Capítulo 5

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Estava imenso frio e aquele vestido também não ajudava, eu estava, literalmente, a tremer.
Finalmente já estava na parte de fora do Coliseu e podia chamar um táxi.
Cá fora só se encontravam pequenos grupos de pessoas, que provavelmente estariam ali para se encontrarem um bocado longe de toda a multidão.
Enquanto estava à espera que aparecesse um táxi, vi que um grupo de rapazes vinha na minha direção, eles iam-me magoar.
- Então princesa? Não queres vir fazer-nos companhia? Dava-nos jeito ter uma beldade como tu.- disse um dos rapazes, ele estava cheio de piercings e tatuagens assustadoras.
- Realmente, olha que tu és bem boa, é uma pena ficares aqui sozinha, nós podemos tratar de ti.-disse outro.
A maneira como eles falavam era o que mais me assustava, falavam de uma maneira perversa e orgulhosa. Enquanto diziam isto, eles fizeram um círculo à minha volta não deixando margem por onde fugir, comecei a chorar, eu estava realmente assustada e sabia que assim que eles me pusessem as mãos em cima eu ia ser magoada.
- Parem, por favor, eu tenho dinheiro na mala, podem levar tudo o que quiserem- disse entre soluços.
- Oh, minha querida! Nós não queremos o teu dinheiro, nós queremos-te a ti- disse um deles com um sorriso nojento.
Dito isto, fechei os olhos e preparava-ms para o que pudesse vir a acontecer, era inútil gritar, já que eu tinha sido arrastada para uma rua isolada onde ninguém nos podia ver ou ouvir.
-Afastem-se dela, já!- disse uma voz.
Eu já estava tão assustada que provavelmente estava a imaginar aquela estranha e familiar voz.
- Ou, o que é que acontece?- dito isto pegou numa faca que tinha no bolso e pô-la junto ao meu pescoço.
Isto estava a piorar cada vez mais.
- Eu já te disse para a largares!-gritou novamente, desta vez com fúria.
Eu ainda continuava de olhos fechados, não tinha coragem sequer de abrir os olhos.
Comecei a ouvir passos rápidos e determinados na minha direção, ouvi um par de murros, gritos e quando dei por isso já estava livre, não consegui evitar cair no chão devido à falta de forças e ao choque.
Fiquei a olhar fixamente para o chão enquanto as lágrimas corriam compulsivamente pela minha cara, com a cabeça entre as pernas e com os meus braços a agarrar os meus joelhos.
-Ei, olha para mim.- disse a minha voz heroína calmamente, como se tudo o que tivesse acontecido tivesse sido um sonho.
A "voz" baixou- se à minha frente, muito perto de mim de uma forma protetora, colocou um dedo debaixo do meu queixo e levantou-mo suavemente, colocou uma madeixa de cabelo minha atrás da minha orelha e limpou-me as lágrimas, o seu toque era suave e acolhedor.

Abri os olhos.

No momento em que os abri, vi o Diogo, o mesmo Diogo que tinha dançado comigo e a quem eu chamei todos os nomes que me vinham à cabeça, o mesmo Diogo que me tinha salvo daqueles rufias, o mesmo Diogo que não tinha sorrido para mim no momento em que nos conhecemos. Esse Diogo...

-Já passou. Estás bem?- encarou o meu olhar.

Não lhe consegui responder, apenas consegui fazer com que as minhas lágrimas voltassem a correr.

Ele não me perguntou mais nada, simplesmente abraçou-me e ficamos agarrados um ao outro, com a minha cabeça apoiada no peito dele e ele com a cabeça dele apoiada na minha enquanto me beijava na testa. À luz das estrelas e sob a Lua. Assim permanecemos durante uns 10 minutos, até as minhas lágrimas pararem de correr, até o meu batimento cardíaco desacelarar e até o eu acalmar-me.




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