três

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Oh, ele fazia seus dias valerem a pena. Lhe dava mortes de graça, mundos estranhos e palavras lamacentas vinham de brinde.

Eles bebiam até cair, levantavam para cair outra vez. Eles riam. Riam. Era até mesmo bonito vê-los assim, de certa forma.

Ela bebia todos aqueles fantasmas e subia em cadeiras e derrubava as garrafas...

Ele a ajudava a se levantar, mas não estava no mesmo chão que ela. Aquele mundo, o mundo dela, não era o mesmo que o seu.

Ele o desconhecia, aquele mundo ele mal sabia que alguém pertencia a ele.

Aquilo era apenas uma diversão, ela sabia, mas ela gostava dessa cegueira que ele exibia.

Ela apenas queria que ele estivesse lá, para matá-la e apresentá-la à seus amigos tão mortos. Ela gostava de conhecê-los.

Mas, havia uma linha fina entre a loucura real e a ingerida, e ele a rompia vezes de mais.

Ela acordava com um olho roxo, um braço vermelho, lágrimas nos olhos...

Ele se desculpava, ela nunca respondia, ela nunca o desculpara. No entendo, nunca o mandaria embora, ele iria se ela pedisse, ela sabia disso, mas... Se ele fosse... Quem a acompanharia?

MolotovOnde histórias criam vida. Descubra agora