanta e diz que vai nos deixar conversar a sós.
- O que foi pai? Tudo bem?
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Destinados
RomanceValentina era uma mulher solitária, que cresceu em um orfanato e não tem a mínima ideia de quem é. A única coisa que ela se lembra de sua antiga vida é um acidente do qual ela tem terríveis pesadelos. Agora ela se encontra no meio de um turbilhão d...