O "País das Espadas"

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O sol estava se pondo e a vista era magnífica. Em Medlyn, o pôr do sol era sempre o melhor e o mais belo. Observava-o enquanto caminhava com Elan, rumo ao Bosque da Vida, que é onde moro com meus pais, Ingrid e Nicolas. Temos uma casa perto do Lago Cristalino. Com o dinheiro que ganhamos, daria para ir morar na Vila, mas nós não queremos, pois não temos necessidade de ir morar lá. Afinal, já temos tudo aqui!

- Helena! - o homem gemeu mais uma vez.

Estava delirando, revirei os olhos.

- Vai ficar tudo bem, estamos quase chegando!

Vi a lateral da minha casa, então caminhei mais um pouco e paramos perto de um Carvalho. Desci de Elan e puxei a cintura do homem, agarrando seus ombros firmemente. O levei até a porta e minha mãe atendeu.

- Olá mãe! Pode me ajudar aqui? - disse, sentindo minhas costas doerem.

Com cautela, ela me ajudou a coloca-lo deitado no sofá de couro marrom.

Minha casa era bem rústica. As paredes pintadas com leves tons de bege, combinavam perfeitamente com os moveis amadeirados que estavam maravilhosamente brilhando junto ao piso de madeira.

As grandes janelas da sala ainda estavam abertas. Por elas entravam lufadas de vento que inevitavelmente desalinhavam meu cabelo.

- A culpa é minha. - afirmei - Eu o machuquei muito! Está sangrando tanto! Não sei o que fazer!

- Você o que!? Bem, depois você me conta. Agora preciso pegar a caixa de primeiros socorros! - se assustou ao ver o estrago em sua boca - Feche as janelas filha, estou sentindo frio. Já volto.

Minha mãe trabalha no hospital da Vila, se formou com muito esforço em Medicina anos atrás, conseguindo a vaga pelo diretor, que naquela época era ninguém menos, ninguém mais que meu pai.

Enquanto ela ia buscar os medicamentos, fui fechar as janelas e colocar Elan no celeiro. Sabia que existe uma diferença entre remédios e medicamento? Remédio são todas as coisas que fazemos pra nós sentirmos bem, como por exemplo: uma corrida chás ou mesmo a fé. Medicamento é aquilo que você toma quando você vai no médico ou a farmácia. Quando minha mãe me disse isso poucos meses atrás fiquei surpresa! Não sabia disso.

Depois de voltar, observei o homem deitado no sofá. Quem será? De onde veio? Porque falava meu nome enquanto estava desmaiado? Pode ser que tinha uma pessoa importante em sua vida, com o mesmo nome Helena. Namorada talvez?

Minha mãe voltou e se ajoelhou ao lado do sofá, pegou um paninho para limpar o sangue que escorria por todo o seu pescoço.

Depois de minha mãe cuidar do forasteiro, sentamos nas poltronas que ficavam de frente para mesinha de centro.

- Agora me explique, o que aconteceu filha?

Contei tudo, desde a parte do homem me agarrando, a parte que o mesmo gritava meu nome sem parar.

- Mas ele não te conhece! Não pode ser você...

- Eu sei mãe, por isso penso que ele deve ter alguém muito importante, com o mesmo nome Helena. Talvez a namorada... - olhei para a ele que estava deitado no sofá.

- É pode ser... - Minha mãe disse pensativa.

- Deixe-o ficar - soltei, dando de ombros - Mãe, eu me sinto culpada por ele estar assim... Queria recompensa-lo de alguma forma. Deve ter perdido a memória, coitado!

Ela ergueu suas sobrancelhas delicadas.

- Querida, mas não podemos ficar com um desconhecinhecido em casa!

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