fourteen

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Eles ficaram abraçados até uma enfermeira de cabelos grisalhos chegar com o almoço do Hoseok.

Pelo visto, eles passaram umas boas horas ali. Aproveitando.

– Desculpe pombinhos, mas esse menino tem que comer, a não ser que queira passar mais tempo aqui. – A enfermeira falou com um sorriso um tanto emocionado.

Os dois permaneceram em silêncio sorrindo de imensa felicidade. Daon se levantou devagar.

– Eu te amo. – Sussurrou apenas para Hobi ouvir. Ele sorriu.

Ela saiu do quarto muito feliz. Ela acreditava que o Hoseok não estava com câncer, mas sim com uma anemia mal tratada.

Coitada dela.

Algum tempo se passou enquanto ela esperava em pé ao lado da porta.

Era ouvida – sem parar – uma tosse seca, provavelmente era da Enfermeira.

Daon nunca foi das mais religiosas, mas desde que o seu pai morreu ela vem orando quase toda hora. Assim como fez pedindo para Hoseok ficar bem.

E deu certo.

Mais uma de suas orações foi interrompida por uma mão fria, que tocou seu ombro. Era o Hobi, ele estava em pé.

Daon se levantou surpresa e o abraçou rapidamente, mas sem força. Ele parecia extremamente fraco. Ele estava extremamente fraco.

Ele sorriu. Seu único poder. Mas ainda sim era a droga em que Daon alimentava seu vício.

Ela era completamente viciada nele.

– Daon! Você não sabe o quão feliz eu estou por você não ter desistido de mim! – Ele exclamou a apertando com a pouca força que tinha.

– Hoseok! Você é a minha droga, nunca desistiria de você, nem se eu quisesse. Eu dependo de você, Jung Hoseok. – Disse apertando-o  também, mas ele soltou um gemido de dor, e ela o soltou.

– Eu te amo. – Foi a vez do Hobi falar isso. Em troca recebeu um selinho de Daon, era a primeira vez que eles se beijavam, mas era como se estivessem preparados pra isso desde sempre.

Depois de tudo isso, eles se separaram e Daon segurou as mãos de Hoseok.

– Você tem que me prometer que vai ficar tudo bem. – Ela disse sorrindo. Ele apertou suas mãos.

– Eu prometo. – Respondeu deixando um beijo em sua testa.

Então eles permaneceram parados se olhando, até Hoseok ter um ataque de tosse, muito parecida com a que Daon tinha escutado. A tosse era dele.

Ela ficou preocupada, então chamou a enfermeira, que o guiou até a cama e pôs nele uma máscara de oxigênio.

– Você prometeu. – Ela disse.

– Eu sei. Vou ficar bem.

– Espero que sim.

Então ele virou a cabeça e fechou os olhos, adormecendo.

Daon também dormiu, até acordar com o toque gritante de seu celular na bolsa. Era sua mãe avisando que ela teria que chegar antes da sete horas para o jantar.

Já eram cinco horas da tarde.

O sol estava se pondo pela janela do quarto. Tons alaranjados preenchiam tudo, combinando com o cabelo do seu amigo, que estava assistindo o jornal na TV.

– Jornal? É sério? – Ela perguntou se levantando e pegando suas coisas.

– É... O hospital não tem TV a Cabo, para assistir Game Of Thrones. – Respondeu bem humorado.

Eles ficaram fitando o repórter falar palavras rápidas e sem valor por um tempo.

– Olha Hoseok, desculpa mesmo, eu não quero isso, mas eu tenho que ir embora. – Ela disse com os olhos marejados.

– Daon! Não chore, se você quer ir. Vá. Eu vou ficar bem. – Respondeu calmo, dando seu famoso sorriso no final.

– Eu... – As lágrimas cortaram sua voz. – Eu não quero te deixar, não de novo. – Correu e o abraçou.

– Não chore... – Tentou consolá-la, mas acabou desabando também – Não chora Daon.

– Desculpa. – Deixou um beijinho na sua bochecha – Tenho que ir.

– Adeus, Daon.

– Isso não é um adeus, Hoseok, eu vou voltar. – Ela ainda estava chorando.

Saiu rapidamente sem olhar para trás, não queria ter uma memória de Hoseok em que ela estaria o abandonando, de novo.

Quando estava à poucos metros de distância da saída, foi abordada, pela enfermeira de cabelos grisalhos.

– Você é a namorada do sr. Jung não é? – Ela perguntou, escondia algo em mãos.

– UH... Não, sou só amiga dele.

– Tem certeza? Quando eu estava deixando seu almoço, ele deixou bem claro "Entregue isso para aquela garota, minha namorada". – Imitou-o. Isso fez os olhos dela lacrimejarem. A expressão emocionada da enfermeira aumentou, mas ela não se moveu, apenas entregou-lhe uma pulseira surrada e velha, com a frase em inglês.

" You're the most addictive drug of all, Daon".

Ela sorriu em meio as lágrimas.

Saiu do hospital.

Pensando nele.

Pegou um táxi.

Pensando nele.

Chegou na rodoviária e comprou a passagem.

Pensando nele.

Ela não conseguia parar.

Hoseok era uma verdadeira droga para Daon.

E Daon uma verdadeira droga pra Hoseok.

Eles se dependiam, sem completavam.

Não podiam se separar.

Então, ela pegou o ônibus.

Pensando nele.

E sentou em um dos assentos da frente.

Porém, durante o percurso, o ônibus misteriosamente capotou.

Todos morreram.

Sem excessão.

Daon morreu.

Pensando nele.

E algumas horas depois, enquanto o Jornal que Hoseok assistia do hospital transmitiu a reportagem do acidente. Ele reconheceu o rosto de Daon entre os cadáveres. E então, seu coração parou de bater, misteriosamente.

É. Eu fiz um ótimo trabalho.

drugs ु jung hoseokOnde histórias criam vida. Descubra agora