Capítulo 7

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Diogo POV

Quando estávamos quase a chegar a casa dela, a Bárbara adormeceu, ela é tão fofa quando está a dormir. Faz covinhas e sorri involuntariamente, durante o sono.

Mas que raio é que se passa comigo? Eu conhecia-a hoje, e já me armei desde rapaz estúpido até ao herói dela. Realmente, eu era mesmo parvo.

Por fim chegámos a casa dela, eu sabia onde era já que ela morava com a Maria, e eu já a conhecia há anos.

Estancionei, desliguei o carro e tirei o cinto de segurança. Olhei para o lado para acordar a Bárbara, mas não consegui ela ficava linda a dormir e não consegui evitar ficar especado a olhar para ela, enquanto a apreciava.

Será que eu estou a ficar paranóico? Eu estava mesmo a olhar fixamente para ela? E se ela acordasse naquele momento e me apanhasse a olhar fixamente para ela, para os lábios carnudos e rosados dela? Definitivamente, eu estava a ficar completamente atrofiado com esta miúda por perto.

Uma vez que sou um cobarde de grande dimensão, não tive coragem de acordar a Bárbara. Só a ideia de saber que ela podia recusar a minha companhia e a minha proteção, deixava-me infeliz e inseguro.

Então decidi, levá-la ao colo. Eu sei que parece meio cínico querer levar tanto uma rapariga que eu tinha conhecido hoje ao colo, mas queria mesmo levá-la.

Pergunto-me se todos os namorados sentem esta sensação de transportar a rapariga que amam ao colo. Dei um salto quando estes pensamentos assaltaram a minha memória, eu não tinha qualquer direito de imaginar aquilo e incluir a Bárbara neste cenário. Eu não tinha o direito de amar tanto os seus abraços, os seus olhos, os seus cabelos, os seus lábios. Eu não tinha qualquer direito para ficar apaixonado por ela. No entanto, apaixonei-me.

Quando cheguei ao 2° andar, ainda com ela ao colo, tirei a chave que estava debaixo do tapete (uma tarefa que não foi fácil para mim). Como era amigo da Maria há imenso tempo já sabia o quão esquecida ela é, por isso sabia que ela tinha as chaves debaixo do tapete para o caso de voltar a esquecer-se das chaves em casa.

Levei-a para o quarto e deitei-a em cima da cama. Ter uma visão dela assim e com o cabelo meio despenteado dava-lhe um ar bastante inocente, mas também sensual. Tirei-lhe os sapatos, delicadamente, e coloquei-os ao lado da mesa de cabeceira.

Dirigi-me ao armário e tirei de lá uma manta para a cobrir. Tinha de a tapar rapidamente, antes que eu fizesse algo estúpido, como passar os meus na pele suave e pálida do seu rosto ou agarrar na mão dela e beijá-la. Ou talvez coisas que eu nem permitia a minha mente deixar divagar.

Queria ter a certeza de que ela ficava bem, então fiquei à espera que a Maria chegasse. E enquanto ela não chegava decidi deitar-me no sofá a ver televisão.
Lembro-me que estava a dar um filme de romance, acho que se chamava " Orgulho e Preconceito", e gostei de o ver. Apesar do Mr. Darcy ter sido um estúpido com a Elizabeth, mas temos que admitir que ela também o provocava. Mas foi engraçado ver que o Mr. Darcy afinal não era aquela "rocha" sem coração, ele fez bastante por ela, coisas que eu nunca imaginei fazer por ninguém. Levar uma pessoa ao colo para um 2° andar era uma delas. No entanto, fiz.

Será que eu e a Bárbara éramos uma versão dos anos 90 daquele romance?

E pronto lá estou eu a imaginar coisas que eu sei que nunca vão acontecer. Acho que a privação de sono já se estava a revelar na minha forma de pensar então acabei por adormecer.

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Manhã seguinte

Sentia o corpo dorido, mas não me importei. Ouvi uma porta a bater com força e passos cambaleantes e ruidosos. Que raio era aquilo?

Conseguia ouvir duas vozes de fundo a falar, no entanto não percebia o que diziam. Mas que raio de sonho era aquele?

Espera eu não estava a sonhar, bolas, tinha-me esquecido completamente que tinha adormecido no sofá da Bárbara. O que é que ela havia de pensar de mim? Ela provavelmente não deveria fazer a mínima ideia que eu tinha ficado cá.

Decidi abrir os olhos. E assim que os abro...

-Diogo?- perguntou-me a Bárbara com uma voz confusa, ela era ainda mais bonita do que aquilo que eu tinh julgado, com a luz do sol a entrar pela janela, ela parecia uma deusa.- O que é que estás aqui a fazer?

Pensa Diogo, pensa Diogo!

Arranja uma boa justificação, ela não pode pensar que és um maluco.

Uma vida de porquêsOnde histórias criam vida. Descubra agora