Na manhã seguinte. Daon se levantou o mais cedo que pôde, vestiu uma roupa qualquer e desceu tropeçando as escadas. Ela estava mais que determinada a chegar no hospital onde Hoseok estava.
Deixou um bilhete sobre a mesa de centro para sua mãe ver que ela viajou, mas que voltaria cedo.
Ela saiu e andou às pressas até a rodoviária. Demorou um pouco pra ela perceber que estava chorando. E que estava pensando nele.
Por que eu tinha que ser tão egoísta pra fazê-lo vir até aqui? Ela pensou. Soluçando.
Em meio aos passos e algumas corridinhas, ela chegou até a rodoviária, graças ao bom Deus, naquele momento – ou daqui a 10 minutos com exatidão – iria sair um ônibus direto para Seul.
Daon se pegou repetindo mentalmente o endereço do hospital, ela faria de tudo pra visitar seu amigo. Seu melhor amigo. Ou até mais que isso.
Checou a hora no celular pela milésima vez naquele minuto. O tempo parecia se arrastar.
Ela se encolheu no banco a espera do ônibus, com os fones de ouvido silenciados, apenas escutando os próprios pensamentos.
Por que tudo isso teve que acontecer? Pensou. O sanduíche. As calçadas. A Hyun. A carta. A despedida. O reencontro. Os "me odeio". Tudo.
[...]
Depois de duas horas de viagem, o ônibus chegou. Graças a algum Deus. Daon se livrou de seus pensamentos autodestrutivos tirando uma soneca sem sonhos, mas assim que acordou continuou a se mutilar mentalmente.
Ela desceu correndo. Entrou em um táxi o mais rápido que pôde, e mandou ele ir o mais depressa possível para o endereço.
Daon poderia ser tudo: baixinha, lerda, idiota, inocente, mas uma coisa que ela não era, era esquecida.
E quem a ajudou a lapidar essa habilidade foi Hoseok.
– Chegamos. – O taxista meio gordinho olhou para trás.
– Ah. – Ela despertou de suas memórias. Uma lágrima fina descia em sua bochecha. – Obrigada. – Disse e por fim entregou-lhe o dinheiro.
Abriu a porta do carro e saiu, esperou o taxi partir para seguir em frente.
Mas ela foi interrompida. Pelo toque de notificação.
Era uma mensagem.
hoseok: eu estou morrendo.