Capitulo 5

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Louis já havia deixado a via expressa e agora dirigia por uma estrada sinuosa da montanha. O aquecedor do carro estava desligado, mas Lanay sentia-se confortavelmente bem.

-- Quanto tempo ainda falta para chegarmos?

-- Achei que, a estas horas, já estaríamos lá. Começo a achar que pegamos a estrada errada...

-- Quer que eu verifique o mapa?

Como Louis fez um aceno afirmativo com a cabeça, Lanay inclinou-se para a frente e tirou o mapa do porta -luvas. Acendeu então a luz interior e rapidamente investigou o lugar onde deveriam estar.

-- Esta é a estrada de Llandranog -- assegurou com firmeza.

-- Droga! Por que não sinaliza melhor as estradas? devemos ter andado uns vinte quilômetros desde que eu vi a ultima placa.

-- Podemos não ter visto as placas...

Lanay apagou a luz do carro e mergulhou mais uma vez no silencio. Minutos depois ela viu lues logo adiante e falou, animada:

 -- Será que é a vila?

-- Não parece. Parece mais uma casa isolada.

-- Bem, pode ser Llandranog! -- comentou Lanay, encolhendo os ombros -- de acordo com o mapa...

Foi ai que viram uma entrada lamacenta, com um grande portão e uma placa bem acima del. Louis parou o carro e falou:

-- Vou ver o que diz a placa! -- abriu a porta e pulou para fora. Imediatamente sua bota de camurça entrou até o tornozelo na lama e Lanay o ouviu praguejando antes de bater a porta e sair se equilibrando no chão escorregadio até o portão. Lanay teve vontade de rir, mas se controlou. A ideia de Louis pisando descuidadamente na lama de repente parecia irresistivelmente cômica.

Quando Louis voltou, disse?

-- Você tem alguma ideia do que está escrito na tabuleta em cima do portão? -- perguntou, a luz iluminando seus traços duros.

-- Diz, adivinhe só... Llangranog! a fazenda Llangranog! não Llandranog!

Lanay pegou o mapa e Louis perguntou:

-- Há quantos quilômetros saímos de nossa rota?

Lanay olhou o mapa atentamente e disse:

-- Uns... uns vinte quilômetros.

-- Ok! vamos voltar!

-- Eu... eu sinto muito. Não pensei que pudesse existir dois nomes tão parecidos!

-- Nem eu. -- Louis deu um sorriso. -- E não é sua culpa. Nós dois olhamos o mapa...

Lanay sorriu, sentindo tesão se dissipar. Louis girou a chave para dar partida no motor. Mas, quando engatou a marcha e soltou a ré, mas novamente as rodas giraram em falso na lama.

-- Parece que temos problemas... -- ele sussurrou, de maneira meio cínica. Lanay sentia a tensão domina todo seu corpo. Não podia deixar de reconhecer sua culpa e gostaria de poder ajudar de algum modo. Louis abriu de novo a porta, saiu do carro e disse para Lanay:

-- Sente-se no banco do motorista, Lanay, e solte o freio. Ponha na marcha e pise no acelerador quando eu manda, ok?

-- Ok.

-- Pronto! -- gritou, Lanay, soltando a embreagem, pisou firme no acelerador. Mas as rodas giravam no mesmo lugar e ela ouvia a exclamação de raiva de Louis antes de ele rgitar:

-- Chega! Chega! desligue

Lanay se inclinou-se na janela e viu Louis vindo em sua direção. Estava coberto de lama, da cabeça ao pés, e o risinho tolo que ela tinha engolido antes explodiu, incontrolável.

Louis parou ao lado da janela, olhando como cara de zangado para ela.

-- Está achando muito engraçado, não é?

Lanay meneou a cabeça, mal ousando falar.

-- Você... você está todo coberto de lama, Louis -- falou, muito sem jeito. -- Sinto muito, mas você está realmente engraçado.

-- Ah, é? -- Louis passou as mãos molhados no rosto. -- Muito bem, beleza, tente você, então!

-- Eu? -- Lanay olhou para ele, incrédula. -- Não pode estar falando sério!

-- E por que não? Estamos junto nessa embrulhada!

-- Não vou me atolar na lama só para você pode rir também! -- disse ela, voltando para seu lugar.

Louis hesitou. Depois, olhou para o caminho que ia até  Llangranog e que ainda estava com as luzes acesas.

-- Talvez o dono da fazenda possa nos ajudar a sair daqui. Depois desta ultima tentativa estamos completamente atolados.

Lanay ficou tão aliviada por ver que ele não ia força-la a empurrar o carro, que apoiou a ideia entusiasticamente

 .

-- Oh, sim talvez! Quem sabe ele tem um trator, uma corda, ou coisa parecida. Ele podia nos puxar para fora. Oh, é uma ótima ideia!

-- Bom -- falou Louis, abrindo a porta do carro. -- Achei que iria gostar muito da ideia. Vá até lá e fale com ele!

-- Eu?

-- Sim! -- Louis acendeu uma cigarrilha. -- Ficarei aqui, para o caso de aparecer alguém.

Lanay mordia o lábio.

-- Mas não posso ir até a fazenda -- insistiu. -- É muito longe! Oh, você não pode estar falando serio ! -- Lanay olhou para ele, esperançosa. -- Está dizendo isso para me assustar!

-- Falo serio, Lanay. Não posso ir lá todo sujo! Você vai.

-- Pois me recuso! -- disse Lanay, e levantando a cabeça teimosamente.

-- Se recusa? realmente se recusa?

Louis inclinou-se sobre ela, abriu a porta e empurrou-a para fora. Então, bateu a porta e trancou-a por dentro para que ela não pudesse entrar.

Lanay estava horrorizada e começou a bater freneticamente nas janelas

-- Louis, deixe de ser miserável! Deixe-me entrar! estou ficando completamente encopada!

-- Corra até a fazenda, então! -- gritou para ela. -- Vá em frente! O exercício vai lhe fazer muito bem!

Lanay sentiu-se extremamente humilhada e ao mesmo tempo humilhada com a atitude de Louis. Mas se ele pensava  que iria castiga-la, estava muito enganado ! Respirou fundo e começou a andar na direção da fazenda.

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