— Droga! – Murmurou limpando as lágrimas do rosto com raiva. — Olha pra mim… Fugindo da realidade escondida embaixo da cama. – Sorriu, irônica. Arrastou-se para fora da cama e se levantou indo até a mochila em cima da cama, retirou o cabo USB que Blake humildemente tinha lhe emprestado e depois voltou até o computador plugando o cabo no celular. Varias pastas nomeadas com diversos nomes esquisitos apareceu na tela: Macacos, Chulé, Nanica… E assim por diante. Seus olhos voltaram a lacrimejar, eram todas recheadas de lembranças. Doces e frias lembranças de sua amizade com Lena.
Abriu a primeira pasta e uma inundação de fotos das duas apareceu, a maioria com elas atuando no Theatre Ampthidare.
— Por que eu estou me torturando, Lena? – Sussurou baixinho para a amiga que sorria alegremente segurando uma vela de piratas. Suspirou e seguiu com o mouse até um ícone que ficou azul.*Excluir arquivo?
*Sim - Não
*167/367 — 367 arquivos excluídos com sucesso.
Com muita tristeza Hollie saiu da cadeira que estava sentada e caminhou pelo quarto completamente perdida, ela não sabia lidar com a dor dilacerante que crescia gradativamente no seu peito. Ela queria espernear, gritar, correr, explodir… Ela queria Lena de volta. Queria que tudo não passasse de encenação, que no fim as luzes se acenderiam e fechariam as cortinas anunciando o fim do espetáculo. Mas quem ela queria enganar? Aquilo não era uma peça. A morte não era uma encenação da amiga, era a realidade. Dura e cruel realidade.
— AAAAAAAH! – Gritou de repente puxando os próprios cabelos batendo-se e gritando lamúrias.
— EU DEVIA TER IDO COM VOCÊ! NÃO É JUSTO! PODÍAMOS TER FUGIDO! VOCÊ NÃO QUERIA IR, ESTAVA NA SUA CARA! LENA, ME PERDOA! – Seus cabelos já estavam todos desgrenhados e havia vários arranhões em seu rosto.
— Eu preciso de você… – Sussurrou deixando-se cair no chão encolhendo as pernas e ficou daquele jeito até seus pais voltarem.— Oh, Hollie, meu amor.. – Meg apareceu no quarto depois de chamar o nome da filha incontáveis vezes na sala de estar. – Me perdoa por ter te deixado sozinha. – Desculpou-se sentando ao lado da filha que estava em posição fetal ainda chorando.
— Filha, mais tarde virá alguns policiais aqui para colher seu dep…
— Shhhh. – Hollie sussurrou fechando os olhos fortemente. — Eu não quero ouvir nada agora. Apenas fique comigo em silêncio. – Pediu com a voz embargada. Meg assentiu e deitou-se com ela abraçando-a como fazia quando a mesma era um bebê. Afagou os longos cabelos castanhos da filha e as duas choraram baixinho, deitadas no chão do quarto.
**— Querida, chegaram. – Rudolfs irrompeu para dentro do quarto, agitado. Levantaram-se do chão e enxugaram as lágrimas, o pai desceu primeiro seguido pela família. Dois agentes estavam parados na sala observando a decoração em silêncio.
— Senhores. – Rudolfs acenou para a filha que estava encolhida atrás da mãe. Meg deu um passo para frente e sussurrou algo no ouvido da filha deixando-a mais tranquila.
— Boa tarde. Sou o agente Lewis – Ele tinha algumas pintas pelo rosto branco e o cabelo estava penteado para trás firmemente. Era magrelo e tinha um nariz pontudo, ele era estranho. Estendeu a mão para Hollie que apertou-a receosa. Percebeu uma tatuagem quando o terno subiu para cima, ele tratou logo de puxá-lo para baixo. – E esse é meu parceiro agente Donald. – Apontou para o outro que era encorpado, careca e negro tinha a expressão mais suavizada acenou com a cabeça lançando um sorriso e Hollie sentiu que podia confiar nele. Mas Lewis passava um certo desconforto quando ela o olhava.
— Vamos nos sentar. – Disse Meg os guiando até o sofá marrom da sala. Os dois sentaram-se lado a lado e os três sentaram-se no outro a frente deles.
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Game Over - Sobreviva.
Teen FictionQuatro amigos preparam uma brincadeira para fazer no baile de despedidas do colégio High School Sullman. Todo fim de ano o diretor Maxsuel Rulfus passa em um telão os melhores momentos dos alunos. No entanto, o que ele não sabe é que seus arquivos...