Come A Little Closer

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O detetive estava vestindo o seu sobretudo e o seu chapéu deerstalker, como de costume. Assim que saiu de sua casa, fez sinal para um táxi que passava pela Baker Street. Eram cinco horas da tarde e o sol estava quase sumindo da vista de Sherlock. Ele ponderava sobre vários assuntos, uma vez que sua mente estava a milhão. O veículo parou em sua frente, e rapidamente o detetive entrou.

- Para onde, senhor? - o taxista perguntou, olhando fixamente para ele pelo espelho retrovisor interno. Sherlock acordou de seus devaneios e procurou por um pedaço de papel nos bolsos do sobretudo. Encontrou o bilhete que procurava.

- Vá para o Regent's Park. - ele disse, guardando a nota e observando a movimentação que ocorria do lado de fora do carro.

As ruas de Londres estavam movimentadas, crianças e cachorros corriam de um lado para o outro e casais apaixonados caminhavam de mãos dadas observando o pôr-do-sol. Sherlock apenas seguia o seu caminho dando passos bem objetivos, dessa vez sem se distrair com nada. Olhava para os lados apenas para procurar a pessoa na qual ele havia marcado. Quando chegou no centro do parque, onde havia um chafariz e alguns bancos, o detetive analisou cada indivíduo que se encontrava lá.

Uma mulher de meia idade possuía os cabelos tingidos de vermelho, entretanto, as raízes estavam desgastadas. A cor chamativa dizia à Sherlock que ela havia se divorciado, provavelmente porque o seu marido a traiu. Sua sede de mudança foi depositada nos cabelos, para que todos que a olhassem pensassem que ela superou. Porém, as olheiras apenas diziam ao detetive o contrário. Elas lhe diziam que as tentativas de superação foram falhas, pois ela estava sentada sozinha em um banco de uma das praças mais frequentadas de Londres.

Sherlock analisou cada uma das pessoas que passavam por lá, até bater os olhos em alguém no mínimo suspeito. O sujeito estava usando calças pretas, tênis de corrida e um casaco com capuz, que escondia o seu rosto. Digitava rapidamente em seu celular, dando pequenas pausas para erguer a visão à procura de alguém. Seu olhar parou no detetive, que, hesitante, deu um passo pra trás. O desconhecido voltou a digitar em seu celular, e, alguns segundos depois, algo começou a vibrar no bolso de Sherlock.

"Sério?" - o detetive pensou e revirou os olhos enquanto alcançava o seu aparelho móvel. Ele detestava joguinhos desse tipo, gostava de ir direto ao ponto, objetividade era a sua coisa preferida.

"Bom, você já me achou. O que está esperando?" - Uma voz distorcida ecoou no seu ouvido.

O detetive encarou o desconhecido, e com passos precisos, se aproximou. O estranho levantou uma de suas mãos, finalmente a desgrudando de seu celular, e abaixou o capuz. Sherlock não pôde acreditar no que estava diante de seus olhos.

Era uma adolescente.
Uma mera adolescente.
Ele não pôde conter a gargalhada.

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