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Seria pouco dizer que Daon estava arrasada. Ela estava mais que isso. Estava destruída. Por completo.

Ela segurou as lágrimas até depois de receber o crachá de visitante da recepcionista.

Ela se virou e andou até o quarto 212. A cada passo ela era mais e mais destruída pela sua mente, pela sua memória.

Ela tentou se forçar a não chorar, mas as lágrimas permaneciam a descer. Ela pedia socorro mentalmente, não parava de se perguntar o quão grande era o sofrimento de Hoseok agora.

Ela entrou e encontrou seu amigo dormindo. Era a primeira vez em 6 anos que ela o vira.

Continuava lindo.

Porém, seu sorriso alegre não estava mais lá, foi trocado por lábios secos e descascantes. Ela o esperava encontrá-lo careca, por causa da quimioterapia, mas pelo contrário, seus estavam pintados de um laranja alegre e brilhante, mas sem vida.

Seus olhos profundos estavam fechados.

Havia uma bolsa de sangue o mantendo em "saúde".

Daon se arrastou pelo quarto até a maca, ouvia-se os bastimentos do coração de Hobi pelo aparelho. Estava normal.

Graças a Deus.

Ela se deitou ao lado dele na cama – que era grande de mais – e encostou sua cabeça em seu peito, e então desabou.

Chorou tudo que não pôde nesses 6 anos.

Ela se arrependeu de tudo.

E então, cochilou ainda chorando sobre ele.

...

Daon acordou de supetão sem saber muito bem onde estava.
Mas, quando ela se lembrou, e sentiu as lágrimas secas no seu rosto, tornou a chorar, até sentir uma mão magra aparar uma lágrima.

Era ele.

– Hoseok! – Daon gritou e o abraçou com força, sentiu ele sorrindo.

Ela esqueceu toda a tristeza, agora ela chorava de felicidade.

– Ei Daon! Eu estou bem, ok? – Ele falou a voz rouca. – Eu só bati a minha cabeça e desmaiei.

– Não minta, Hoseok, eu vi a sua ficha. – O sorriso dela e dele se desfizeram.

– Ah, você viu...

– Eu vi.

– ...

– Por que não me contou sobre isso?

– Eu não queria que se preocupasse, você perdeu o seu pai, não queria que ficasse triste.

– Eu estou triste... Porque posso te perder.

Ele a abraçou.

Ela retribuiu.

– Eu te amo. – Daon sussurrou.

– Não mais que eu. – Hoseok disse. Os batimentos tinham acelerado.

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