Capítulo 1 - Revisado

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A ansiedade me controla, olho para o relógio e o ponteiro parece ter congelado na mesma posição, ainda era 15 para meia–noite.

Através de meu quarto olho  para a porta entreaberta do quarto de meu pai, ele provavelmente já se encontrava no décimo terceiro sono.

Suspiro. Eu sempre fui muito julgada pelo meu jeitinho impulsivo de ser, e por muitas vezes pensei que essas pessoas estavam erradas. Mas bem, o que eu estou para fazer comprova o que muitos pensavam.

Na verdade gosto de pensar que sou emotiva, sabe, estou acostumada a deixar meus sentimentos guiarem minha vida e minha rotina.

Lembro de quando eu tinha 6 anos de idade, meu amigo tinha acabado de apagar de uns coleguinhas de turma, e eu sem pensar duas vezes entrei na sua frente para defendê-lo conclusão, acabei levando um soco daqueles.

Depois de um dia, eu e meu amigo brigamos por conta de ele ter voltado a conversar com os meninos.

Desde que fiquei sabendo que minha tia está morando na Floresta Negra não consigo dormir. Para falar a verdade, não consigo pensar em nada a não ser visitá-la.

Eu não queria sair de casa no meio da noite como uma fugitiva, andando sobre a ponta do pé e cruzando os dedos para a tábua do chão não ranger.

Porém sei que papai não me permitiria ir vê-la, segundo ele a Floresta era perigosa demais.

Um pouco antes de ele ir se deitar o questionei sobre ele dizer ser tão perigoso para mim e ao mesmo tempo não ficar preocupado com tia Samantha. Ele simplesmente me respondeu: Ela tem proteção.

Segundo papai, ela havia ido para a Floresta para solucionar um problema, problema este cujo eu não tenho nem ideia do que seja.

Ela sempre viveu muito bem, apesar de nunca poder ter tido filhos, ela sempre buscou ser presente, ter alguém presente ao seu lado. Ela nunca gostou de estar só.

Esta é uma das coisas que mais me deixa intrigada, como ela estava lidando com este fato.

Por impulso começo a arrumar minhas roupas dentro de uma pequena mochila cor de rosa.

Dentro de mim existiam uma mistura de sentimentos que não consigo expressar. Essa mistura era composta por: Ansiedade, medo e saudades.

O medo de como papai iria reagir ao acordar e não me encontrar em casa, combinava com a saudades que eu estava de titia.

Eu poderia dizer que sou uma menina de 18 anos, e que sei muito bem como cuidar da minha vida, porém isto está bem longe de ser verdade. Em momentos como este, sinto-me apenas como uma pequena garotinha que não sabe como agir.

Olho para meu quarto antes de fechar a porta, não sei o motivo mais a palavra meu tem sempre um gosto amargo em minha boca.

O sino da pequena igrejinha da praça havia acabado de tocar, o que significa que já era hora de partir.

Com passos lentos e calmos vou em direção a sala, meus dedos cruzados.

Na pequena mesinha encostada na velha parede branca estava um pequeno pedaço de papel. Olhei ao redor, e não precisei procurar muito para encontrar a caneta em cima do braço do sofá.

Minhas mãos tremiam ao segurar o papel, não pelo frio que estava fazendo, mas pelo nervosismo que eu estava sentindo.

Aos poucos as palavras vão saindo, minha letra enfeitava o branco papel.

Querido papai,

Não consigo imaginar o que irá sentir neste momento, nem consigo comparar com o que eu estou sentindo.

A Bela E A FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora